Total War: Three Kingdoms
A franquia Total War está no mercado desde o início do século. Embora seja relativamente nova em comparação com outras séries mais clássicas, como Civilization e Age of Empires, a saga da desenvolvedora Creative Assembly alcançou um grande sucesso ao redor do mundo. Misturando estratégia por turnos com batalhas em tempo real, Total War consegue se reinventar dentro de sua fórmula ao apresentar diferentes eras da história humana em seus jogos, como a Idade Média em Medieval II, o império romano em Rome II e até mesmo o Japão feudal em Shogun II.
Three Kingdoms leva os jogadores novamente ao Oriente, mas, dessa vez, o pano de fundo é a queda da dinastia Han e a luta de diversos líderes pelo trono imperial da China. O período dos Três Reinos foi um momento conturbado da história do país, permeado por batalhas, revoltas e traições. O jogo permite que você escolha qualquer um dos lados dessa guerra e lute para unificar o império sob seu comando. Administrar seus povoados, gerenciar seus exércitos e utilizar o excelente sistema diplomático de Three Kingdoms são apenas parte das várias horas de diversão que o título me proporcionou. Se você for fã de filmes de kung fu e se interessar pela cultura chinesa, assim como eu, terá ainda mais motivos para curtir essa ótima abordagem do conflito histórico.
Wargroove
Uma grata surpresa do mercado indie de 2019 foi Wargroove, um jogo de estratégia por turnos desenvolvido pela Chucklefish. A primeira vista, pode parecer uma cópia pixelizada de Fire Emblem, porém o título possui um charme próprio que o diferencia da franquia da Nintendo. Além dos protagonistas, você produz e controla unidades básicas do exército para avançar contra seus oponentes. Os personagens principais, tanto heróis como vilões, são carismáticos e podem utilizar habilidades únicas ao longo das batalhas, capazes de mudar o rumo das lutas. É preciso planejar bem seus movimentos e escolher com cuidado a hora de acionar seu poder especial. Wargroove pode ser um pouco desafiador no início, então recomendo jogar em uma dificuldade mais baixa até pegar o ritmo das partidas. De qualquer modo, é bastante recompensador sentir que sua estratégia funcionou e você conseguiu derrotar aquele inimigo implacável.The House in Fata Morgana: Dreams of Revenant Edition
Temos uma boa quantidade de visual novel disponível para o público ocidental. No entanto, em meio a tantos jogos do gênero, podemos ficar ligeiramente perdidos e indecisos sobre qual escolher, além do medo de perdermos tempo com uma história de qualidade duvidosa. Sempre tive vontade de experimentar outras além de Ace Attorney, mas nunca soube exatamente por onde começar. The House in Fata Morgana me chamou a atenção por dois motivos: a sinopse, pelo fato de, obviamente, o enredo ser o maior apelo de títulos desse tipo; e pelo estilo dos desenhos que, ao invés de serem do tradicional estilo animê ao qual estamos acostumados, se aventura por um traço diferente, que parece ser inspirado em pinturas do Romantismo e do Impressionismo. Por sinal, essa escolha estética combina extremamente bem com a atmosfera trágica e sombria da história.
Todos os personagens foram escritos de forma excepcional e são retratados de maneira ambígua, o que faz o jogador questionar seus próprios sentimentos sobre cada um deles. Os vilões têm qualidades e podem se redimir, enquanto os heróis têm defeitos e podem se corromper. Em meio a isso tudo, há uma história de amor que supera o próprio tempo. Dreams of Revenant Edition conta com o jogo original, a prequel que explora o passado de alguns personagens, uma sequência que mostra o futuro (infelizmente, nessa parte, a desenvolvedora Novectacle abandona o estilo original e abraça a estética animê) e uma série de mini-histórias que revela mais sobre aspectos secundários do enredo principal. Se você está em busca de uma história de amor e redenção misturada com suspense e tragédias, essa visual novel é a pedida certa. Nunca antes fiquei tão marcado por personagens fictícios.
Age of Empires II: Definitive Edition
Uma das mais clássicas franquias de RTS de todos os tempos está, aos poucos, voltando a ativa. Após o Age of Empires original ter recebido uma versão definitiva em 2017, o segundo e mais popular título da série de estratégia em tempo real ganhou uma excelente repaginada nesse ano. Além de trazer melhorias de qualidade de vida e uma atualização nos gráficos, Age of Empires II: Definitive Edition também veio com novas civilizações, campanhas e unidades, além de alterações no balanceamento das facções antigas. Essa edição ainda traz tutoriais avançados, algo excelente para instruir os novatos ou, até mesmo, ensinar novos truques para velhos guerreiros. Alguns updates continuam sendo lançados com o intuito de corrigir eventuais bugs e melhorar ainda mais a experiência dos jogadores. Sem dúvidas, é um título capaz de render centenas de horas de diversão. Construir um império medieval enquanto aniquila seus rivais se tornou uma experiência mais vívida do que nunca.Pokémon Sword and Shield
Apesar de toda polêmica que cercou esses jogos, não posso negar que eles conquistaram meu coração. A estreia da oitava geração dos monstrinhos de bolso, por mais que tenha seus problemas e carências, revelou uma abordagem interessante para a franquia. Controvérsias à parte, Pokémon Sword/Shield apresenta o maior mundo já visto na franquia, sobretudo devido a introdução da Wild Area, um enorme campo repleto de diferentes tipos de monstrinhos, a qual eu perdi horas explorando. Além disso, as Max Raid Battles, provavelmente inspiradas em Pokémon Go, também adicionam tanto um novo desafio quanto uma nova atividade para fazer com amigos.
Particularmente, o fim da National Dex não me incomodou antes do lançamento e muito menos depois, tendo em vista que todas as áreas (não só a Wild Area) pareciam habitadas por tipos diversos de Pokémon, muito mais do que em gerações passadas. Certamente, o quesito gráfico poderia melhorar (especialmente as texturas), mas nada que gerasse um grande incômodo. A qualidade das animações, principalmente de ataques mais fortes e avançados, de fato melhorou em relação a jogos anteriores. Os golpes mais simples foram ligeiramente negligenciados (Double Kick, estou olhando para você), mas conseguem se sustentar dentro da qualidade geral. Pokémon Sword/Shield traz um novo sistema de ginásios, com batalhas muito mais épicas e trilha sonora fantástica, quase transportando você para a pele do seu avatar do jogo. A estreia da oitava geração tinha potencial para ser melhor, mas as ideias que o título traz podem ser muito bem aproveitadas e trabalhadas no futuro da franquia. Fico na torcida por uma Wild Area ainda maior, com mais atividades e ambientes, além de uma região ainda mais diversa e com um pós-jogo mais longo.
Misadventures of Laura Silver
Outra visual novel na lista, mas dessa vez uma curtinha e com elementos de investigação. Laura Silver é uma detetive paranóica que foi enviada à Tchecoslováquia para desvendar o caso do Vodnik, um monstro conhecido por afogar pessoas. Ao lado de seu assistente, Orewell Cooper, ela irá encontrar personagens estranhos e misteriosos. O título foi feito por um pequeno estúdio da Turquia e é visível o esforço colocado na produção. É um bom jogo para descobrir mais sobre mitologia eslava, exercitar a lógica e dar algumas risadas com as reações da protagonista. Misadventures of Laura Silver foi apenas a primeira parte da história, que continuará sendo lançada por capítulos. O episódio II já foi confirmado e possui uma página na Steam.Menções Honrosas - jogos que receberam conteúdo em 2019
- Total War: Warhammer II
De volta a franquia Total War, agora com a linha fantástica de jogos. Warhammer foi lançado em 2016 e seu sucessor chegou em 2017; no entanto, até hoje este último recebe atualizações e conteúdo extra, tanto pago quanto grátis. É notável a evolução do título desde sua estreia e a dedicação da Creative Assembly em melhorar cada vez mais a experiência dos jogadores. Cada DLC adiciona novos comandantes lendários, unidades e mecânicas exclusivas que ajudam a renovar a vontade de explorar o mesmo mapa, mesmo que você já o tenha dominado centenas de vezes. Além disso, possuir o primeiro Warhammer desbloqueia uma nova campanha que pode ser jogada com as raças e personagens antigas, em conjunto com as facções introduzidas no segundo jogo. De longe, Warhammer II foi o título ao qual eu mais dediquei tempo (e dinheiro) em 2019. A desenvolvedora já confirmou que a saga será uma trilogia, então fico na torcida pelo anúncio de Warhammer III o quanto antes.
- Assassin’s Creed: Odyssey
Talvez o maior jogo da série já lançado, tanto em tamanho, quanto em qualidade, a aventura grega da Ubisoft melhora as mecânicas introduzidas em Assassin’s Creed: Origins e as expande. É preciso muitas e muitas horas para explorar a totalidade do enorme mapa da Grécia, descobrir seus locais e realizar todas as missões secundárias. O conteúdo extra foi dividido em duas histórias, cada uma com três capítulos. “O Legado da Primeira Lâmina” e “O Destino de Atlântida” adicionam mais tempo de jogo, além de explorarem outras histórias ligadas ao título base. Vale a pena o tempo gasto nessa odisséia, pela sua jogabilidade divertida e sua história interessante.
Essa foi minha lista de melhores jogos do ano. Todos eles são capazes de proporcionar horas de diversão, caso o gênero deles faça seu estilo. Depois de 2019 ter sido um grande ano para a indústria de games e seus fãs, só nos resta esperar que 2020 seja ainda melhor, com ainda mais lançamentos de peso e títulos promissores. Continue acompanhando o Blast para ficar por dentro das novidades!
Revisão: Farley Santos