No dia vinte e quatro de maio Overwatch, o jogo de tiro em primeiro pessoa da Blizzard, completará seu terceiro ano de existência. Durante este período vários personagens tiveram seus danos, cooldowns (tempo necessário para reutilizar certos poderes) e habilidades modificados, porém alguns dos heróis tiveram reestruturações quase completas.
De tempos em tempos essas atualizações, devido a diversos feedbacks que a desenvolvedora recebe dos fãs e de jogadores profissionais, acontecem para deixar as partidas mais equilibradas. Muitas vezes os jogadores ficam satisfeitos com algumas mudanças, mas por vezes elas não são muito bem recebidas à princípio, até que a comunidade se acostume, ou não, com as novidades.
Confira os sete heróis que receberam as principais mudanças e reestruturações, chamadas de reworks, ao longo dos três anos de jogo.
Bastion
Vamos começar com um dos personagens mais odiados quando está no time inimigo: o ômnico Bastion! Talvez você jogador de Bastion, e causador de muitos rages no time inimigo, talvez não saiba, mas o robozinho metralhadora teve uma habilidade removida pouco antes do jogo ser lançado.
Bastion possuía um escudo frontal ao alterar para o modo metralhadora. Juntando esse escudo com a habilidade de auto cura, seria uma missão quase impossível eliminar o personagem nas partidas. Ainda bem que a própria Blizzard reconheceu o erro antes de lançar o título em 2016.
Outra leve mudança realizada no ômnico, porém que passou a fazer toda a diferença nas jogatinas, é poder utilizar a habilidade Auto Reparo enquanto se locomove, já que por um bom tempo o personagem permanecia imóvel durante a auto cura, tendo que se esconder ou acabar por ficar vulnerável.
Hanzo
O mais velho dos irmãos Shimada também passou por algumas alterações. Armado com arco e flechas, uma das habilidades do Hanzo no lançamento do jogo era a Flecha Dispersora, que criava outras flechas ao rebater na parede, eliminando facilmente algum inimigo em um ambiente apertado.
Quase dois anos depois tal habilidade foi substituída pelas Flechas da Tempestade, na qual Hanzo dispara seis flechas de energia consecutivas, porém cada uma com dano menor comparado com o tiro primário do herói. Além disso, Hanzo também adquiriu o salto duplo com investida, ajudando na mobilização do arqueiro para desviar dos inimigos e chegar mais rápido em objetivos.
Reaper
Ex-agente da Overwatch (conforme explicamos na matéria sobre a história da Blackwatch), o “fantasma” Reaper passou por modificações que deram o que falar na comunidade. Quando o jogo foi lançado, Reaper podia restaurar sua vida sempre que absorvia um orb deixado por um inimigo eliminado pelo vilão.
Pouco mais de um ano após o lançamento de Overwatch, os orbs foram trocados por auto-cura. Ao invés de eliminar o inimigo para poder se curar, Reaper agora restaura sua vida conforme causa dano em inimigos com suas Espingardas Infernais. O problema, no caso, é que o fator de cura veio com 50% de cura por dano, tornando o personagem quase imbatível em muitas situações.
Depois de muita polêmica a Blizzard reduziu o fator de cura para 30%. Outra mudança recente, dessa vez mais sutil, foi na habilidade Passos das Sombras, que pode ser executada sem tocar no chão e teve o tempo de animação reduzido. Mesmo assim, até hoje, o herói é alvo de descontentamento e reclamações por parte da comunidade.
D.Va
A piloto de Meka e jogadora profissional de Starcraft Hana Song, conhecida como D.Va, passou por mudanças um pouco maiores que os outros personagens já mencionados. Uma de suas habilidades alteradas foi a Matriz de Defesa, que absorve projéteis inimigos servindo de escudo. No lançamento do jogo, a matriz era uma habilidade com cooldown de 10 segundos. Agora a habilidade possui uma barra de nível como o voo da Pharah, o que permite utilizar a matriz com maior frequência.
Outra mudança realizada na personagem foi sua habilidade suprema Autodestruir, na qual Hana se ejeta e explode seu mecka eliminando todos os inimigos que estiverem no raio da explosão. Inicialmente D.Va também era eliminada, mas a equipe de desenvolvimento decidiu remover a auto eliminação, o que agora ajuda muito na hora de contestar carga e capturar/defender pontos.
No final de 2016 foram adicionados os Micro Mísseis, uma série de projéteis que permitem a D.Va atacar de uma distância maior, porém melhores utilizados em confrontos de perto, causando mais acertos e, consequentemente, maior dano no adversário.
Mercy
A médica Mercy, pertencente à classe suporte, teve muitas mudanças referentes à sua habilidade suprema. No começo, sua ultimate chamava-se Ressureição, que renascia os aliados caídos dentro do raio de alcance. Mas como muito jogadores ficavam escondidos esperando a hora certa para “ultar”, mudanças precisaram ser feitas na personagem.
Seu poder de reviver aliados passou a ser uma habilidade comum com 28 segundos de cooldown e sua suprema virou a Valquíria, que por alguns segundos restaura mais vida e concede mais força aos aliados. Seria uma configuração ideal para a Mercy, se a habilidade de ressurreição não tivesse um tempo de recarga de três segundos durante a ultimate, ou seja, não fez tanta diferença.
Não demorou muito para a Blizzard fazer uma nova alteração na Mercy. Agora sua habilidade de reviver tem cooldown de 30 segundos e não é reiniciada durante sua suprema, nem mesmo quando renasce na base.
Torbjorn
Não é raro Torbjörn, engenheiro e um dos membro original da Overwatch, ficar no vai e vem de nerfs e buffs, tanto em sua arma primária quanto sua torreta automática que causa dano em inimigos que aparecem em seu campo de visão.
Mas em 2018 o anão e a torreta, ganhadora de muitas jogadas da partida, receberam uma reestruturação quase completa. Até então Torbjörn precisava prender a torreta em um lugar que ele pudesse acessar e dar marretadas para aumentar seu nível. Agora ele consegue lançar a torreta em lugares inalcançáveis, dificultando o ataque dos adversários.
Sua antiga habilidade suprema, Núcleo Fundido (não vá entender outra coisa!), virou uma habilidade comum chamada Sobrecarga, que concede aumento de velocidade de dano e movimentação além de armadura extra temporariamente, tanto para ele quanto para a torre.
O novo Núcleo Fundido faz com que o chão literalmente, vire lava. Pelo seu braço mecânico Torbjörn lança uma substância chamada de escória no chão, que causa dano contínuo em quem encosta, o que pode salvar muitas partidas na prorrogação. No mesmo rework ele perdeu a habilidade de fornecer armadura aos aliados.
Symmetra
A arquitécnica Symmetra é a personagem que mais sofreu modificações até hoje, estando completamente diferente de quando o jogo foi lançado. A começar pela sua classe, ela passou de suporte para dano, o que faz todo sentido pois suas habilidades nunca remeteram tanto à classe.
Vamos começar pelo Projetor de Fótons, que anteriormente seu raio de luz travava a mira no adversário, como a arma da Moira. Agora a rajada segue em única direção, como a Zarya, aumentando o poder de dano com o tempo, além de lançar esferas de energia. Suas Torres de Sentinela foram reduzidas de 6 para 3, mas que agora causam lentidão nos inimigos.
Em algum momento nestes três anos, entre as várias modificações da heroína, Symmetra recebeu o Escudos de Fótons, que era lançado e flutuava em direção ao time inimigo para proteger e permitir o avanço dos aliados. Mas essa habilidade foi removida tão rápido quanto apareceu.
Já a habilidade suprema da Symmetra passou por duas mudanças. Inicialmente era um Gerador de Teletransporte, que criava um portal da base para um ponto do mapa, ideal para defender o ponto nos últimos segundos de partida. Hoje, esse teletransporte virou uma habilidade comum em que os portais ficam em dois pontos do mapa mas não muito distantes um do outro.
A primeira alteração na ultimate adicionou a opção de Gerador de Escudo, que concedia escudo individual aos aliados que estavam por perto do gerador, removendo assim a capacidade da Symmetra de conceder escudos individuais sem a suprema.
A última e mais recente mudança na ultimate, de 2018, removeu os geradores e adicionou a Barreira de Fótons, que cria uma parede que atravessa todo o mapa por 30 segundos e com 2000 pontos de “vida”, que pode salvar a equipe de muitas suprema inimigas, como o Autodestruir da D.Va ou o B.O.B. da Ashe.
As mudanças em personagens, principalmente em questões de dano e cooldown, sempre vão acontecer, para que o jogo se mantenha sempre balanceado e proporcione uma experiência justa e divertida para todos os jogadores.
As reestruturações quase completas, como os casos do Torbjörn e da Symmetra, inevitavelmente geram muitas críticas no começo, ainda mais dos jogadores que têm esses personagens como principais e precisa “reaprender” a jogar com os heróis. Para a comunidade resta apoiar e torcer que Jeff Kaplan e sua equipe mantenham o jogo equilibrado e divertido para todos.
Revisão: Diogo Mendes