A temática pós-apocalíptica nos games, assim como a de ataques de mortos-vivos, parece nunca se esgotar. Mas isso não necessariamente caracteriza um problema, pois o que importa é se ela é bem implementada e oferece uma boa experiência.
Infected Shelter (PC), por exemplo, é um divertido
beat’em up onde enfrentamos mortos-vivos com um sistema de progressão original. Nesta análise, vamos conferir um pouco sobre esse bom jogo
Uma proposta clássica
Lançado para computadores em novembro de 2019, e produzido e publicado pela
Dark Blue Games,
Infected Shelter (PC) consiste, basicamente, em um violento
beat’em up que se passa em um futuro pós-apocalíptico. Em um abrigo onde um grupo de sobreviventes se protege de toda sorte de zumbis, monstros e vilões, diversos membros começam a ser sequestrados misteriosamente.
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Detone os inimigos em Infected Shelter |
O jogador, então, assume o papel de um personagem que deve sair da base e resgatar seus companheiros, além de descobrir a verdade por trás dos eventos. Para isso, devemos passar por cenários repletos de criaturas malignas, mas também cheios de armas, equipamentos e itens especiais para ajudar nos combates.
Apesar de eu ter usado o termo “violento”, vale ressaltar que graças ao design caricato dos personagens, a “violência” de Infected Shelter não é pesada. Lógico, temos personagens partidos ao meio e monstros queimados vivos, mas nada é muito intenso; na realidade, é até engraçado. Falando nisso, os gráficos, apesar de nada especiais, são bons, com visuais coloridos e originais.
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Cuidado ao manejar objetos cortantes... |
Temos quatro opções de personagens para escolher: uma garota roqueira, um homem gordo, um velhinho de cadeira de rodas e sua neta, e um homem com perna de pau. Embora funcionalmente eles sejam relativamente parecidos, cada um conta com seus atributos, visuais e ataques próprios, tornando a escolha entre eles significativa.
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Sempre respeite os mais velhos! |
Infected Shelter, assim como os jogos
beat’em up clássicos, tem um alto nível de dificuldade. Atacar os inimigos agressivamente pode resultar em uma morte rápida e o uso dos itens deve ser muito bem pensado. Saber esquivar, rolar e defender também é essencial, pois não temos um sistema de salvamento em meio às partidas.
A morte não é o fim
Ser morto no game nunca resulta em uma derrota total. A premissa básica de Infected Shelter, e sua maior originalidade, é que morrer nunca é em vão. Além do aprendizado que temos a cada nova rodada, o game permite ao jogador obter habilidades e recursos especiais permanentes através das chamadas
blueprints e das
infection samples.
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Ao final de cada partida, temos um relatório dos inimigos derrotados, blueprints e infection samples coletadas |
Assim, quando um personagem é derrotado, seu progresso na coleta desses itens é mantido, podendo ser acessado na próxima rodada. Um exemplo é a habilidade de recuperar a energia ao finalizarmos um inimigo. Depois de liberá-la, é possível torná-la ainda mais poderosa ao coletarmos mais
blueprints ao longo das partidas e depois comprá-la com as
infection samples coletadas.
Fica claro que Infected Shelter é uma espécie de RPG, mas que implementa as mecânicas de progressão de forma diferenciada. A evolução dos personagens ocorre de forma gradual e só começa a ser perceptível após o jogador morrer várias vezes. No contexto de “sobrevivência zumbi”, essa ideia traz uma novidade interessante e torna a experiência mais original.
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O game também tem algumas seções de plataforma |
Os ambientes do jogo são criados aleatoriamente. Ou seja, as estruturas dos cenários variam a cada nova rodada, como posição dos inimigos, itens e layout dos elementos na tela. Não espere uma mudança profunda, pois os ambientes são sempre os mesmos (floresta, mina, cidade, etc), mas ao menos não ficamos com uma sensação de repetição ao recomeçar a jogar. E acredite em mim, isso vai acontecer constantemente.
A dificuldade de Infected Shelter, como já mencionado anteriormente, é alta, e embora o sistema de progresso por mortes realmente ajude bastante, os inimigos e desafios crescem na mesma proporção. Por outro lado, o game não chega a ser injusto: a jogabilidade é muito boa e os comandos respondem bem, o que torna o avanço no jogo suficientemente justo.
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Os comandos respondem muito bem, seja para atacar ou para desviar |
Claro que ter um pouco de sorte de encontrar aquela arma especial pelo caminho ou um item para recuperar a vida é sempre útil. Mas, no frigir dos ovos, o que importa mesmo são a habilidade e o pensamento rápido. Fica a dica para o uso de um
joystick (como o próprio jogo sugere), que realmente facilita muito a jogatina.
Um ótimo beat’em up, mas nada além disso
A temática “combate aos zumbis”, apesar de um pouco batida na atualidade, é bem implementada. O jogo é divertido e tem uma quantidade significativa de coisas para obter. Outro destaque é a possibilidade de até quatro jogadores poderem participar (localmente). Os desenvolvedores prometem versões para os consoles
PS4,
Xbox One e
Switch (além de dispositivos
Mac e
Linux), mas sem datas confirmadas.
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O game é divertido e traz muita ação, mas sem muita profundidade |
Se por um lado bater em zumbis, decapitar monstros, utilizar itens como lança-chamas e maças, e ativar habilidades e itens malucos seja divertido, o game em si é um pouco raso. Embora eu reconheça que nesse tipo de gênero (
beat’em up) a jogabilidade e os desafios sejam mais importantes, creio que a história poderia ser mais relevante.
Alguns diálogos a mais aumentariam a motivação para continuar o jogo e descobrir novos personagens e eventos. E apesar de original, a mecânica de evolução depois da morte é, por várias vezes, frustrante. Perder uma arma especial, dinheiro e um conjunto de itens passivos fortes, todos duramente conquistados, é sempre triste.
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As lutas contra os chefes são especialmente difíceis |
O mais chato é ter que, a cada reinício do jogo, partir desde o começo. Mesmo com as fases sendo geradas aleatoriamente, a ordem dos temas dos cenários, as lojas para comprar itens e os chefões mantêm um padrão reconhecível. Creio que um sistema de salvamento, ainda que fosse somente entre pontos bem distantes, seria interessante.
Outro ponto interessante que poderia ser melhorado é o uso de itens cosméticos. Em minha opinião, o visual do game favorece muito a possibilidade de customizações. Os personagens já contam com suas próprias variações visuais e as roupas que conferem atributos aumentam esse leque, mas seria interessante que o jogador pudesse escolher e equipar seu próprio guarda-roupa.
Diversão sem compromisso
No final das contas,
Infected Shelter (PC) é um bom jogo para passar algum tempo, mas sem maiores atrativos. Sua jogabilidade é sólida, as mecânicas de jogo competentes e a dificuldade equilibrada, oferecendo divertidos combates contra hordas de monstros, zumbis e outros inimigos. Apesar de faltar um pouco de profundidade, as muitas opções de itens para obter e vilões para combater são ótimas para quem curte ação, sobretudo compartilhando o teclado com os amigos.
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Escolha seu personagem e parta para a luta! |
Prós
- Nível de dificuldade alto é equilibrado pelas mecânicas bem implementadas;
- Jogabilidade funciona bem, sobretudo utilizando joysticks;
- Boa variedade de itens, equipamentos, habilidades e inimigos diferentes;
- Modo cooperativo local para até quatro jogadores.
Contras
- Excesso de elementos na tela pode confundir em vários momentos;
- Apesar de ser rico em itens, equipamentos e habilidades, o game em si carece de mais profundidade e oferece pouco incentivo para continuar a ser jogado.
Infected Shelter - PC - Nota: 7.0
Análise produzida com cópia digital fornecida pela Dark Blue Games Ltd.
Revisão: Davi Sousa