A cada nova geração de videogames, várias pérolas surgem e, muitas vezes, nem ficamos sabendo que elas existem. Eventualmente, entretanto, esses títulos recebem novas chances por meio de coletâneas e remasterizações.
Vanquish (Multi) é um excelente exemplo, pois apesar de não ser tão famoso, suas jogabilidade e mecânicas de jogo merecem ser reconhecidas. Vista sua armadura e pegue suas armas, pois a análise vai começar.
Mais um feliz aniversário!
Vanquish (Multi) teve seu lançamento original em outubro de 2010 para
PS3 e
Xbox 360, chegando posteriormente para
PC. Com sua pegada altamente futurista e tecnológica, o game trouxe muita ação com mecânicas de tiro e movimentação únicas. De certa forma, creio que a melhor definição seria um “
shooter hack and slash”, conforme veremos mais adiante.
Comemorando o aniversário de dez anos do título (ainda que de maneira aproximada), o título recebeu uma remasterização para a geração atual de consoles. A coletânea
Bayonetta & Vanquish 10th Anniversary Bundle (PS4/XBO) chegou em 18 de fevereiro de 2020 e, além de Vanquish, ela trouxe também
Bayonetta (Multi), um hack and slash mais clássico com a voluptuosa bruxa mais famosa dos games.
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Diferentes e excelentes: Bayonetta e Vanquish |
Ambos os títulos foram remasterizados, podendo chegar a uma resolução de 4K com 60 FPS nos consoles
PlayStation 4 Pro e
Xbox One X. As versões do
PS4 e do
Xbox One também se beneficiam com um desempenho mais rápido e suave. Enquanto no mundo digital os games podem ser obtidos separadamente ou em conjunto (com desconto), a versão física traz ambos em uma caixa de metal com artes especiais.
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Uma coletânea cheia de ação |
Mesmo tendo sido bem avaliado pelos fãs e pela crítica, o título da
PlatinumGames dirigido por
Shinji Mikami, diretor de
Resident Evil 4 (Multi) e
Dino Crisis (Multi), não foi muito popular. Logo, essa oportunidade oferecida pela remasterização publicada pela Sega é perfeita para introduzir o game para um novo público, além de torná-lo mais facilmente disponível para quem já o conhece.
Introduzindo a história
O game se passa em um futuro em que o planeta tem poucos recursos devido à superpopulação mundial. Em uma tentativa de melhorar a crise no setor de energia, uma gigantesca estação espacial americana, que captura e transmite energia solar, foi construída e lançada no espaço. A estrutura, entretanto, é invadida por um grupo de terroristas russos.
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O jogo começa com uma intensa batalha espacial |
Para demonstrar o poder destrutivo da estação, a cidade de São Francisco é dizimada por uma imensa rajada de energia. Assim, os terroristas demandam que o governo americano se renda aos vilões, ou então Nova Iorque será o próximo alvo. Em uma tentativa de recuperar a valiosa estrutura, e impedir maiores casualidades, dois grupos são enviados para o espaço.
O primeiro é a Companhia Bravo, uma espécie de exército espacial. Já o segundo é composto por um homem só:
Sam Gideon, agente especial da
DARPA que conta com uma poderosa armadura chamada
ARS. Ela confere ao protagonista grande velocidade, mobilidade e reflexos ampliados, praticamente tornando o tempo mais lento.
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Sam Gideon inicia a sua aventura no espaço |
Além da
ARS, o protagonista também conta com o equipamento chamado
BLADE. Ele consiste em uma arma especial que pode se transformar em outras. Embora na prática só seja possível ter três opções de cópias ao mesmo tempo, ver a
BLADE se transformando é sempre muito legal. Também é possível evoluir cada uma delas em versões mais poderosas. Dois tipos de granadas complementam o arsenal.
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BLADE em transformação |
No controle do agente
Sam, o jogador deve explorar a gigantesca estação, em meio a combates intensos, chefes poderosos e algumas reviravoltas na história. Embora em alguns momentos ela seja um pouco chata, o seu final é bem interessante e deixa oportunidades para uma continuação. A interação entre os personagens é bastante caricata, rendendo vários momentos divertidos.
Uma experiência única
Tal como mencionado anteriormente, o game é um verdadeiro “
shooter hack and slash”. Não sei se o termo existe formalmente, mas é assim que eu o vejo: os combates dinâmicos que exigem habilidade, provenientes do gênero
hack and slash, encontram as mecânicas de tiro que requerem precisão e cadência. Vanquish traz essa mistura de forma única e envolvente.
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Tiroteios de tirar o fôlego |
Os recursos da
ARS proporcionam uma jogabilidade extremamente dinâmica. É possível se movimentar rapidamente pelo cenário e executar tiros precisos com a habilidade que aumenta os reflexos de Sam, que na prática reduz a velocidade do tempo. A questão é saber administrar a barra de energia da armadura: um uso excessivo sobreaquece o equipamento, exigindo um tempo de recuperação mais longo.
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Escapar dos disparos inimigos e contra-atacar com a ajuda da ARS é incrível |
Sinceramente, não me recordo de ter jogado nada parecido. No que se refere aos disparos em si, o game não é tão dinâmico quanto os jogos de tiro tradicionais. Afinal, derrotar os inimigos exige vários disparos e muita movimentação pelo cenário. Mas tudo ocorre de forma tão fluida que o game se torna rápido, intenso e, sobretudo, muito divertido.
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Lutar contra chefes é um dos pontos altos do game |
A mecânica de cobertura também é interessante, conferindo alguns instantes de segurança para o jogador recarregar e recuperar a energia. Mas a melhor estratégia é se mover rapidamente, reduzindo a velocidade dos disparos inimigos, e atirar sem dó. Além de eficiente, dessa forma todo combate se torna uma aventura épica.
Quick time events complementam a jogatina.
Um ótimo jogo... e nada mais
O subtítulo pode soar estranho, mas infelizmente ele define bem esta remasterização. Vanquish é, por si só, um ótimo game, conforme pudemos conferir ao longo desta análise. A questão é que temos somente isso: um jogo muito bom, atualizado com melhor resolução e taxa de quadros, mas sem nenhum outro adicional.
Se lembrarmos de que a nova versão do game chega como uma espécie de comemoração de aniversário, tal ausência de novidades é ainda mais grave. História curta e a ausência de modos de jogo diferentes, por exemplo, são dois problemas que poderiam ter sido amainados. A única opção são os desafios táticos, que consistem em colocar Sam e um grupo de soldados contra várias ondas de inimigos em um mesmo cenário.
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No geral, o visual do game é bonito e grandioso |
Logo, novas opções de jogo seriam interessantes. Outra possibilidade seria uma melhoria técnica nos gráficos do game. Eles nem de longe são ruins, com belas explosões, robôs metálicos bem construídos e disparos com raios faiscantes e rápidos. Em câmera lenta, inclusive, é ainda mais impressionante curtir esses efeitos.
A questão é que os modelos e texturas dos personagens e cenários mereciam um refinamento. Os dez anos não foram muito generosos, e elementos como cabelos e árvores deixam clara a idade do game. Tecnicamente, entretanto, o game roda sem quedas de
frame rate e com carregamentos muito rápidos.
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Apesar das suas qualidades, algumas melhorias na texturas seriam importantes |
Divertido e desafiador, com os níveis de dificuldade bem definidos e proporcionando um equilíbrio adequado, faltou um pouquinho para Vanquish ser ainda mais incrível. Extras como skins e artes exclusivas seriam adições valiosas. Ficamos apenas com o jogo e sua alta qualidade, que inclusive tem potencial para voos ainda mais altos em possíveis continuações.
Hack and slash + tiro = muita diversão
Comemorando seu aniversário de dez anos, a nova versão de
Vanquish (Multi) foi uma agradável surpresa. Sua ambientação futurista é original e interessante, sendo que o maior destaque vai para as suas incríveis jogabilidade e mecânicas de tiro: desviar, atirar e recarregar nunca foram ações tão épicas. Mesmo com uma campanha um pouco curta e falta de opções para continuar jogando, o game é uma experiência única para quem curte muita ação e aventura.
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Pronto para muita ação em Vanquish? |
Prós
- Remasterização tecnicamente excelente;
- Jogabilidade e mecânicas de jogo originais são divertidas, emocionantes e muito bem implementadas;
- Ainda que precisassem de uma atualização, gráficos são bonitos e têm belos designs;
- Enredo interessante e único, inclusive com potencial para futuros títulos;
- Nível de dificuldade é bem balanceado.
Contras
- Remasterização poderia ter trazido mais atrações, como melhoria nas texturas, artes exclusivas, skins diferentes etc;
- Problemas inerentes ao próprio jogo: história um pouco arrastada, campanha curta e falta de opções para continuar a curtir o game.
Vanquish - PS4/Xbox One - Nota 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
E você, leitor? Já havia curtido Vanquish? Gostou do trabalho de remasterização do game? Deixe a sua opinião.
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Sega