Stay Cool, Kobayashi-san! A River City Ransom Story (Multi) é um título beat'em up da Arc System Works que traz uma bela arte em 16 bits, mas peca bastante em seu sistema de progressão repetitivo e enfadonho.
Uma desinteressante história maluca entre presente e futuro
O protagonista de Stay Cool, Kobayashi-san é nada Kobayashi-san, um integrante do grupo Big Four, composto por estudantes guerreiros do Colégio Reiho. Quando um amigo próximo é raptado por uma organização do mal misteriosa vinda do futuro, Kobayashi se junta a Mizoguchi, um jovem que veio do futuro para descobrir e impedir os planos da organização do mal, e a Kunio, um delinquente e rival cabeça quente de Kobayashi.A história conta com personagens, em sua maioria, bastante misteriosos. Conforme o jogador explora os cenários, novas figuras são encontradas que vão explicando de pouco a pouco os acontecimentos do título e o envolvimento do protagonista, tanto no presente quanto no futuro. Embora conte até mesmo com dublagem em japonês, é difícil se interessar pela história do título. Esse eventual desinteresse passa especialmente pelo fato de os encontros com NPCs serem aleatórios, tornando-os muitas vezes desconexos.
Descendo a porrada em bonequinhos coloridos
A jogabilidade de SCKS é basicamente voltada para o beat'em up. O objetivo do jogo é derrotar cinco chefes de cores diferentes. Para que tais chefes apareçam, basta derrotar 30 inimigos de suas respectivas cores.Os combates são bem simples. O jogador tem à sua disposição um botão de ataque que será esmagado todo o tempo e um botão para ataques especiais que podem ser carregados em níveis de um a três. Ao executar uma sequência de combos e arremessar um inimigo para frente ou para o alto, é possível apertar o botão de pulo e utilizar um ataque sequencial superveloz para causar mais dano ao oponente.
Fonte: Steam |
Derrotar os inimigos preenche a barra de Espírito no topo da tela. Ao preenchê-la, o jogador pode solicitar Mizoguchi para ativar um entre três tipos de auxílios diferentes. Recovery concede pontos de saúde para a dupla em tela; Helper chama um personagem extra para ajudar em combate por tempo limitado; e Power Up concede aumento temporário de força.
O grande defeito de Stay Cool, Kobayashi-san fica bastante aparente conforme o jogo progride. O título possui um objetivo apenas, mencionado acima, e permite que o jogador ande livremente por seus cenários limitados. Entrar e sair de uma área faz com que oponentes sejam gerados de forma aleatória. Ou seja, é preciso ficar rodeando pelos mesmos locais exaustivamente até encontrar os inimigos desejados. Derrotar o chefe azul, por exemplo, não faz com que inimigos azuis deixem de aparecer. É repetitivo e enfadonho.
As lutas contra os chefes poderiam ajudar a amenizar a sensação de repetição, mas nenhuma delas se destaca de maneira positiva. Controlar o personagem em tela é estranhamente lento, fazendo com que algumas batalhas sejam apenas uma combinação de esmagar botões e torcer para o chefe errar um eventual ataque mais poderoso.
Fonte: Steam |
Tentando dar uma sobrevida ao título
Derrotar chefes e concluir a história do game concede estrelas, que podem ser utilizadas para comprar melhorias definitivas para os personagens jogáveis do título, ampliando assim características como pontos de saúde e poder de ataque de Kobayashi e companhia.A "campanha" dura algo próximo de uma hora a uma hora e meia de jogatina. Graças à repetição dos combates e dos cenários, cada hora jogada parece ser equivalente a três horas de jogatina. E essa é uma sensação que não contribui em nada para a proposta de fator replay do título.
Há 20 finais disponíveis para serem desbloqueados, sendo separados por ranques de A a E. Ao derrotar o último chefe, o desempenho do jogador é medido através dos pontos acumulados e um ranque e um final é desbloqueado. O final de ranque A é considerado o final verdadeiro e, para obtê-lo, é preciso derrotar os chefes na ordem certa como indicado por Tödo Takeru, um dos NPCs encontrados durante os momentos de exploração.
Além da busca por finais diferentes, SCKS permite que o jogador descubra mais sobre a história conforme rejoga a campanha e visita os cenários, encontrando NPCs e tendo conversas que amarram a narrativa.
A busca por novos finais e por novos momentos de história e conversas é algo difícil dada a repetitividade do título. Seria imprescindível oferecer algo mais para o jogador além de melhorias desbloqueadas com estrelas e afins.
Beleza nostálgica
Stay Cool, Kobayashi-san adota uma estética em 16 bits bem bonita. Os personagens e cenários possuem vida graças a uma paleta de cores vibrantes. As animações dos sprites são boas e emulam bem os golpes desferidos durante as batalhas.Os cenários se dividem entre esgotos, locais abandonados, topo de prédios e até mesmo uma outra dimensão. Mesmo que tenha uma variedade legal de cenários, o vai e vem em busca de inimigos faz com que a repetitividade tire qualquer brilho dos locais visitados.
Fonte: Site oficial |
Stay Cool, Kobayashi-san! A River City Ransom Story (Multi) é um beat'em up que funciona em sua principal mecânica, que é a de descer a porrada em todo mundo. Os inimigos oferecem certo desafio ao utilizarem diferentes golpes durante as batalhas, mas alguns chefes parecem um tanto quanto agressivos em excesso. Kobayashi e sua trupe oferecem boa dose de poder graças principalmente às suas habilidades especiais. Entretanto, o título peca por trazer uma narrativa espalhada e um sistema de progressão fora do tradicional. O título da Arc System Works se beneficiaria de forma massiva se seguisse uma estrutura linear de fases. O vai e vem torna toda a experiência enfadonha e faz o fator replay desanimar qualquer jogador.
Prós
- Combates e habilidades especiais de Kobayashi e companhia;
- 20 finais diferentes;
- Visualmente nostálgico e charmoso.
Contras
- Vai e vem constante promove repetição exaustiva de lutas e cenários;
- Sistema de progressão chato à beça.
Stay Cool, Kobayashi-san! A River City Ransom Story — PS4/XBO/PC/Switch — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Xbox One