PlayStation 5 - como será a sua retrocompatibilidade?

Vamos discutir sobre um dos mais importantes fatores do futuro console da Sony.

em 26/04/2019
Embora não tenhamos muitas informações sobre o videogame da Sony para a próxima geração, certamente uma das maiores dúvidas é sobre a sua retrocompatibilidade. Mesmo que fatores como poder gráfico, armazenamento e interação com a internet sejam importantes, é inegável que a possibilidade de jogarmos títulos antigos neste console seria muito atraente. Mas o que será que o futuro realmente reserva?

O que sabemos até agora

Com o fim do ciclo do PS4, o seu sucessor irá chegar em algum ponto a partir de abril de 2020. De uma maneira geral, o próximo console da Sony, que ainda nem foi confirmado com o nome de PlayStation 5 (mas que provavelmente será chamado assim), era um mistério absoluto até recentemente. Foi então que no meio de abril surgiu a entrevista de Mark Cerny, um dos principais desenvolvedores por trás do futuro videogame.
Mark Cerny é um dos responsáveis pelo futuro console
Através dela, várias informações valiosas foram fornecidas. No quesito retrocompatibilidade, foi confirmado que o (potencial) PS5 terá mídia física e poderá rodar jogos de PS4 e PSVR de forma nativa. Ou seja, os donos do atual console da Sony podem ficar tranquilos quanto às suas bibliotecas físicas. Sim, físicas, porque os títulos digitais não foram confirmados nesta transição.

Mas e quanto aos PlayStations anteriores? Segundo alguns rumores na internet, reforçados por uma patente registrada pelo próprio Mark Cerny, o novo videogame terá capacidade de emular jogos de PS3, PS2 e PS (e quem sabe até de seus portáteis). Ou seja, o novo console da Sony se tornaria um dispositivo perfeito para se revisitar o amplo catálogo PlayStation. Lembrando, novamente, que cópias digitais talvez tenham que ser adquiridas novamente.
São muitos clássicos do PS4 que podem aparecer no PS5
Infelizmente estas conjecturas ainda devem ser encaradas como rumor, pois mesmo a patente é apenas um indicativo. Grandes empresas sistematicamente registram ideias que não se tornam realidade ao longo dos anos, buscando principalmente ter segurança legal quanto a um possível lançamento no mercado. Como exemplo, podemos citar a Nintendo, com ideias como o Switch e o projeto Quality of Life.

Exemplos dos concorrentes

Se as informações divulgadas até o momento são esclarecedoras, olhar para como a Microsoft e a Nintendo estão lidando com a retrocompatibilidade também pode revelar algumas tendências interessantes. Afinal, as duas principais concorrentes da Sony tem práticas bastante diferentes. Limitando a discussão apenas aos dois consoles mais recentes de cada uma, vamos começar com a empresa do Mario.
Os jogadores ainda esperam ter acesso a vários jogos antigos no Switch

O Nintendo Switch pode ser considerado um dispositivo inovador pela sua atraente proposta mista de console de mesa e portátil. No quesito retrocompatibilidade, entretanto, o videogame não tem nenhuma inovação: não há qualquer forma de acessar jogos de consoles anteriores, seja em mídia física ou digital. Somente uma seleção de títulos do NES pode ser encontrada na eShop do Switch, além do solitário lançamento de dois títulos da série Turok do Nintendo 64.

Vários rumores surgiram com a promessa de que jogos do SNES iriam chegar ao novo console da Nintendo, mas ainda sem confirmação. Logo, no momento podemos concluir que o Switch não é nada favorável ao conceito de retrocompatibilidade. Por outro lado, passando para a Microsoft, temos um videogame com muitos recursos neste quesito.
A biblioteca de clássicos do Xbox One é generosa
Inicialmente lançado em 2013, o Xbox One não tinha opção para rodar jogos antigos. Após diversos projetos para lidar com as diferenças de hardware e software, na E3 de 2015 foi anunciado que mais de 100 títulos do Xbox 360 se tornaram plenamente compatíveis com o XBO. Embora os discos não rodem de forma direta no console mais recente, eles permitem ao jogador fazer download de uma cópia digital do game.

Assim, vários jogos, tanto first quanto third-party, se tornaram acessíveis novamente, incluindo versões digitais já adquiridas. Na sequência, o Xbox One recebeu vários jogos do Xbox original. A lista completa pode ser conferida no site oficial do videogame, sendo que a Microsoft também oferece vários destes jogos via assinatura Xbox Live Gold. Ou seja, uma postura bastante diferente da Nintendo. Mas e no caso da Sony, o que esperar?

Sony e as suas retrocompatibilidades até o momento

Ainda que analisar como a concorrência está lidando com esta questão seja interessante, olhar para como a Sony lidou com a retrocompatibilidade também pode ajudar a discutirmos o assunto. Vamos voltar, então, para o ano 2000, onde a comunidade gamer esperava pelo sucessor do PlayStation, que reinava como o melhor de sua geração. Dentre as muitas qualidades do PlayStation 2, uma delas se destacava bastante.
O PS2 é até hoje o mais bem vendido console da história
E ela era a retrocompatibilidade (praticamente) total com o seu predecessor. O PS2 rodava jogos de PS de forma natural, podendo, inclusive, utilizar os seus controles e Memory Card. A intenção por trás desta medida era clara: dar manutenção a grande base de jogadores do PlayStation, permitindo a eles utilizar as suas bibliotecas (desde que da mesma região) além de adquirir os jogos mais modernos.

Na geração seguinte, o PlayStation 3 apresentou nos seus primeiros modelos a opção para rodar jogos do PlayStation 2, além do PlayStation original. Nas suas versões mais novas, entretanto, o PS3 perdeu a funcionalidade do PS2 via disco. Já o PS4 não conta (ou contou) com nenhuma forma de retrocompatibilidade. Somente através do PlayStation Now alguns títulos selecionados podem ser acessados, mas somente de forma paga e online.

Mas o que podemos esperar?

Com base em todas as informações que levantamos, é possível definir alguns elementos importantes sobre a retrocompatibilidade do PS5. As declarações do funcionário diretamente ligado à produção revelam que os títulos do PS4 e PSVR poderão ainda ser utilizados na próxima geração. Certamente a Sony quis manter a sua considerável base de jogadores, que supera com folga o Nintendo Switch e seu concorrente mais direto, o Xbox One.
O PSVR continuará seu caminho no próximo console da Sony
Mesmo com o seu sucesso, uma crítica que pode ser feita ao PlayStation 4, sobretudo se considerarmos os seus predecessores, é o descaso com a retrocompatibilidade. Nada de utilizar os jogos físicos ou digitais do PS3, sendo que os últimos ainda tiveram que ser adquiridos novamente pelos jogadores que quisessem desfrutá-los no PS4. Logo, o PS5 talvez seja uma boa oportunidade para “retratar” esta questão.

Mas não podemos esquecer que a Sony é uma empresa, e que trabalha na busca do lucro. Logo, títulos digitais do PS4 e PSVR tem grandes chances de não serem carregados para a próxima geração. Uma solução interessante (e improvável, mas não custa sonhar) para diminuir o impacto aos jogadores poderia ser uma espécie de programa de fidelidade, onde novas cópias poderiam ser adquiridas com desconto para quem já as possuísse no console atual.
O futuro dos jogos digitais obtidos pela PlayStation Store ainda é incerto
Como a transição do PS3 para o PS4 levou jogadores a readquirirem os seus jogos (com algumas exceções pontuais), é provável que isso aconteça novamente. A política mais “liberal” da Microsoft não deverá ocorrer na Sony, pois seu poder de barganha é maior graças aos seus games exclusivos e maior base de jogadores. Mas certamente a política de jogos da Nintendo passará bem longe do PS5. Finalmente, o hardware do PS4 (DualShock e PSVR) certamente será reaproveitado, sobretudo devido a retrocompatibilidade com os títulos do videogame.

O negócio é aguardar para ver

Seja ele um novo PlayStation ou não, o fato é que todos esperam ansiosamente por mais informações do novo console da Sony. Além de alguns dados pontuais liberados até o momento, ainda existem várias dúvidas a respeito do dispositivo. E a retrocompatibilidade pode ser considerada uma das mais cruciais, sobretudo pela excelente biblioteca que a família PS possui. Como boa notícia, os donos do PS4 podem ficar tranquilos quanto às suas mídias físicas, sendo que as digitais provavelmente terão que ser adquiridas novamente.
Só o tempo dirá como a marca irá evoluir
Embora improvável, um sistema de “transição digital” talvez pudesse minimizar o custo dos jogadores readquirirem suas bibliotecas no novo console. Além disso, a retrocompatibilidade com os PlayStations mais antigos parece bastante promissora. Agora resta aos jogadores esperar por novidades sobre o console, torcendo para que os jogos antigos sejam relembrados e tratados com o devido respeito, mas sem onerar demais a comunidade gamer.

E você, leitor? O que espera da retrocompatibilidade do PS5? Deixe o seu comentário.

Revisão: Raphael Barbosa

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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