Direto de Red Dead Redemption II (PS4/XBO) conheça Arthur Morgan: um bom homem, apesar de tudo

Mesmo indo contra o que a sociedade considera correto, Arthur consegue ser um herói nos olhos certos.

em 21/07/2019


De todos os jogos que se destacaram em 2018, Red Dead Redemption II (PS4/XBO) foi um dos mais antecipados e adorados por crítica e público, e não é para menos. A qualidade empregada a cada mínimo detalhe do mundo aberto é estrondosa, tornando-o quase uma simulação do velho-oeste. Esse elogio também pode ser dado à sua narrativa, que constrói seus personagens de forma muito interessante, principalmente se focarmos no nosso protagonista fora da lei, Arthur Morgan. Então cuidado com os spoilers.

De pai para filho

Arthur nunca teve bons exemplos para seguir, principalmente em sua infância quando seu pai, Lyle Morgan, um pequeno criminoso, foi morto bem na sua frente, e sua mãe, Beatrice, já havia falecido a algum tempo. Sozinho, o jovem órfão encontra em Dutch van der Linde uma figura paterna, compartilhando de sua visão de uma vida livre de restrições da civilização moderna. Com isso, junto a Hosea Matthews, eles formam a gangue Van der Linde.

Arthur vivia agora uma vida de crime muito maior que seu pai um dia alcançaria, mas isso não o impediu de se apaixonar pela jovem Mary Gillis, porém seu estilo de vida e a desaprovação da família da moça fizeram com que tudo ruísse. Alguns anos depois, uma jovem garçonete chamada Eliza entrou em sua vida, e desse relacionamento nasceu Isaac.

Mesmo com a vida que tinha, Eliza sempre aceitou qualquer suporte que Arthur conseguisse oferecer para os dois, e foi o que ele fez, visitando-os a cada pouco meses e ficando alguns dias. Infelizmente, em um desses retornos, ele encontra duas lápides no quintal, e na hora soube que os dois já não estavam mais lá.

Uma luta por liberdade

Focado em fazer o sonho de Dutch se tornar realidade, Arthur se torna um dos homens mais fortes e respeitados da gangue. Suas fidelidade e confiança aos princípios de seu líder nunca foram abaladas, mesmo depois de um roubo fracassado em Blackwater, que fez o grupo seguir para uma tempestade de neve difícil de suportar. Esse acontecimento os colocaram em uma luta com os garotos O'Driscolls, homens foras da lei responsáveis pela ira de Dutch no passado, em um rancho perdido no meio da nevasca.

O rancho em que tudo aconteceu foi à chamas, e seu dono, Jack Adler, foi morto pelos O’Driscolls, sobrando apenas Sadie, uma mulher perdida no meio desse caos, resgatada por Dutch. Logo depois, conhecemos o restante da gangue: o odiado Micah Bell, o centrado Charles Smith, o imprudente John Marston, além das garotas que cuidavam de todo o acampamento: Mary-Beth Gaskill, Susan Grimshaw, Karen Jones, entre muitos outros. Esses personagens tão distintos e únicos só conseguem permanecer juntos por causa do ideal de Dutch, além de todo seu carisma e inteligência.

Essa figura de líder inspira Arthur a segui-lo,fazendo de tudo para realizar o sagrado plano de liberdade de Dutch, mesmo que para isso seja necessário lutar, matar ou roubar. No começo tudo parecia ter uma justificativa aceitável, um motivo sensato para toda aquela violência. Infelizmente isso não durou, e quando a gangue começou a abandonar seus membros para morte, não ligando para vidas inocentes, dúvidas sobre o que era certo surgiram, e sobre quem ele queria ser.


Os efeitos de um bom coração

Toda a jornada do nosso protagonista o levou a lutar pela vida das pessoas ao seu redor, mesmo isso custando a morte de outros tantos. Ele tinha que tentar ser um bom homem, então nadou contra a correnteza, negligenciando o necessário para resgatar e resolver os problemas de cada pessoa da gangue. Infelizmente ele não conseguiu salvar a todos, mas com certeza fez o seu melhor.

Mesmo com a influência do jogador, existindo meios de ser um homem mal com todas as pessoas ao seu redor, é fácil querer que Arthur tenha uma vida melhor, que mude, e seja, além de um homem corajoso, fiel e forte, bom. E se esse for o caso, as melhores escolhas para o futuro ficaram disponíveis, alguns diálogos emocionantes e conclusões interessantes para algumas histórias. E no fim ganhamos a satisfação de ter feito algo por um homem tão bom.



Revisão: Francisco Camilo

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