10 - Genji: Dawn of Samurai
Desenvolvido pela Game Republic, o título foi lançado para o PlayStation 2 em uma época marcada pela alta do gênero hack and slash na indústria dos jogos, o que talvez explique o fato de poucas pessoas conhecerem o título. Na prática, controlamos Minamoto Yoshitsune, que após terminar seu retiro nas montanhas retorna para vingar a morte de seu pai contra o clã Taira. Ao seu lado está seu servo e amigo Benkei, um brutamontes que carrega um enorme tacape. Durante o jogo podemos intercalar a jogabilidade entre os dois, usando Yoshitsune em trechos que exigem movimentação mais ágil e um combate veloz, enquanto o oposto é servido por Benkei, causando grande dano e destruindo obstáculos no mapa. No geral, a franquia recebeu boas notas e trazia combates muito empolgantes, principalmente contra os chefões, rendendo ainda uma continuação para o PlayStation 3.9 - Total War: Shogun II
Total War: Shogun II (PC) representa não só um tremendo avanço em relação ao seu antecessor, como também é considerado por muitos um dos melhores títulos da série Total War. Através das mecânicas próprias da estratégia em tempo real, temos noção da dimensão e da confusão presentes em uma guerra do Japão medieval. As batalhas eram compostas por grandes exércitos, o que exigia muita estratégia e organização por parte do jogador.A continuação ainda contava com melhorias no combate naval, emboscadas e missões de assassinato através de unidades especiais como ninjas e kunoichis (feminino de ninja), além de uma customização mais elaborada para os seus generais. A série Total War se mantém viva até hoje, contudo, essa versão continua sendo recomendada, principalmente quando o assunto é samurai.
8 - For Honor
Sei que a temática em For Honor (Multi) não é totalmente voltada para o tema de nossa matéria, mas o capricho da Ubisoft em retratar elementos históricos me obrigam a considerá-lo na lista. Afinal de contas, a casta samurai está muito bem representada nas muitas variações de classe do jogo. Um exemplo são os Kensei com sua gigantesca nodachi e seu yoroi (armadura) caracterizado pela presença do Mempo (máscara/protetor facial) com um imenso bigode, muito utilizado por generais na época por representar poder. Também podemos citar as Nobushi equipadas com suas Naginata, armamento amplamente utilizado em batalhas campais da época devido a vantagem do alcance, dentre outras variações.Vale reparar nos mapas que retratam antigos castelos repletos de torres, florestas marcadas pela beleza das cerejeiras e seus vastos bambuzais. O jogo sofreu muito inicialmente com problemas de instabilidade nos servidores e demora para encontrar partidas, mas levando em consideração que a Ubisoft continua lançando novas atualizações e os novos conteúdos que são produzidos para mídias sociais, acreditamos que a questão tenha sido remediada.
7 - Samurai Warriors
O gênero musou, muito popular no Japão e que aqui sempre agradou um nicho de jogadores, consiste em controlar personagens muito poderosos em campos de batalhas repleto de soldados comuns (os famosos minions) comandados por líderes mais desafiadores. Aproveitando a fama de Dynasty Warriors, baseado na cultura chinesa, a Omega Force lançou Samurai Warriors em 2004 contando com a mesma temática, porém ambientado no período Sengoku, com seus ilustres personagens e figuras folclóricas como Oda Nobunaga, Ieyasu Tokugawa, Amaterasu, entre outros. Enfrentar diversos oponentes ao mesmo tempo e com habilidades devastadoras é uma mistura empolgante. Não é a toa que a Koei Tecmo continua apostando em seu sucesso até os dias e hoje.6 - Shadow Tactics: Blades of the Shogun
Outro RTS que pode ter passado despercebido por muitos de vocês, e que possui uma jogabilidade e personagens muito divertidos caso você curta esse gênero de estratégia. Produzido pela Mimimi Games, a mesma do recém-lançado Desperados III, Shadow Tactics: Blades of the Shogun (Multi) transporta o jogador para uma ficção baseada no período Edo. Nela, o Shogun atual foi capaz de unificar o poder do território japonês, porém um guerreiro chamado Kage-sama surge e passa a ameaçar o poder da realeza.Para impedí-lo, o Shogun ordena que Oshiro Mugen, um samurai a seu serviço, cuide da ameaça. A fim de auxiliá-lo na missão ele contrata quatro guerreiros, cada um com sua especialidade: Hayato, um ninja experiente em assassinatos; Yuki, um jovem das ruas especialista em infiltrações e sabotagens; Aiko, uma sedutora Kunoichi; Takuma, um experiente atirador e fabricador de armas. O jogador precisa equilibrar ação e furtividade, tirando o melhor proveito de cada integrante do grupo.
5 - Bushido Blade 2
Lançado pela Squaresoft, uma das empresas mais ativas na época do PlayStation, Bushido Blade 2 é de um jogo de luta diferenciado pela questão da letalidade do combate, que para época era seu grande chamariz e diferencial dos demais títulos. Enquanto nos jogos tradicionais tínhamos a barra de vida, em Bushido Blade cada golpe pode ser fatal.Não se expor de maneira desnecessária e aproveitar as brechas do inimigos eram aspectos fundamentais para sair vitorioso. Na trama vivenciamos uma disputa entre dois clãs centenários: o clã Sue e o clã Kagami. A escola Shainto - descendente dos Sue - decide atacar o dojo adversário Nakuragami Shintoryu a fim de reconquistar sua espada lendária e redimir a honra de seus antepassados, expulsos deste lugar pelo clã Kagami. Na campanha escolhemos o membro de um dos clãs, enfrentando integrantes do rival em sequências de fases em mapas abertos.
4 - Way of the Samurai
Apesar de não ter a relevância no ocidente que eu achei que teria, Way of the Samurai chamou minha atenção na época, pois parecia prezar pelo realismo de um combate samurai. A campanha se passa após a queda do Xogunato Tokugawa e o início do período Meiji, época conhecida como o início da queda dos samurais, com muitos deles passando a viver como ronins (andarilhos) e oferecendo seus serviços a quem pudesse contratá-los.Nesse contexto, controlamos um ronin chamado Kenji, recém chegado em um posto avançado chamado de Rokkotsu Pass, repleto de vilarejos e comércios locais. O lugar é alvo de uma disputa política e comercial entre o governo - que na época buscava a centralização dos poderes -, a família Kurou - conhecida por controlar a região e extorquir seus moradores - e o clã Akadama - um grupo separatista dos Kurou que decide expulsar o governo do local e se opor à tirania dos Kurou. Nesse fogo cruzado precisamos escolher lados e tomar decisões que impactarão na perspectiva da história.
3 - Onimusha
Os bastidores de Onimusha possuem uma curiosidade interessante. Um dos responsáveis do projeto era o criador de Mega Man, Keiji Inafune, e sua ideia era aproveitar o sucesso da franquia Resident Evil em meados de 1997. A proposta seria fazer uma versão medieval dos zumbis baseada no período Sengoku para o Nintendo 64 e que acabou culminando no lançamento para PlayStation 2 em 2001.No enredo controlamos Samanosuke Akechi, um guerreiro renomado que recebe uma carta de sua prima, a princesa Yuuki, informando a morte do daimyo (senhor feudal) Oda Nobunaga e que o castelo estava tomado por criaturas conhecidas como Gemma. Samanosuke então parte ao resgate de sua parente acompanhado da kunoichi Kaede. Para ajudá-lo a enfrentar as forças obscuras dos Gemma, ele recebe uma manopla com o poder do clã Oni (demônios), capaz de absorver a energia de inimigos derrotados e usá-la em golpes especiais.
A jogabilidade de Onimusha fazia um misto do Resident Evil clássico com a famosa movimentação de tanque onde precisávamos girar o personagem na direção em que desejássemos andar e o combate intenso dos hack and slash. Onimusha foi um grande sucesso no PlayStation 2, rendendo mais três continuações e até hoje deixa os fãs ansiosos pelo retorno da franquia. Recentemente a Capcom lançou uma remasterização do primeiro título que conta com gráficos aprimorados. Quem sabe não seja indício do retorno triunfante de Samanosuke?
2 - Samurai Shodown
Os jogos de luta não poderiam ficar de fora dessa lista e quando o assunto é samurai lembramos logo do saudoso Samurai Shodown. O jogo foi produzido pela SNK na época em que os fliperamas ainda reinavam nos anos 90 e posteriormente teve seu merecido lugar nos consoles. Na trama o mundo era acometido pelo caos e guerras graças a influência do maligno Shiro Tokisada Amakusa, uma vez derrotado no Xogunato Tokugawa, mas que agora retornava para mergulhar a raça humana em sofrimento. No seu caminho ele encontrará guerreiros habilidosos, cada um com seus objetivos e que unirão esforços para derrotar sua ameaça.Como personagem principal, temos o ronin Haohmaru, claramente inspirado no famoso samurai Miyamoto Musashi, que viaja pelo Japão em busca do aprimoramento de sua arte com a espada. As lutas em Samurai Shodown possuem uma movimentação mais lenta comparada a outros jogos, mas compensam pela brutalidade dos seus golpes que para época eram um espanto, pela quantidade de sangue e desmembramentos nas finalizações. Recentemente a franquia recebeu uma continuação, recontando os fatos da série entre o original de 1993 e o quinto título lançado em 2003, sendo um excelente ponto de partida para iniciantes e um título obrigatório aos fãs.
1 - Nioh
Nioh foi uma grata surpresa em meio à febre dos jogos souls like. Indo muito além de apenas copiar seus elementos, ele os adaptou em uma temática própria situada em meados do ano 1600, ao final do período Sengoku onde Tokugawa Ieyasu comandava os esforços para unificar o Japão. Na pele do marinheiro William Adams, perseguimos o feiticeiro inglês Edward Kelly até as terras nipônicas. No local, William é recrutado por Tokugawa e treinado na arte da espada para combater os youkais que parecem estar relacionados com o propósito do vilão principal.O que me leva a colocar Nioh no topo da lista é o fato dele unir o máximo de elementos que considero importantes em uma temática samurai. William Adams realmente existiu e foi o primeiro navegador inglês a pisar em terras japonesas. Além disso, o jogo apresenta diversos personagens importantes da história do Japão como Hattori Hanzo, Oda Nobunaga, o próprio Tokugawa, entre muitos outros. Sem contar a mistura entre fatos históricos e folclore japonês, trazendo criaturas lendárias como o chefe Umibozu, youkai que causava gigantes ondas, destruia embarcações e atormentava marinheiros à noite.
Se já não fosse suficiente, seu sistema de combate traz uma riqueza de variações e posturas como jamais demonstrada em qualquer outro jogo do tipo. Tive a oportunidade de praticar Kenjutsu por um tempo e reconhecer todas as posturas utilizadas é algo incrível e só enaltece o capricho dos desenvolvedores. Os combates baseados no estilo Dark Souls combinam muito bem com o verdadeiro combate samurai, valorizando a cautela, a percepção de oportunidades e a precisão nos movimentos. A grande variedade de armas e armaduras só aprimoram ainda mais a riqueza dos detalhes: katanas, naginatas, kusarigama e arcos longos são alguns dos armamentos históricos que encontramos aqui.
Uma sequência foi lançada pela Koei Tecmo em 2020, mas infelizmente não trouxe o mesmo apelo histórico de seu antecessor. O que não desmerece a qualidade dos demais fatores, tornando a franquia mais do que recomendada para qualquer amante da cultura em torno dos samurais.
Essa foi a nossa lista de jogos que, para aqueles que ainda não puderam experimentar Ghost of Tsushima, terão boas horas de diversão e imersão na rica cultura japonesa.
Revisão: Icaro Sousa