Seu visual 8-bit colorido e personagens cartunescos podem até trazer certa desconfiança sobre sua qualidade, mas não se deixem enganar. Este título consegue ser bem melhor do que aparenta.
Clash Force vs. Crackman
A Clash Force é composta por três membros: o rinoceronte Voom, o escorpião Scorpido e a equidna Echid. Juntos eles precisam combater os invasores robóticos enviados pelo vilão Crackman.Ao final de cada área temos um confronto com Crackman, que estará pilotando alguma engenhoca mecânica gigante, relembrando o saudoso Dr. Robotnik. Apesar dele tentar nos exterminar com estas geringonças, as batalhas contra o vilão são bastante simples, sendo necessário apenas disparar ininterruptamente enquanto se esquiva dos seus disparos.
As fases são simples e curtas, com inimigos que são abatidos com um ou dois tiros, salvo raríssimas exceções. Pelo caminho podemos coletar novos tipos de tiro, que ficarão conosco até tomarmos algum dano, e escudos. Ao final de cada uma passamos por uma sala bônus, onde podemos coletar algum upgrade para iniciar a etapa seguinte.
Apesar do visual simples, algumas fases oferecem trechos desafiadores e bem elaborados. Um deles põe o jogador para se esquivar entre lasers e minas que explodem com a aproximação e que requer uma boa dose de memorização e tentativas para serem superados.
Em outra temos que pular em mísseis no céu para chegar até a base aérea enquanto desviamos de pássaros robôs e lasers horizontais. Não é nada muito complicado, mas foi bastante divertido e poderia ter sido mais utilizado ao longo da aventura.
Talvez por ter uma origem mobile, Clash Force se manteve fiel demais à sua estrutura enxuta. Isto não é algo ruim, uma vez que ele reúne diversos elementos bacanas e ainda conta com uma excelente trilha sonora, o que só aumenta as doses nostálgicas. Porém, não seria de todo mal acrescentar mais alguns estágios e áreas para maximizar a vida útil do jogo.
Shoot 'em up só para baixinhos
A jogabilidade é simples ao máximo e de fácil compreensão. Só precisamos pular e atirar, podendo optar por tiros isolados ou segurando o botão de disparo rápido. Os saltos também podem ser curtos ou longos, basta apertar e segurar o respectivo botão. Com esses comandos, que possuem respostas muito precisas, fica fácil atravessar cada fase num piscar de olhos.Com a curta duração de cada estágio, é possível concluir o jogo todo em menos de 40 minutos. É muito pouco para jogadores experientes ou que já têm intimidade com o gênero, e isso pode fazer com que Clash Force seja pouco atraente. Porém, isso o torna ideal para um outro nicho: as crianças.
Existem muitos pais que querem apresentar para os filhos títulos que relembrem os clássicos da sua época, mas sem o mesmo nível de dificuldade, e eventual frustração, de pesos pesados como os já citados Mega Man e Contra. Clash Force torna-se ideal para isso, podendo inclusive ser a primeira platina de muitos pequenos players da nova geração.
Ele possui três níveis de dificuldade: Normal, Moderado e Perito. Entretanto, mesmo no mais elevado, as armadilhas e inimigos não apresentam tanto desafio assim, o que torna a aventura bastante simples de lidar. Basta aprender o padrão em que as coisas acontecem e fica tudo bem tranquilo.
É bom, mas poderia ser melhor
Clash Force é um jogo bom, bonito e barato, mas um tanto quanto curto. Para quem busca algo objetivo ou só quer colocar mais uma platina na conta, ele é ideal. Entretanto, quem procura algo mais hardcore pode se sentir um pouco desapontado com a facilidade de se superar os obstáculos propostos.Prós
- Fases que alternam bem entre trechos simples e outros mais complexos;
- Estágios com plataformas móveis são desafiadores e bem bolados;
- Visual colorido e cartunesco traz uma boa sensação de nostalgia;
- Jogabilidade simples e precisa;
- Excelente trilha sonora.
Contra
- O jogo tem poucos estágios, que também são curtos;
- Power-ups pouco variados;
- Lutas contra os chefes são simples demais.
Clash Force — PC/PS4/Switch/XBO — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: José Carlos Alves
Análise publicada com cópia digital adquirida pelo redator