The Last of Us Part II (PS4): Como será o antecipado retorno da Ellie?

A Naughty Dog está preparando uma jornada violenta e pessoal, e mesmo que não saibamos muito, podemos tentar deduzir algumas coisas.

em 28/07/2019


The Last of Us (PS3/PS4) foi lançado há pouco mais de seis anos, e depois de tanto tempo, fica claro o quanto a comunidade gamer é apaixonada por esse game. Com muitos jogadores e jogadoras conhecendo a jornada de Joel somente nessa geração, se divertindo no multiplayer ainda bem ativo, principalmente em sua versão de PS4; junto a toda essa dedicação pelo game original, fica difícil não criar expectativas pela Part II, mesmo sabendo tão pouco sobre ele. Por esse motivo vamos tentar imaginar como sua narrativa e sistemas vão funcionar nessa nova jornada visceral.

Não linear

Já é sabido que o foco narrativo desse jogo será o extremo inverso do primeiro. Joel começa a sua jornada no pós-apocalipse, amargurado e distante do homem que era; vemos ele retornando aos poucos conforme sua relação com Ellie cresce, evoluindo para um amor de pai e filha. Cinco anos depois, vivendo na comunidade do Tommy, parece que a vida se normalizou na medida do possível, até sendo possível criar novos laços de amizades e até amorosos.



No primeiro momento do trailer de gameplay, da E3 de 2018, visualizamos essa vida pacífica, mas então ele corta para um momento violento e cruel, onde Ellie se esforça ao máximo para matar um homem esfaqueando-o no pescoço. A partir dali, ela é perseguida pelo novo grupo de inimigos de jogo, que fazem parte de uma seita. Essa é a parte onde a violência toma conta e vemos que a desenvolvedora não vai poupar esforços para nos lembrar o significado desse jogo: ódio.

Esse é o novo sentido que os desenvolvedores estão buscando para a nova narrativa, e para contá-la; talvez outra mudança também seja bem-vinda, à não linearidade do enredo. É possível que jogo inteiro seja contado como vimos no trailer da E3, se passando em tempos diferentes da narrativa, até chegarmos no ápice do final, amarrando algumas pontas soltas e justificando todo o ódio e rancor de Ellie. Sendo mais plausível eles inserirem um enredo mais antigo, como da mulher misteriosa do segundo trailer (possivelmente Anna, mãe de Ellie).


Se esconda ou lute com tudo

Como a Ellie é a nova protagonista, o jogo está sendo moldado de acordo. Joel no game original é forte, destemido e até bem poderoso, por assim dizer, sendo capaz de executar pessoas na porrada. Enquanto sua protegida não tem as mesmas capacidades, tendo que abusar de ataques furtivos, ou mesmo evitá-los se possível. Tudo isso fica bem claro quando assistimos o primeiro e único gameplay divulgado pela desenvolvedora.

As mecânicas para isso foram evoluídas, agora contendo um medidor de quanto você está escondido. Isso indica que não será possível se esconder completamente em matos altos, ou atrás de algum carro. Mesmo agora sendo possível se arrastar no chão, como Solid Snake faz em Metal Gear Solid, e se esgueirar para baixo de alguns carros, por exemplo. Para avançar assim, você terá que usar armas silenciosas, e o arco e flecha volta com esse papel, mas não se enganem se acham que mesmo não tendo a força do Joel ela se torna uma garota mais indefesa.



O sistema de arsenal está parecido com o que existe no jogo original, mas com algumas novidades interessantes: agora existe uma variação de flechas que podemos criar, como uma flecha explosiva que não deixa sobrar muito do inimigo atingido. Mas imagino que essa ferramenta será mais útil quando os inimigos estão juntos, já que o dano parece ser em área. Não só isso, como teremos armas de fogo, com munição escassa como sempre, mas talvez com esse mesmo sistema de crafting para variar os tipos de balas.

Eles também prometeram um companheiro para a jornada de Ellie, parecido com que tínhamos no jogo original. Ainda não se sabe quem nos fará companhia, mas é possível imaginar algumas possibilidades:

  • Dina - uma possível namorada de Ellie. Antes amigas, parece que esse será o interesse amoroso da nossa protagonista no decorrer do jogo;
  • Jesse - um possível amigo, que guarda a comunidade a mando de Joel. Seu relacionamento com a Ellie não é claro, mas eles podem ser amigo a algum tempo;
  • Joel - um dos personagens mais misteriosos nessa nova jornada pode participar junto de Ellie em alguma missão;
  • Cão - durante as gravações da captura de movimento, Neil Druckmann, diretor do jogo, apareceu ao lado de cachorro usando uma roupa para a captura. É possível imaginar que esse pode ser um novo companheiro. Até mesmo reforça o apelido de “Lobo” que ela ganhou da seita.

As possibilidades são bem altas aqui. Podendo até ser possível que tenhamos formas de dar comandos a eles, como se esconder, ou atacar, trazendo mais um tom estratégico para os combates. Mas se a ideia for seguir o original, seria necessário melhorar sua inteligência, os fazendo tão úteis como Atreus em God of War (PS4).


Novas dificuldades

Todos os inimigos humanos terão nomes, e se comunicarão entre si para te localizar, fazendo sinais, assobiando ou conversando. Diferente do que acontece em jogos como FarCry, quando Ellie é avistada por alguém, ele terá que avisar os outros, isso abre inúmeras possibilidades de ação, furtivas ou não. Ainda não foi revelado se o sentido de sobrevivente voltará, onde o Joel escutava os inimigos mais próximos, mas para compensar isso, teremos um sistema onde será possível identificar se o inimigo mais próximo está começando a te ver.

Nas batalhas, a Ellie poderá sofrer alguns ferimentos mais sérios, que a impedirão de se curar completamente. No gameplay da E3, ela foi atingida por uma flecha, e teve que parar, se esconder, e só então removê-la. Isso provavelmente não vai acontecer ao lidarmos com os infectados, que mesmo não sendo revelado nada sobre, é certo pensar que as coisas não funcionem exatamente como o jogo original.


Manter os estaladores, corredores, entre outros deve acontecer e a adição de alguma nova variação também. Já foi revelado que animais estão no jogo, como cachorros, então os desenvolvedores podem usá-los como inimigos, e como infectado, eles seriam ainda mais ameaçadores. Essa ideia não é nova, já foram mostradas artes conceituais de animais infectados na época do primeiro jogo, então esse pode ser o melhor momento para acrescentar novos tipos de criaturas durante a jornada.

Um passo para a nova geração

Tecnicamente falando, esse é um jogo assustadoramente bonito e realista. Desde cabelos, expressões, roupas, ambientação, a qualidade é inquestionável; infelizmente foi um pouco diferente com as animações. Como já foi discutido aqui, no GameBlast, os movimentos pareciam plásticos de mais, com os desvios de ataques, finalizações, interação com o cenário, entre outras coisas. Se tudo funcionar dinamicamente, se moldando de acordo com o jogador, as batalhas prometem ser incríveis.


Mas quando?

Esse pergunta ainda não tem uma resposta definitiva. Mas existem muitos rumores que apontam seu lançamento para fevereiro de 2020. Com o lançamento de Death Stranding (PS4) para novembro, era certo imaginar que a Part II não iria ficar para esse ano. Mas de qualquer forma, teremos que esperar a confirmação da própria Sony quanto a tudo isso. Então fiquem de olho no GameBlast para mais conteúdo do mundo dos games.


Revisão: Mariana Mussi S. Infanti

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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