Um mar de puzzles para investigar
Centenas de anos no futuro, humanos e robôs convivem corriqueiramente. Apesar de estarem em constantes disputas, ambos os lados mantém uma harmonia aparente. Mas, com a proximidade das eleições, a tensão entre os grupos é acentuada.
Nesse contexto futurista, Rex é um detetive particular que vive humildemente, resolvendo alguns casos criminais aqui e ali. Um homem solitário com uma idade um pouco avançada, mas que não consegue se livrar do seu passado. Usualmente, está acompanhado pelo gato de rua, William, que costuma “se hospedar” na casa dele e demonstra alta sagacidade, ajudando-o com frequência.
No controle desses dois personagens, o jogador precisa investigar alguns casos criminais, mas mesmo em seus momentos mais cotidianos (como no trecho em que Rex precisa curar sua ressaca), absolutamente tudo em Tales of the Neon Sea é marcado por puzzles. Avançar no jogo demanda uma constante exploração do cenário em busca de itens, que em alguns momentos podem ser combinados entre si, e também a resolução de minigames para avançar.
A maior parte deles é bastante intuitivo e mesmo alguns cuja solução é menos óbvia apresentam boas pistas no cenário ou nos diálogos. Inclusive, em se tratando de um jogo cuja importância da narrativa é bastante alta, os desenvolvedores fizeram um excelente trabalho de encaixar esses momentos de gameplay na história sem parecer algo forçado.
Um final inconclusivo
Infelizmente, o último capítulo da história é um tanto desapontador. Na tentativa de explicar um pouco do passado do protagonista, o jogo apresenta um novo caso que parece ter sido forçado a aparecer mais cedo do que deveria para poder introduzir a narrativa que será continuada futuramente.
Em especial, o capítulo parece se esforçar em apresentar um puzzle muito elaborado e seu tom acaba se destoando bastante do resto do jogo. Em uma longa e cansativa aventura pelas áreas finais em busca de traçar a origem do suspeito, é fácil perder de mente o objetivo do personagem e sentir que aqueles puzzles já não fazem mais sentido e estão ali de forma gratuita.
A pior parte é que esse momento termina de uma forma completamente insatisfatória e abrupta, enfraquecendo o valor dos esforços do jogador até aquele ponto. Mesmo sabendo que a continuação da narrativa é certa (como afirmada pela própria página do jogo no Steam), terminar Tales of the Neon Sea no seu atual ponto me deixou com um gosto amargo na boca.
Um mundo cyberpunk de luz e sombras
De modo geral, Tales of the Neon Sea é um interessante jogo de aventura recheado de puzzles. Como o próprio nome sugere, seus ambientes são repletos de cores e luzes que chamam a atenção e oferecem uma sensação vívida ao mundo. Ao mesmo tempo em que há também localidades mais obscuras, cujo uso de sombras se apresenta como um belo contraste à “superfície” colorida.
Apesar de inconclusiva, a aventura pelo mar neon é certamente intrigante e seus dois primeiros capítulos fazem um bom trabalho de contextualizar o mundo da história e seus habitantes. Pessoalmente, estou ansioso para ver o que está por vir e mergulhar novamente nessa história quando seus próximos capítulos estiverem disponíveis.
Prós
- Ambientes muito bonitos, com excelente utilização de cores e luzes;
- Puzzles bem encaixados com a narrativa;
- Contexto futurista intrigante.
Contras
- Final abrupto e inconclusivo desrespeita o esforço do jogador até aquele ponto, mesmo sabendo-se que se trata de uma história episódica;
- Último capítulo apresenta um puzzle demasiadamente elaborado e cansativo.
Tales of the Neon Sea - PC - Nota: 7.0
Análise produzida com cópia digital cedida pela Zodiac Interactive