Um hospital, corredores escuros e mortos-vivos
No entanto, é importante destacar que o jogo é apenas a introdução da história, tendo sido lançado no Japão como "capítulo 1". Com uma mentalidade de apenas introduzir a situação, o jogo acaba sendo curto e oferecendo uma experiência rasa. A história é mais um teaser de elementos interessantes a serem desenvolvidos do que algo bem amarrado e o gameplay é apenas básico.
Enquanto explora as áreas, a personagem irá encontrar alguns itens. A maior parte deles é para uso imediato (chaves para abrir portas ou dicas para resolver os pequenos puzzles de alguns locais). Após um determinado ponto, há criaturas humanóides que rondam as áreas e o jogador deve correr delas, pois se for pego tomará dano. Ao ser atacada, a personagem fica com a visão mais avermelhada e pode morrer se tomar muito dano.
Há também dois chefes no jogo, cuja resolução simples chega a ser até anticlimática. Há também um registro de pacientes que funciona de forma similar ao Student Tag dos jogos anteriores, mas que parecem um pouco fora do local. Afinal, a ideia desse sistema de colecionável era mostrar o quão terríveis eram as mortes ocasionadas na escola Heavenly Host, e os novos itens apenas indicam os motivos banais pelos quais as pessoas foram internadas no hospital, algo que não adiciona nada ao contexto para o jogador.
Um jogo curto que deixa em evidência suas falhas
Em termos técnicos, o jogo é apenas razoável. Graficamente o jogo é próximo de Corpse Party: Blood Drive, que também apresentava exploração 3D vista de cima. Ele utiliza bem a ambientação escura do hospital, mas não é particularmente inspirado exceto por uma criatura que se apresenta como um boss do jogo.
Já a parte sonora tem algumas escolhas ruins. Em especial, o fato de que o jogo quase não utiliza voz nos diálogos, sendo que a presença das falas dos personagens era um aspecto fundamental dos jogos anteriores. Mas também há uma oscilação na qualidade do uso da trilha e dos efeitos sonoros, enfraquecendo a experiência.
O fato do jogo ser mais curto também deixa mais em evidência problemas antigos da série. O escritor, Makoto Kedouin, tem uma tendência mórbida a brincar com o contexto de terror e adicionar elementos que apelam grosseiramente para um público otaku.
Na maioria dos jogos anteriores era fácil relevar os parcos elementos de fanservice pelo tom geral da obra ser muito envolvente e fazer com que esses momentos se apagassem no mar de eventos da história. Em Dead Patient, quando os diálogos decidem brincar com isso, com menções a calcinhas ou coisas relacionadas e deslocadas do contexto mais sério, o tom é completamente desconfortável, mesmo que não haja imagens tão explícitas quanto algumas presentes em outros jogos. Com o pouco tempo de jogo, há a sensação de que coisas mais importantes do desenvolvimento dos personagens e do contexto perderam espaço para essas digressões desnecessárias.
Outro aspecto falho são as configurações de controle. No teclado, o jogo opta por botões fixos que podem apenas ter suas funções trocadas no menu ao invés de algo verdadeiramente configurável. Além disso, mesmo com essa restrição, os botões indicados são os do controle e não as teclas que realmente devem ser apertadas. Isso empobrece o uso de teclado, que em jogos anteriores tinha sido bem executado.
Uma história em andamento
De forma geral, é difícil recomendar Corpse Party 2: Dead Patient no ponto em que ele está. Há elementos promissores a serem desenvolvidos em suas futuras sequências, mas a experiência é curta demais para realmente envolver o jogador em sua premissa e ambientação.Prós
- Bom uso de iluminação;
- Apresentação de elementos promissores que podem ser desenvolvidos nos próximos capítulos.
Contras
- Input do jogo no teclado não é verdadeiramente customizável;
- Uso reduzido de vozes;
- Curto e com uma história apenas introdutória.
Corpse Party 2 : Dead Patient - PC - Nota: 5.0
Revisão: Farley Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games