Conforme nos aproximamos da data de lançamento de Final Fantasy VII Remake (PS4), mais e mais novidades vão sendo reveladas. As fotos, vídeos, comentários e, sobretudo, a versão de demonstração mostram que teremos muitas mudanças em relação ao game original. Nessa matéria especial, vamos falar um pouco sobre as novidades desse título que promete ser incrível.
Um remake muito aguardado
Lançado em 1997 para o saudoso PlayStation, Final Fantasy VII (PS/PC), ou FFVII, foi um grande sucesso. São muitos os aspectos que tornaram esse RPG japonês um fenômeno técnico e, até certo ponto, cultural: história original e envolvente, personagens marcantes, ótima produção técnica, mecânicas de jogo competentes, entre outros. Em um console de tantos clássicos, ele é considerado por muitos como um dos melhores.
Como tudo começou...
Devido a sua história de sucesso, quando a versão remake de FFVII foi anunciada em 2015 de forma exclusiva para o PS4 uma grande expectativa foi gerada. Afinal, recriar um game tão clássico e querido seria certamente uma tarefa complexa e exigente. Com o passar do tempo, Final Fantasy VII Remake (PS4) recebeu informações de forma mais esparsa, sendo que as mais relevantes começaram a chegar principalmente em 2019.
... e como vai começar agora!
É interessante ressaltar o tempo de cinco anos desde o anúncio oficial. A produtora Square Enix certamente procurou produzir um título da mais alta qualidade, como pode ser visto nos vídeos e na demonstração disponibilizadas (que será detalhada mais adiante). A comparação do trailer divulgado em 2015 com o material de 2020 é um bom exemplo de que a produção foi refinada com o passar dos anos.
Outro ponto relevante é a presença de profissionais que estiveram presentes no game original. Nomes como Yoshinori Kitase (produtor), Kazushige Nojima (redator) e Nobuo Uematsu (compositor) são alguns exemplos de peso. Todos eles participaram da produção de vários títulos da série Final Fantasy, incluindo o VII do PS. Logo, mesmo que o remake traga muitas novidades, é possível esperar que ele também irá manter o charme e qualidade tradicionais.
Capas de FFVII (esquerda) e FFVII Remake
Todas as expectativas, por fim, irão ser testadas no dia 10 de abril de 2020. Até lá, a melhor forma de curtir um pouco do game é através da já citada demonstração. Ainda que ela tenha uma duração limitada e não permita ao jogador carregar o seu progresso para o game completo, a demo certamente fornece uma boa noção do que podemos esperar.
Uma demonstração (de um jogo) de respeito
A demo de Final Fantasy VII Remake foi liberada na PlayStation Store em 2 de março de 2020. Através dessa demonstração, que dura em média 50 minutos, os jogadores podem ver na prática todas as informações e mudanças divulgadas até então. Aliás, caso o leitor ainda não a tenha testado, deixo aqui um conselho: faça o download e aproveite, pois ela vale muito a pena.
O conteúdo disponibilizado consiste em uma parte do primeiro capítulo do game completo: o grupo eco-terrorista AVALANCHE recruta o mercenário Cloud Strife, o protagonista do jogo, para ajudar na missão de destruir um reator Mako em Midgar. Além do protagonista Cloud, personagens como Barret Wallace, Tifa Lockhart e Aerith Gainsborough se destacam durante o game.
Aerith nos introduz ao mundo de FFVII Remake
Os reatores Mako são responsáveis por extrair energia do planeta e, assim, abastecer uma indústria e sociedade altamente avançadas. A companhia Shinra é a maior responsável pelo processo, o que levou o grupo AVALANCHE a tomá-la o alvo principal. Ao final da “missão”, a demonstração infelizmente acaba, deixando um gostinho de quero mais.
Várias versões especiais do título foram disponibilizadas, incluindo a incrível edição 1st Class
Mesmo que a demo compreenda apenas uma pequena parte do game, podemos inferir muitas coisas sobre FFVII através dela. Temos exploração de cenários, itens para serem coletados, vários combates diferentes e até mesmo um chefão no final. Com todos esses elementos, a jogabilidade básica e as principais mecânicas podem ser apreciadas de forma satisfatória.
Antes de falar nas mudanças “estruturais” em relação ao game original, quero deixar aqui alguns comentários em relação à produção de FFVII Remake. Comparar o poder de processamento do PS com o PS4 é injusto; ainda assim, a qualidade é tão alta que merece ser ressaltada. Deixo o destaque a transição entre batalhas, cutscenes e exploração, que é muito suave e mantém o clima de imersão no universo do game.
Os gráficos do game estão excelentes, no padrão mais alto que o console da Sony pode oferecer. O nível de detalhes é absurdo, com texturas de muita qualidade. Dois exemplos simples que saltam aos olhos são os cabelos dos personagens e as faíscas resultantes das batalhas. Embora menores no contexto geral, a fluidez deles demonstra o esmero em construir um título visualmente incrível.
Finalmente um teste “real”
A maior e mais significativa novidade, entretanto, é o sistema de combate. Enquanto a versão original operava por turnos, como um RPG clássico, o Remake é um jogo de ação dinâmico (com alguns elementos de RPG). É possível movimentar os personagens livremente pelo cenário e executar golpes diretamente.
O poderoso Limit de Cloud: Cross-Slash
Em outras palavras, uma mudança drástica em relação ao original. Há a opção, entretanto, de um modo chamado “classic”, onde os personagens agem de forma independente e o jogador precisa apenas ativar habilidades especiais e usar itens. Mesmo que ele tente, de certa forma, emular o sistema clássico de combate, no final o modo prejudica o que o game tem de melhor: a jogabilidade.
Atacar, defender e esquivar são movimentos intuitivos e fluídos, gerando uma jogabilidade dinâmica e divertida. O sistema de combate exige um bom equilíbrio, pois os inimigos são variados e possuem habilidades interessantes. O jogador pode trocar entre os personagens que estiverem na equipe (somente Barret nesta demo), aumentando ainda mais as possibilidades das estratégias.
Fica a expectativa para podermos formar novas equipes
Um dos elementos que foram mantidos do original é a barra ATB (do inglês Active Time Battle). Ela tem a função de controlar a frequência com que habilidades e movimentos especiais, como Limits, possam ser utilizados. A barra ATB agora também limita o uso de itens, tornando a rotação no controle dos personagens no grupo essencial nas batalhas.
A troca do gênero RPG por turnos por RPG de ação não foi feita de maneira arbitrária. Pelo contrário: conforme pode ser conferido na demo, FFVII Remake terá mecânicas de jogo variadas e bem implementadas. Um exemplo claro são as formas que podemos controlar Cloud. Ele tem dois modos diferentes, chamados Operator e Punisher: O primeiro é mais equilibrado, enquanto o segundo prioriza ataques poderosos.
O momento perfeito para atacar
Outra importância de atacar é poder preencher a chamada barra de pressão. Golpes específicos aceleram esse processo, como magias de trovão em inimigos mecânicos. Quando essa barra é preenchida, os inimigos ficam em um estado atordoado e, assim, recebem mais dano que o normal. A batalha contra o chefe final deixa clara a utilidade desse recurso.
Fugindo um pouco da demonstração, a presença de invocações já foi confirmada pela produtora. Cada personagem poderá ter um item de invocação equipado, que trará uma barra que será preenchida durante as batalhas. Quando completada, a criatura poderá ser invocada para a batalha em tempo real.
Invocações, como Shiva e sua magia de gelo, serão parte importante do jogo
A invocação irá funcionar como um membro do time, mas sendo controlada pelo game. Comandos específicos, entretanto, poderão ser ordenados diretamente a elas. Outro ponto já confirmado na versão completa de FFVII Remake é que a cidade de Midgar será o foco do jogo e terá um grande mapa para ser explorado, com diversas missões e coisas para fazer.
Agora é esperar para ver
Falta menos de um mês para o lançamento de Final Fantasy VII Remake (PS4). Depois das informações divulgadas, a demonstração confirmou que, embora traga mudanças significativas, o novo game deverá ser incrível. Gráficos de ponta, jogabilidade fluída e todo o carisma da história e personagens clássicos são algumas das suas qualidades. O negócio é aguardar para ver se essa nova versão será um sucesso como a original.
Temos um candidato a jogo do ano de 2020?
Revisão: Mariana Mussi S. Infanti
Matheus Senna de Oliveira
é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank. Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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