Porém, várias desenvolvedoras menores aproveitaram o nicho quase esquecido para fazer indies de ótima qualidade. Uma delas é a Visco Corporation, que criou duas pérolas para os arcades japoneses: VASARA (2000) e VASARA 2 (2001).
Agora, alguns anos depois, o pessoal da QUByte Interactive trouxe ambos para as plataformas desta geração e ainda adicionou um modo novo, com gráficos atualizados e modernos. O resultado disso foi VASARA Collection (Multi), e não poderia ter sido melhor.
Tiros, bombas e… espadas?!
O ambiente Vasara faz uma mistura curiosamente interessante. A série insere o contexto e personagens históricos do Japão feudal em meio a tiros, bombas e hordas avassaladoras de inimigos, características dos shoot'em ups tradicionais.
Logo, isso influencia na aparência dos inimigos, dos nossos personagens e até do ataque especial, que são idênticos a cortes precisos de uma espada. O visual dos chefes e sub comandantes é uma atração à parte, variando entre kaijus ao melhor estilo Gundam, criaturas mitológicas e até fortalezas.
Nossos heróis também não deixam por menos, com seus visuais inspirados em xoguns, samurais, ninjas, kunoichis e monges. Já os veículos trazem aspectos mais tecnológicos, misturados com traços animalescos de dragões, grifos e outras criaturas. Toda essa fusão cria um visual bastante único para o contexto do jogo, que conta até com atuações vocais em japonês e legendas em inglês.
Evolução perfeita
A mecânica tanto dos dois títulos originais quanto do modo de jogo novo é a mesma. Nossos poderes são amplificados ao pegarmos os power-ups pela tela e temos um golpe de espada que rebate projéteis. Em VASARA 1 preenchemos uma barra que, quando completa, torna esse ataque mais forte. Já em VASARA 2, este especial é usado como uma bomba de três slots. Os dois títulos são relativamente curtos. O primeiro possui seis fases. Já o segundo possui dois modos: o fácil, com seis, e o difícil, com 12.
No novo menu inserido, podemos escolher a dificuldade, o número de vidas, de bombas, de continuações e se queremos bordas para preencher o espaço deixado pela tela vertical com uma ilustração. Uma das opções disponíveis até permite mudar a disposição ascendente por uma progressão lateral, tanto da direita para a esquerda, quanto da esquerda para a direita. Porém, esta escolha em específico foi um pouco confusa, já que mesmo com a disposição alterada, o controle segue como se estivéssemos na vertical.
Muito bom, muito bonito e muito barato
VASARA Collection consegue resgatar a essência dos gloriosos tempos dos shoot'em ups e ainda revitaliza o gênero com toda a reforma visual que promoveu, fundindo o clássico ao novo. Não seria má ideia ter mais títulos assim disponíveis no mercado.
Prós
- Jogabilidade que agrada tanto novatos quanto veteranos e fãs do gênero;
- Modo Timeless traz uma bela releitura em 3D dos jogos originais, com visuais bem trabalhados e trilha sonora caprichada. Além disso possui multiplayer para até quatro jogadores;
- Galeria com diversas artes conceituais bacanas;
- Preço convidativo.
Contra
- A curta duração e a dificuldade relativamente alta pode afastar jogadores mais casuais;
- Opção de rodar a tela para a direita ou para a esquerda diminui a área morta, mas deixa a jogabilidade confusa.
VASARA Collection — PC/PS4/Switch/XBO — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Análise produzida com cópia digital cedida pela QUByte Interactive
Revisão: Mariana Mussi S. Infanti