Salvo no último minuto
Antes de mais nada, é preciso entender a origem de Ultracore. Ele foi desenvolvido pela Digital Illusions em 1994 sob o nome Hardcore e seria lançado para Sega Genesis, Amiga e Sega CD. Porém, a Psygnosys, que distribuiria o game, achou que ele não faria sucesso, uma vez que os consoles de 32-bits estavam para chegar no mercado, trazendo diversas inovações e melhorias, com uma biblioteca bem mais elaborada. Então, mesmo praticamente finalizado e com algumas prévias publicadas em revistas, Hardcore foi cancelado.O tempo passou, o projeto foi engavetado e a Digital Illusions tornou-se a DICE, responsável por nomes expressivos como Battlefield, Mirror's Edge e Star Wars Battlefront. Mesmo com Hardcore nunca tendo chegado ao mercado, alguns vídeos do jogo foram vazados, o que ajudou a gerar interesse neste título esquecido.
Fiel às suas raízes
Ultracore foi finalizado para ser exatamente como seria em 1994; logo, não seria novidade que o título apresentasse alguns aspectos que são considerados ultrapassados na atual geração. Os desenvolvedores até tentaram adicionar novas fases que incluíam a pilotagem de um tanque, porém isso acabou ficando de fora.As batalhas contra os chefes — grandes robôs com um poder devastador — merecem destaque por serem bem bacanas. Não se trata de uma inovação, mas eles têm diferentes padrões de ataque que exigem atenção do jogador na hora de escapar. Não basta ficar só atirando e pulando, é necessário ter uma esquiva precisa ou eles vão consumir algumas vidas preciosas.
Possuímos uma arma básica com tiros infinitos. Outras podem ser encontradas pelo caminho e, uma vez adquiridas, usadas livremente; todas partilham da mesma quantidade de munição, que pode ser achada ao longo do jogo. Existem pequenos itens que servem para aumentar a força dos disparos. Cada arma pode ser aprimorada duas vezes, e podemos ainda usar bombas, que servem para liquidar diversos inimigos de uma vez só.
Caminhos secretos através das paredes podem ser encontrados depois do uso das bombas, disparando-as em rachaduras ou até mesmo indo em direção a um beco, que esconde um novo corredor. Nestes locais, estão diversos itens úteis como munição, vidas, moedas (que dão uma vida extra a cada 50 coletadas) e relógios, que aumentam o contador de tempo que o jogador tem disponível para a conclusão da fase.
Não custava nada…
Infelizmente, Ultracore não possui nenhuma adição relevante, se mantendo restrito ao que já havia sido projetado. O único diferencial acrescentado foram efeitos sonoros mais elaborados. O menu principal nos dá a opção de escolher se a reprodução deles será a clássica ou a nova.O jogo segue os moldes do controle padrão do Genesis, que possuía apenas os botões A, B e C. Logo, só é possível utilizar esta configuração, sem outras possibilidades de customização, fazendo com que sobre um botão no layout dos controles atuais (triângulo para PS4/PSVita e X no Nintendo Switch). Nele, foi colocada a função de tiro rápido, onde basta segurá-lo e vários disparos consecutivos são realizados.
O que o menu de comandos não mostra é que os tiros também podem ser feitos com os gatilhos, o que torna tudo muito mais confortável. Ainda assim, não seria de todo um mal poder escolher livremente a função de cada botão.
Pura nostalgia
Ultracore é uma daquelas lendas antigas que felizmente saiu do imaginário e veio para a vida dos jogadores. É ótima a nostalgia que o jogo traz, mesmo que mais de 25 anos depois de ser projetado. Também não dá para fugir da sensação dele estar um pouco ultrapassado, mas para quem busca uma diversão clássica, ele é a escolha ideal.Prós
- Desafiador na medida certa;
- Batalhas contra os chefes são bem divertidas;
- Trilha sonora remixada e moderna;
- Jogabilidade rápida e precisa.
Contras
- Não é possível customizar os botões;
- Só existe a opção de continuar via password, pois o jogo não tem salvamento;
- Não tem como assoprar a fita.
Ultracore — PS4/PSVita/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela ININ Games