Análise: Huntdown (Multi) — Salve a cidade antes que ela te mate

Encarne um grupo de caçadores de recompensas que precisam exterminar as gangues que estão no comando de tudo.

em 21/05/2020
Uma cidade controlada por gangues está mergulhada no caos. Tecnologia e destruição se misturam em meio às ruínas de um lugar sem esperança. Os cidadãos estão assustados e a polícia não se opõe, o que faz de um trio de mercenários a única salvação de todos.




Parece a premissa de um filme dos anos 1980, mas é nesse ambiente inóspito que se situa Huntdown (Multi). O título de ação chega às plataformas mostrando que com os elementos certos e uma dose certeira de nostalgia, pode-se conseguir uma grande aventura.

Caçada perigosa

Em Huntdown, podemos assumir o papel de três caçadores de recompensas: Anna Conda, John Sawyer e Mow Man. A única diferença entre eles são suas armas primárias, tanto a de fogo quanto a usada para ataques corpo a corpo, e as clássicas frases clichês que soltam enquanto matam hordas de inimigos pelos cenários. Um fator estranho é que podemos alternar entre o trio a qualquer momento durante a fase ao preço de reiniciá-la, mas nunca antes dela.

No mais, a movimentação deles é a mesma. É possível correr, pular, se esquivar, buscar cobertura em garagens ou blocos e descer de lugares altos. O deslocamento é bastante ágil e fluido, porém, em momentos que exigem muita rapidez, como em algumas batalhas contra chefes, é bem comum não dar tempo de buscar uma plataforma abaixo do personagem, comando executado com o botão de pulo e a seta para baixo. Logo, acontece a execução de um salto equivocado.

Com a exceção desta única ressalva, o ritmo de jogo imposto é bastante dinâmico e agradável. Não demora muito para o jogador se acostumar com o revezamento entre se deslocar atirando e buscar cobertura em áreas mais críticas.

Um dos pontos positivos de Huntdown é sua enorme variedade de armas. Elas podem ser encontradas pelo cenário ou derrubadas por algum membro de gangue abatido. O jogador tem a possibilidade de carregar consigo apenas mais uma arma extra, seja ela de fogo ou de combate físico. Elas podem variar entre katanas, tacos de hóquei, lança-granadas, metralhadoras, rifles, disparadores de lasers ou bazucas.


O que torna tudo mais interessante é que nenhuma delas tem munição infinita, exceto pelas iniciais. Isso aumenta a necessidade da troca constante de equipamentos para progredir pelo cenário.

Na mão das gangues

O jogo possui 20 fases, divididas em quatro áreas, cada uma controlada por uma gangue: os Hoodlum Dolls são um grupo de punks que destruíram os subúrbios; os Misconducts são jogadores de hóquei que dominaram os subterrâneos pelos túneis do metrô; os Heatseekers são formados por um grupo de motoqueiros que estão usando o complexo industrial para práticas ilícitas; e os N°1 Suspects são ninjas e artistas marciais que comandam o centro da cidade.

Cada bando de marginais possui uma identidade visual própria, o que enriquece os detalhes de cada cenário, como pichações, veículos, uniformes e equipamentos dos capangas. Tudo isso é acompanhado de uma excelente trilha sonora, que auxilia ainda mais em criar a sensação de estarmos em um filme.


Ao final de cada fase, temos que enfrentar um chefe, membro principal da gangue. Alguns confrontos são bem bolados e interessantes, pois envolvem utilizar o espaço e até o armamento do meliante ao seu favor. Já outros se baseiam em mais do mesmo, que é atirar, desviar e repetir até a queda do inimigo, o que chega a ser um pouco maçante e cansativo.

Além da conclusão do cenário, que nos permite avançar para o próximo, é possível atingir três outros objetivos, visando o 100%. Eles consistem em não perder nenhuma vida, matar um número específico de inimigos e achar três maletas espalhadas em pontos estratégicos.


Infelizmente, essas metas não possuem nenhum outro atrativo além da conclusão total da área. Isto as torna um tanto quanto desinteressantes em relação à diversão de progredir em meio aos diversos marginais utilizando diferentes tipos de armas.

Outro ponto que deixa a desejar é a dificuldade do jogo. Existem quatro níveis: fácil, médio, difícil e badass. Porém, a única diferença de fato entre eles é o tamanho da barra de vida do protagonista, que passa de cinco para três pontos. O modo badass, no qual não se pode tomar dano, chega a ser um pouco mais desafiador,  mas ainda assim não é algo tão chamativo.

Uma caçada prazerosa

Huntdown foi feito para ser simples, divertido e viciante. Seus deslizes não chegam a comprometer a experiência e sua atmosfera é ideal para fãs de ação com visual retrô. As diversas inspirações e referências a obras cinematográficas como Blade Runner, Warriors e Akira farão os jogadores se sentirem no mais puro do universo cyberpunk.

Prós

  • Jogabilidade dinâmica;
  • Grande variedade de armas;
  • Ambiente de cada área muito bem representado por elementos visuais e trilha sonora;
  • Algumas batalhas contra chefes são bem interessantes e demandam estratégia.

Contras

  • Não dá para escolher o personagem antes da fase, só durante;
  • Em trechos em que é necessário trocar de plataforma rapidamente, o comando de descer de lugar pode falhar;
  • Algumas batalhas de chefes são repetitivas;
  • Pouca variação entre os níveis de dificuldade.
Huntdowm — PC/PS4/Switch/XBO — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Coffee Stain


é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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