Granblue Fantasy é uma franquia multimídia de grande sucesso, especialmente no Japão. Sua origem é um RPG lançado para browsers e smartphones que, mesmo não tendo sido lançado oficialmente no Ocidente, pode ser jogado em inglês. A Cygames, dona de sua propriedade intelectual, decidiu então investir em outras obras, incluindo jogos de outros estilos.
Um deles é Granblue Fantasy: Versus, um título de luta desenvolvido pela Arc System Works (Guilty Gear, Blazblue) baseado no universo Granblue, e que chegou agora ao Ocidente tanto no PS4 quanto no PC. Pensado para agradar um público fã de RPGs que pode não ter tanta familiaridade com o gênero, ele também oferece um modo RPG e faz um esforço significativo para respeitar as suas origens.
Mergulhando no combate e no universo de Granblue
Dentro do vasto universo de Granblue, Versus oferece desde o início 11 personagens jogáveis (Gran, Katalina, Ladiva, Lancelot, Percival, Lowain, Charlotta, Zeta, Ferry, Metera e Vaseraga) e é possível desbloquear Beelzebub ao terminar o Modo RPG. Além deles, já é possível jogar com a personagem Narmaya adquirindo o primeiro passe de personagens, que também libera Beelzebub precocemente e inclui os futuros lançamentos de Soriz, Djeeta e Zooey.
Apesar do elenco poder parecer reduzido para quem está acostumado a jogos de luta maiores, a falta de personagens não é de forma alguma um dos problemas do jogo. Todos os que já estão presentes oferecem uma boa variedade para o jogador explorar e encontrar o que se adequa melhor ao seu estilo. Narmaya, por exemplo, é muito técnica. Sua espada possui duas formas (embainhada e livre), e isso muda fundamentalmente o seu estilo de combate. Já Beelzebub é um típico boss final de jogo de luta com áreas de efeito e golpes que ocupam a tela, mas lento e com habilidades de movimentação bastante arriscadas.
De forma geral também, o jogo é mais lento do que o usual da desenvolvedora, o que pessoalmente não me agrada. Mas é claro que há personagens como Zeta, que permitem combos mais velozes, exigindo apenas gastar um tempo para aprendê-los. Infelizmente, mesmo com a simplificação dos botões de técnicas, sinto que o jogo é mais complicado para a realização de combos do que deveria, sendo necessário conhecer mais a fundo os golpes e cancelamentos possíveis. Por esse motivo, ele acaba sendo mais denso do que um jogo realmente pensado para iniciantes.
Como esperado, o modo online oferece tanto lobbies regionais quanto o modo ranqueado. Depois de realizar algumas batalhas tutoriais para ser nivelado para o online, o jogador pode optar entre uma delas. A primeira pode ser usada para competições casuais, conversar com outros jogadores, etc. Nela é possível escolher um servidor, e isso ajuda a tornar as partidas mais rápidas (selecionar o lobby brasileiro pode reduzir o delay a algo irrisório). Já a parte competitiva pode demorar bastante, com jogadores que cancelam as batalhas e muito, muito tempo de espera.
Além das batalhas
Além dos modos versus, arcade e online, o jogo conta também, como mencionei anteriormente, com um modo RPG. Ao invés de ser um RPG baseado em turnos ou algo do tipo, a escolha do jogo é aproveitar o funcionamento das lutas e fazer um sidescroller estilo Dragon’s Crown. Com leves alterações nos controles, ele oferece uma experiência sólida e bem interessante, que inclui batalhas contra inimigos comuns e chefes variados e desafiadores.
Em algumas das fases, é possível inclusive pedir ajuda online e lutar em coop com outro jogador. Infelizmente, o tempo de espera nesses casos é ainda maior do que a ranqueada, sendo mais interessante usar um aliado CPU entre os personagens desbloqueados para o modo RPG. Além de personagens, cores e armas diferentes são obtidas realizando as quests, tendo o jogo um sistema de fortalecimento de equipamento similar ao que é encontrado em jogos mobile do gênero.
A história também apresenta de forma instigante a lore da franquia, deixando o jogador com vontade de conhecer ainda mais do que ela tem a oferecer. O único problema que notei pessoalmente é que há trechos de fala erroneamente sem texto, em que os personagens estão falando, mas o diálogo é comido e substituído por uma caixa vazia.
A versão de PC especificamente conta com suporte a teclado e mouse, mas é mais recomendável usar um controle pela natureza do jogo e a variedade de botões envolvidos. Em termos de visual, é possível alterar a resolução e modificar atributos como sombras e anti-aliasing individualmente. Vale ressaltar que o jogo tem um visual cel-shaded muito bonito e sua performance é boa (com lock em 60fps).
De forma geral, Granblue Fantasy: Versus é um pacote e tanto para quem gosta de jogos de luta ou tem interesse nos mesmos e curte o universo de Granblue. Ao invés de ser apenas um extra, o modo RPG de ação é realmente divertido e utiliza bem os fundamentos do jogo de luta, que traz uma gameplay com boa profundidade técnica para se aprender. Mesmo com um modo online que pode demandar muito tempo de espera, é um jogo que vale muito a pena e que pode ser bem apreciado no PC.
Prós
- Um pacote que inclui não apenas um jogo de luta como também um RPG de ação sidescroller;
- Visual cel-shaded impressionante;
- Os personagens oferecem boa diversidade de gameplay;
- Tradução para o português recheada de gírias e humor;
- História bem trabalhada que instiga o jogador a querer conhecer mais a fundo o lore.
Contras
- As partidas ranqueadas e pedidos de coop online para o Modo RPG podem demorar muito para dar match;
- Alguns trechos do modo RPG têm blocos de textos faltando.
Granblue Fantasy: Versus — PC/PS4 — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games