Análise: Warhammer Chaosbane (Multi) — enfrentando o Caos através de boas batalhas e ampla variedade de habilidades

O título situado na mitologia de Warhammer demonstra muito potencial e é uma ótima pedida para fãs de RPGs de ação.

em 26/06/2019

Warhammer Chaosbane (Multi) é um RPG de ação de qualidade, ambientado na mitologia da franquia Warhammer. Desenvolvido pela Eko Games, o jogo conta com batalhas frenéticas e uma quantidade absurda de habilidades diversas.

As Hordas do Caos invadiram o Império dos Homens, e cabe ao jogador e seu personagem selecionado colocarem um fim à guerra que pode levar ao fim da humanidade. Esse é, basicamente, o mote principal para a história de Warrhammer Chaosbane.

Cada um dos quatro personagens disponíveis possui seu próprio contexto e motivações, mas nenhum é exatamente aprofundado, deixando que seu papel seja especialmente focado no atual conflito entre os homens e o Caos. Suas personalidades distintas são bem demonstradas nos diálogos, e talvez seja o ponto mais favorável da história, que conta com um plot twist bastante previsível.

Acabando com cultistas e demônios

São quatro classes de personagens, cada uma com habilidades únicas e funcionalidades especiais. Elontir, o Elfo-Nobre Mago pode conjurar magias etéreas e controlá-las no campo de batalha; Elessa, a Elfa da Floresta Batedora, por outro lado, é uma arqueira astuta e com esquiva especial;; Bragi, o anão da classe Matador, arremessa uma corrente para desviar dos inimigos; e Konrad Vollen, Soldado Imperial, capaz de utilizar um golpe especial de escudo com capacidade de atordoamento.

O combate de Chaosbane é simples e direto. Cada habilidade é designada para um dos botões do controle, permitindo que até seis sejam equipadas ao mesmo tempo. As habilidades possuem potencialidades diversas, como causa de lentidão, dano contínuo de fogo e poder de regeneração. O jogador pode montar um conjunto de acordo com seu gosto e seu estilo de jogo. As possibilidades são ainda maiores pelo fato de as habilidades possuírem três níveis, que são desbloqueados conforme o personagem sobe de nível.



A cada nível, pontos de habilidade são concedidos. O jogador possui um total fixo de pontos, e as habilidades gastam mais conforme seu nível. Além de habilidades ativas de ataque, defesa e suporte, há também opções passivas que modificam características do personagem, concedendo modificadores que podem ser benéficos ou nocivos a certos aspectos. As opções de construção de conjuntos são amplas.

Conforme a aventura progride, o jogador irá desbloquear habilidades chamadas de Habilidades Divinas, que podem ser adquiridas ao gastar, em conjunto, dinheiro, fragmentos coloridos e Pontos de Dádiva. Os fragmentos são coletados de inimigos derrotados, e os pontos são concedidos conforme o nível do personagem aumenta.

A variedade de monstros em Chaosbane deixa muito a desejar. Com demônios e cultistas como principais inimigos, era de se esperar que houvesse ao menos variedade no design dos seres malignos, o que não ocorre. Nos quatro cenários disponibilizados para exploração durante a aventura, o jogador frequentemente irá encontrar os mesmos inimigos, tendo apenas alguns específicos de cada região. Porém, no geral, muitos se repetem, incluindo seus padrões de ataque. Nem mesmo os subchefes escapam dessa repetição, tornando os confrontos contra chefes o ponto alto das jornadas.

Em momentos críticos, o jogador poderá ativar a Sede de Sangue, que é um estado de ampliação de dano que concede habilidades especiais devastadoras ao personagem e de duração limitada. Para ativá-la, é preciso encher seu medidor coletando globos vermelhos deixados pelos inimigos.


Em busca dos melhored equipamentos

Para melhorar os atributos gerais do personagem, o jogador deverá buscar equipar os melhores armamentos e aparatos de proteção que puder encontrar. Para isso, deverá derrotar inimigos, chefes, concluir missões e abrir baús espalhados pelo cenário.

Como é de praxe em RPGs de ação ao estilo de Chaosbane, o foco em conseguir os melhores loots (ou saques/espólios) é um dos principais chamarizes. Porém, o título deixa a desejar na variedade estética, oferecendo pouquíssimas opções de customização. Os equipamentos possuem níveis de raridade, e podem receber bônus de bênção, que ampliam seus atributos, mas é apenas isso. É frustrante ver uma arma ou armadura de nível raro ou lendário possuir a mesma aparência visual de um nível comum que poderia ser trocado por qualquer sucata por aí. Felizmente, é possível doar todos os itens mequetrefes e subir o líder de guilda de nível, o que irá conceder prêmios e habilidades passivas especiais para o personagem.

Ao completar cada ato, o jogador desbloqueia Expedições e Caçada de Chefe o cenário. São excelentes maneiras de se expandir o tempo de jogatina, especialmente pelas caçadas, que oferecem layouts procedurais de cada mapa. Porém, a sensação de repetição logo se manifesta, o que torna a busca por melhores equipamentos enfadonha.

Um universo imersivo

Visualmente, Warhammer Chaosbane não faz feio, contando com cenários amplamente detalhados e que evocam bem o caos trazido pelos demônios às vilas exploradas durante a aventura. Os efeitos especiais dos ataques e magias preenchem a tela de maneira satisfatória, embora pudessem ser mais espalhafatosos em alguns casos, como a chuva de granizo mágico de Elontir, por exemplo.

Rodando em uma taxa de 60 quadros por segundo, Chaosbane oferece uma aventura fluida, no geral, mas que conta com falhas específicas e bastante incômodas. Não é incomum coletar espólios e ver o jogo dar uma leve “engasgada”, fazendo com que uma travadinha mínima ocorra em tela. Isso também pode ocorrer ao usar habilidades de conjuração de aliados em momentos de batalhas mais intensas.

Além dos engasgos, Chaosbane também conta com screen tearing (rasgos horizontais na imagem) excessivo, que acontecem em qualquer posição da tela e pode distrair os mais atentos. Sendo fruto de uma taxa de quadros por segundo instável, é um problema frequente e bastante incômodo.



Warhammer Chaosbane (Multi) é uma experiência positiva para quem gosta de RPGs de ação com foco em coletar loot. Mesmo com imperfeições, um combate fluido e divertido, ampla seleção de habilidades ativas e passivas, batalhas frenéticas e embates contra chefes tornam o jogo uma boa pedida para os fãs do gênero. E um adendo para aqueles que gostam de multiplayer: o game pode ser jogado por até quatro pessoas simultaneamente, tanto em multiplayer local quanto online. Excelente, não?

Prós

  • Ampla variedade de habilidades ativas e passivas;
  • Batalhas frenéticas;
  • Combates contra chefes;
  • Multiplayer local e online para até quatro jogadores.

Contras

  • Pouca variedade de inimigos;
  • Pouca variedade de visual de equipamentos;
  • Screen Tearing excessivo.
Warhammer Chaosbane — PS4/XBO/PC — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Xbox One
Análise produzida com cópia digital gentilmente cedida pela Bigben Interactive 

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