Integração
No futuro, um processo chamado Integração possibilita que humanos possam transplantar seus cérebros para corpos robóticos, evitando que doenças, fome, e até a idade sejam um problema. O processo de Integração, a princípio, se mostra interessante, mas muitos humanos passaram a ser integrados de maneira forçada, tornando-os reféns de grupos opressores como a Rayonne, que deseja dominar o mundo fazendo uso deste processo.Romer Shoal é um integrado e um experiente piloto de graviciclo, uma espécie de nave flutuante com acomodação para um piloto e que pode ser usada tanto para esporte quanto para atividades militares. A história começa com Shoal sendo acuado por Black Shuck, o nêmesis da história, em uma colossal fortaleza voadora. Uma tentativa de fuga de outros prisioneiros também favorece Romer, que se junta a seus novos “amigos” e acaba por se tornar líder deles em um levante contra a Rayonne e no sonho de encontrar uma forma de se tornarem humanos novamente.
Romer, o piloto e líder
Dominar o controle do graviciclo é o ponto crucial para conseguir jogar Disintegration, o que resume a “metade FPS” do jogo. O jogador controla o veículo em primeira pessoa, e não há a possibilidade de jogar fora dele. Durante as missões, você é responsável por controlar e combater como Romer e a liderar sua equipe no campo de batalha, dando ordens diretas de movimento, interação com itens, comandos para utilizar os ataques especiais deles e ordens diretas de ataque contra inimigos específicos.Romer Shoal é o líder em incursões rebeldes, auxilando seus aliados em combate de forma ofensiva e provendo apoio operacional |
A visão do jogador é totalmente em primeira pessoa |
O scanner visual destaca pontos de interesse no campo de batalha |
Dominar o controle do graviciclo é fundamental, assim como saber orientar seus aliados. Mas cuidado para não se tornar um alvo fácil no processo. |
Cada membro da equipe também tem à sua disposição uma habilidade especial, que após ser usada necessita de um tempo de descanso para que possa ser utilizada novamente. Granadas, chuva de mísseis, áreas de lentidão e abalos sísmicos são algumas das habilidades que são selecionadas usando os direcionais, cada um correspondendo a um dos até quatro membros da equipe. Uma linha de ação é exibida na tela de Romer, projetando o raio de ação da habilidade e, ao selecionar o alvo, basta pressionar o botão de ordem para que o membro a use.
Liberdade? Nem tanto! Muita ação? Às vezes!
A jogabilidade em Disintegration, depois que se pega a manha dos controles do graviciclo, é divertida, permitindo até algumas raras manobras para flanquear grupos de inimigos com uma boa coordenação com sua equipe de solo, mas liberdade é algo que não chega a ser bem aproveitado aqui. Durante a campanha principal você controla diferentes modelos de graviciclos, alguns mais ágeis, por serem leves, e outros nem tanto, por serem mais pesados. O arsenal deles também não pode ser selecionado pelo jogador, fazendo com que lutemos em algumas missões, muitas vezes, com uma arma muito boa, mas em outras com uma menos potente ou que não nos adaptamos muito bem.O mesmo se aplica para a equipe de solo. Não é possível selecionar quem vai acompanhar Romer na missão ou quais habilidades deseja equipar neles. Tudo é pré-determinado e roteirizado. Então não se apegue a uma arma ou habilidade, pois nem sempre ela estará disponível para você. A única coisa que se pode fazer é equipar chips de atualização, que melhoram os status de Romer e seus aliados de forma permanente, como mais saúde, mais defesa, velocidade de carregamento, tempo reduzido para uso de habilidades, etc.
Chips de atualização são usados para melhorar os atributos de Romer e seus aliados antes de cada missão |
Multiplayer online? Temos também, mas calma
Um dos pontos que poderia destacar Disintegration é seu modo multiplayer online. Poderia, pois a experiência não foi a mais agradável que se espera em um jogo com um forte potencial para esse tipo de abordagem. Dê uma olhada nesse trailer antes de continuarmos.Bem legal, né? Também achei! O jogador seleciona times já prontos para competir, cada um com visual, arsenal e esquadrões únicos, podendo ser levemente customizados com novas cores e acessórios desbloqueados com pontos obtidos no jogo, frutos de vitórias, conclusão de desafios ou através de microtransações. Sim, temos essa prática aqui, em pleno ano de 2020 e num jogo que não é gratuito para jogar. Mesmo que sejam apenas para fins estéticos, eu desaprovo isso veementemente, mas não vou me aprofundar nesse assunto hoje.
Créditos podem ser obtidos com dinheiro real para comprar itens cosméticos no modo multiplayer |
Repare no canto inferior direito, nos quase 10 minutos aguardando para encontrar uma partida |
Uma novidade diferente
Para um projeto com pessoas veteranas no mercado, uma equipe pequena, e sendo o game de estreia do estúdio, acho que Disintegration foi um bom começo para a V1 Interactive, mas com pontos que merecem atenção para agradar um público maior. Conta ainda com uma narrativa de ficção científica bem legal, com personagens apresentando personalidades fortes e bem características. Acho que inclusive daria uma boa série para a Netflix. Uma nova abordagem em jogabilidade, misturando dois gêneros bem distintos, com um modo multiplayer – que mesmo não tendo o melhor serviço, pode melhorar – fazem deste um título interessante pra quem gosta de novidades.A jogabilidade misturada, esse “FPS-RTS”, é bem estranha no início, mas eu me peguei jogando bem sério depois que peguei a manha dos controles. Sabe quando você até senta direito pra jogar? Pois é! Um ponto final antes de encerrar é sobre o preço. Curiosamente ele está mais barato nos consoles do que no Steam. É um jogo que recomendo pegar numa promoção. E, se o multiplayer estiver menos lerdo até lá, melhor ainda.
Prós
- Jogabilidade única, misturando a ação de um FPS com a estratégia de um RTS;
- História cinematográfica, com personagens esbanjando personalidade;
- Multiplayer online promissor.
Contras
- Jogabilidade exigente para controlar simultaneamente o graviciclo e o esquadrão
- Quedas de performance pontuais em momentos de muita ação na tela;
- Estrutura de missões muito linear, com etapas muito semelhantes;
- Falta de liberdade para customizar o arsenal e habilidades da equipe durante a campanha;
- Multiplayer online com longas esperas para encontrar uma partida;
- Microtransações em um jogo que não é gratuito para jogar.
Disintegration – PC/PS4/XBO – Nota: 6.0Versão utilizada para análise: PS4
Análise feita com cópia digital cedida pela Private Division
Revisão: José Carlos Alves