Com o lançamento da interessantíssima terra natal dos Khajiits, a expansão trará um novo mapa completo, novas dungeons, novas arenas, novos itens, uma classe nova e toda uma nova campanha de história que envolve o retorno dos dragões, um dos seres mais poderosos de toda a mitologia de The Elder Scrolls. A quantidade de conteúdo se assemelha bastante aos dois capítulos anteriormente disponibilizados, Morrowind e Summerset. Entretanto, alguns elementos tornam Elsweyr bem único, elementos estes que pudemos testar um pouco no beta fechado do game disponibilizado pela própria Bethesda.
Entre felinos e dragões
Assim como ocorreu em Summerset, em Elsweyr teremos uma nova introdução ao jogo, com um novo tutorial ambientado na terra dos Khajiits e já com um gancho para toda a história do capítulo que se iniciou em Wrathstone. Esses eventos marcam o retorno dos dragões ao mundo de Tamriel, além de ser a primeira vez que essas majestosas criaturas aparecem em ESO. Entretanto, é importante deixar claro que as justificativas para isso na história do jogo aparentemente não entram em conflito com os eventos de jogos que se passam mais à frente no tempo, como é o caso de The Elder Scrolls V: Skyrim (Multi).No início do jogo, somos um aventureiro que se vê perdido no meio do território dos felinos humanóides durante um massacre em suas terras. Isso porque, até então por causas desconhecidas, dragões retornaram em Elsweyr e estão começando a tomar o território para si. Acompanhando alguns NPCs que passarão a se tornar elementos-chave para o desenrolar da história, temos nossos primeiros contatos com dragões e com todas as mecânicas que essas novas bestas apresentam ao MMO.
A campanha de Elsweyr, com cerca de 30 horas de duração, parece que vai cumprir com o prometido de expandir a franquia e dar uma experiência mais coerente em relação a todos os conteúdos extras lançados este ano para o jogo. Como já é de praxe pela Zenimax, o enredo é bom o suficiente para atrair novos jogadores para o MMO como também os antigos fãs da franquia, pois lida com mistérios, principalmente relacionados à vilã Euraxia, rainha de Rimmen e ao retorno dos dragões, que colocam uma pulga atrás da orelha do jogador a todo momento.
A história de Elsweyr, até onde pôde ser vista, não deixa nada a desejar, assim como seus personagens, ambientações e diálogos. As dublagens continuam excelentes e a ação, é válido ressaltar, está bem mais presente neste do que nos capítulos de expansão anteriores. É realmente uma experiência épica desde os seus primeiros passos em Elsweyr. A sensação de catástrofe é presente em vários pontos da missão principal e das secundárias, onde conhecemos ainda mais da cultura, costumes e questões raciais dos Khajiits. Além disso, a história parece não se encerrar completamente em Elsweyr, já que temos outras duas DLCs agendadas para o segundo semestre que também farão parte do evento global batizado de Year of the Dragon.
Uma terra em chamas
O mapa de Elsweyr se equipara ao de Summerset em tamanho, o que é muito bom por si só. Mas suas paisagens se diferem consideravelmente do que temos visto até então em The Elder Scrolls Online, assim como foi com Murkmire no ano passado. Entretanto, indo em uma direção totalmente contrária a dos pântanos lamacentos dos Argonianos, temos aqui uma terra árida com planícies quentes e cânions misteriosos. Além disso, a arquitetura dos Khajiits é uma beleza a parte, com referências muito claras a povos do Oriente Médio e da Índia.
O mapa é bem povoado com vilarejos dos felinos, cavernas perigosas, acampamentos de bandidos, lagos, rios, campinas, cânions e, por incrível que pareça por conta do ambiente árido, uma linda paleta de cores. Como se isso não bastasse, temos vários terrenos irregulares que dificultam um pouco a movimentação pelo mapa , o que combina bastante com o ambiente, mas pode desagradar alguns por deixar a exploração um tanto confusa às vezes.
Um fator interessante em Elsweyr é a inclusão das penalidade de clima, assim, dependendo de como o clima severo da região esteja, podemos sofrer penalidades na taxa de recuperação de vida, estamina e outros fatores. O único fator que talvez possa deixar a desejar no mapa em geral é a presença de criaturas, que pode não passar a imagem de habitat natural que o território pede. Felizmente temos os dragões para acrescentar um pouco de complexidade neste ponto.
Dragões nas mecânicas de jogo
Não pense que os dragões de Elsweyr são criaturas impossíveis de serem alcançadas, próprias somente para os personagens mais poderosos. Um MMO que permite que jogadores desde o nível 10 possam entrar em diversas dungeons com poder nivelado com os mais poderosos jogadores não deixaria um ponto sem nó no que tange essas magníficas criaturas. Isso porque desde os primeiros minutos em Elsweyr, temos muitos contatos com os dragões e com os seus rastros de destruição.
Não é incomum encontrar áreas específicas do reino de Elsweyr que foram dizimados pelos dragões, com aldeias em chamas ou crateras enormes. Enquanto que a missão principal sempre nos leva em direção a uma dessas monstruosas criaturas, deixando o ritmo de jogo bem movimentado e grandioso, no tom épico que já havíamos comentado anteriormente nesse texto.
Entretanto, uma mecânica muito interessante que Elsweyr traz com os seus dragões são os bosses de mapa. De tempos em tempos, até três grandes dragões vão aparecer e ficar sinalizados no mapa para todos verem. Assim, todos poderão ir lá e contribuir nem que seja um pouquinho para que as poderosas bestas sejam dizimadas. Essas lutas são um dos pontos mais positivos do novo capítulo de ESO, pois os combates podem chegar a uma escala enorme e são extremamente épicos, com o dragão se movimentando bastante durante a batalha.
Fica claro que um jogador sozinho não dará conta de vencer esses enormes dragões, ao menos não esses que surgem aleatoriamente no mapa do reino. Isso porque essas criaturas foram incluídas justamente para fomentar o trabalho em equipe dos jogadores, dando ótimas recompensas para aqueles que participarem da luta até o final, independente do dano que cada um consegue dar ou aguentar sofrer desses monstros.
A ascenção dos necromantes
Outra das maiores novidades do novo capítulo de expansão de The Elder Scrolls Online é a inclusão da classe Necromante. Tivemos a oportunidade de testar as habilidades da nova classe que mostram que ela é bem versátil e servirá para vários fins, o que é ótimo. Suas habilidades são bem criativas e diversificadas, indo desde ressurreição até invocação de armas, passando por armaduras de ossos, invocação de mortos-vivo e muito mais.As árvores de habilidades, como ocorre nas demais classes do jogo, se dividem nas três funções básicas do PVP ou PVE: Tank, DPS e Suporte. Acredite, você pode ser um necromante tank que usa um machado de duas mãos, caso queira. Essa é a magia de The Elder Scrolls Online e funciona muito bem com a nova classe, que possui habilidades tão versáteis que se torna muito divertido experimentar as inúmeras combinações possíveis.
Um fato interessante acerca dos Necromantes, no que tange a lore do jogo, é que eles não são exatamente “bem vistos” pela sociedade em geral. Assim, logo quando criamos a classe recebemos o aviso de que determinadas práticas de necromancia são consideradas crime nas cidades de Elsweyr e de outros reinos de Tamriel, sendo passíveis de prisão ou morte. Assim, cuidado na hora de sair usando suas habilidades desenfreadamente em locais públicos.
Nova dungeon e itens diversos
Foi possível observar pelo mapa de Elsweyr que teremos uma nova dungeon localizada ao sul do reino dos Khajiits. Podemos esperar por cavernas e criptas antigas, bem como embates contra ladrões, necromantes, mortos-vivos e, claro, dragões. Pelas cavernas localizadas por todo reino, podemos observar que os recursos de cavernas não são tão criativos como os vistos nas dungeons de Wrathstone ou nas cavernas comuns de Murkmire. Porém, isso pode mudar na dungeon principal do chapter.
Outro ponto interessante são os novos itens, mais focados tanto nos Khajiits como na classe Necromante. São sets completos que combinam bastante com o estilo “indiano” do reino dos felinos, assim como equipamentos mais sombrios e decadentes que podem ser um ótimo acréscimo ao jogo, combinando em cheio com a aura macabra dos necromantes, mas sem destoar do estilo já estabelecido por outros sets ao longo dos anos de jogo.
Temos também, como de praxe, novas residências muito espaçosas, novas montarias obtidas por missões e pelo mercado de cash, pets não combatentes e outros conteúdos que complementam muito bem a gama de novidades vindas com o novo capítulo. É visível o cuidado que a Zenimax e a própria Bethesda estão tendo em cada vez aumentar mais este universo, mas sempre com coerência e sem abandonar todo o trabalho anteriormente desenvolvido.
Potencial pra Dovahkiin nenhum botar defeito
Um fator decisivo para a experiência da jogatina de Elsweyr é toda a aura que ele traz de volta do quinto capítulo da franquia, Skyrim. Seja pelos shouts que os dragões utilizam (o bom e velho Fus Ro Dah está de volta!) ou pela própria aparência das criaturas, que se assemelham aos dragões de Skyrim, mas em muito melhor forma. Entretanto, o mais interessante é a posição que nós enquanto jogadores ocupamos nesse tabuleiro, pois, como um dos produtores do jogo disse em entrevista, não somos um Dovahkiin e, desse modo, não temos nenhuma vantagem contra os dragões.
Isso faz dessas criaturas algo verdadeiramente ameaçador e impossível de se vencer individualmente. Deixando as majestosas criaturas num patamar além do alcançado pelos jogadores, ao mesmo tempo que dá o devido ar de urgência e catástrofe a todo o contexto pelo qual Elsweyr está passando no momento. Pelo que pudemos testar, o novo capítulo de ESO tem tudo para funcionar muito bem, sendo bem mais coerente que Summerset, cheio de ação, enredo instigante e, claro, muitos dragões!
Matéria produzida durante o teste beta fechado disponibilizado pela Bethesda.