Análise: Vanquish (Multi) é ação original e divertida com tiroteios do início ao fim

Mesmo pouco conhecido, o título é obrigatório para quem curte um bom jogo de tiro e ação.

em 26/02/2020
A cada nova geração de videogames, várias pérolas surgem e, muitas vezes, nem ficamos sabendo que elas existem. Eventualmente, entretanto, esses títulos recebem novas chances por meio de coletâneas e remasterizações. Vanquish (Multi) é um excelente exemplo, pois apesar de não ser tão famoso, suas jogabilidade e mecânicas de jogo merecem ser reconhecidas. Vista sua armadura e pegue suas armas, pois a análise vai começar.

Mais um feliz aniversário!

Vanquish (Multi) teve seu lançamento original em outubro de 2010 para PS3 e Xbox 360, chegando posteriormente para PC. Com sua pegada altamente futurista e tecnológica, o game trouxe muita ação com mecânicas de tiro e movimentação únicas. De certa forma, creio que a melhor definição seria um “shooter hack and slash”, conforme veremos mais adiante.

Comemorando o aniversário de dez anos do título (ainda que de maneira aproximada), o título recebeu uma remasterização para a geração atual de consoles. A coletânea Bayonetta & Vanquish 10th Anniversary Bundle (PS4/XBO) chegou em 18 de fevereiro de 2020 e, além de Vanquish, ela trouxe também Bayonetta (Multi), um hack and slash mais clássico com a voluptuosa bruxa mais famosa dos games.
Diferentes e excelentes: Bayonetta e Vanquish
Ambos os títulos foram remasterizados, podendo chegar a uma resolução de 4K com 60 FPS nos consoles PlayStation 4 Pro e Xbox One X. As versões do PS4 e do Xbox One também se beneficiam com um desempenho mais rápido e suave. Enquanto no mundo digital os games podem ser obtidos separadamente ou em conjunto (com desconto), a versão física traz ambos em uma caixa de metal com artes especiais.
Uma coletânea cheia de ação
Mesmo tendo sido bem avaliado pelos fãs e pela crítica, o título da PlatinumGames dirigido por Shinji Mikami, diretor de Resident Evil 4 (Multi) e Dino Crisis (Multi), não foi muito popular. Logo, essa oportunidade oferecida pela remasterização publicada pela Sega é perfeita para introduzir o game para um novo público, além de torná-lo mais facilmente disponível para quem já o conhece.

Introduzindo a história

O game se passa em um futuro em que o planeta tem poucos recursos devido à superpopulação mundial. Em uma tentativa de melhorar a crise no setor de energia, uma gigantesca estação espacial americana, que captura e transmite energia solar, foi construída e lançada no espaço. A estrutura, entretanto, é invadida por um grupo de terroristas russos.
O jogo começa com uma intensa batalha espacial
Para demonstrar o poder destrutivo da estação, a cidade de São Francisco é dizimada por uma imensa rajada de energia. Assim, os terroristas demandam que o governo americano se renda aos vilões, ou então Nova Iorque será o próximo alvo. Em uma tentativa de recuperar a valiosa estrutura, e impedir maiores casualidades, dois grupos são enviados para o espaço.

O primeiro é a Companhia Bravo, uma espécie de exército espacial. Já o segundo é composto por um homem só: Sam Gideon, agente especial da DARPA que conta com uma poderosa armadura chamada ARS. Ela confere ao protagonista grande velocidade, mobilidade e reflexos ampliados, praticamente tornando o tempo mais lento.
Sam Gideon inicia a sua aventura no espaço
Além da ARS, o protagonista também conta com o equipamento chamado BLADE. Ele consiste em uma arma especial que pode se transformar em outras. Embora na prática só seja possível ter três opções de cópias ao mesmo tempo, ver a BLADE se transformando é sempre muito legal. Também é possível evoluir cada uma delas em versões mais poderosas. Dois tipos de granadas complementam o arsenal.
BLADE em transformação
No controle do agente Sam, o jogador deve explorar a gigantesca estação, em meio a combates intensos, chefes poderosos e algumas reviravoltas na história. Embora em alguns momentos ela seja um pouco chata, o seu final é bem interessante e deixa oportunidades para uma continuação. A interação entre os personagens é bastante caricata, rendendo vários momentos divertidos.

Uma experiência única

Tal como mencionado anteriormente, o game é um verdadeiro “shooter hack and slash”. Não sei se o termo existe formalmente, mas é assim que eu o vejo: os combates dinâmicos que exigem habilidade, provenientes do gênero hack and slash, encontram as mecânicas de tiro que requerem precisão e cadência. Vanquish traz essa mistura de forma única e envolvente.
Tiroteios de tirar o fôlego
Os recursos da ARS proporcionam uma jogabilidade extremamente dinâmica. É possível se movimentar rapidamente pelo cenário e executar tiros precisos com a habilidade que aumenta os reflexos de Sam, que na prática reduz a velocidade do tempo. A questão é saber administrar a barra de energia da armadura: um uso excessivo sobreaquece o equipamento, exigindo um tempo de recuperação mais longo.
Escapar dos disparos inimigos e contra-atacar com a ajuda da ARS é incrível
Sinceramente, não me recordo de ter jogado nada parecido. No que se refere aos disparos em si, o game não é tão dinâmico quanto os jogos de tiro tradicionais. Afinal, derrotar os inimigos exige vários disparos e muita movimentação pelo cenário. Mas tudo ocorre de forma tão fluida que o game se torna rápido, intenso e, sobretudo, muito divertido.
Lutar contra chefes é um dos pontos altos do game
A mecânica de cobertura também é interessante, conferindo alguns instantes de segurança para o jogador recarregar e recuperar a energia. Mas a melhor estratégia é se mover rapidamente, reduzindo a velocidade dos disparos inimigos, e atirar sem dó. Além de eficiente, dessa forma todo combate se torna uma aventura épica. Quick time events complementam a jogatina.

Um ótimo jogo... e nada mais

O subtítulo pode soar estranho, mas infelizmente ele define bem esta remasterização. Vanquish é, por si só, um ótimo game, conforme pudemos conferir ao longo desta análise. A questão é que temos somente isso: um jogo muito bom, atualizado com melhor resolução e taxa de quadros, mas sem nenhum outro adicional.

Se lembrarmos de que a nova versão do game chega como uma espécie de comemoração de aniversário, tal ausência de novidades é ainda mais grave. História curta e a ausência de modos de jogo diferentes, por exemplo, são dois problemas que poderiam ter sido amainados. A única opção são os desafios táticos, que consistem em colocar Sam e um grupo de soldados contra várias ondas de inimigos em um mesmo cenário.
No geral, o visual do game é bonito e grandioso
Logo, novas opções de jogo seriam interessantes. Outra possibilidade seria uma melhoria técnica nos gráficos do game. Eles nem de longe são ruins, com belas explosões, robôs metálicos bem construídos e disparos com raios faiscantes e rápidos. Em câmera lenta, inclusive, é ainda mais impressionante curtir esses efeitos.

A questão é que os modelos e texturas dos personagens e cenários mereciam um refinamento. Os dez anos não foram muito generosos, e elementos como cabelos e árvores deixam clara a idade do game. Tecnicamente, entretanto, o game roda sem quedas de frame rate e com carregamentos muito rápidos.
Apesar das suas qualidades, algumas melhorias na texturas seriam importantes
Divertido e desafiador, com os níveis de dificuldade bem definidos e proporcionando um equilíbrio adequado, faltou um pouquinho para Vanquish ser ainda mais incrível. Extras como skins e artes exclusivas seriam adições valiosas. Ficamos apenas com o jogo e sua alta qualidade, que inclusive tem potencial para voos ainda mais altos em possíveis continuações.

Hack and slash + tiro = muita diversão

Comemorando seu aniversário de dez anos, a nova versão de Vanquish (Multi) foi uma agradável surpresa. Sua ambientação futurista é original e interessante, sendo que o maior destaque vai para as suas incríveis jogabilidade e mecânicas de tiro: desviar, atirar e recarregar nunca foram ações tão épicas. Mesmo com uma campanha um pouco curta e falta de opções para continuar jogando, o game é uma experiência única para quem curte muita ação e aventura.
Pronto para muita ação em Vanquish?

Prós

  • Remasterização tecnicamente excelente;
  • Jogabilidade e mecânicas de jogo originais são divertidas, emocionantes e muito bem implementadas;
  • Ainda que precisassem de uma atualização, gráficos são bonitos e têm belos designs;
  • Enredo interessante e único, inclusive com potencial para futuros títulos;
  • Nível de dificuldade é bem balanceado.

Contras

  • Remasterização poderia ter trazido mais atrações, como melhoria nas texturas, artes exclusivas, skins diferentes etc;
  • Problemas inerentes ao próprio jogo: história um pouco arrastada, campanha curta e falta de opções para continuar a curtir o game.
Vanquish - PS4/Xbox One - Nota 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
E você, leitor? Já havia curtido Vanquish? Gostou do trabalho de remasterização do game? Deixe a sua opinião.
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Sega

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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