Em evento fechado para a imprensa, a Sony trouxe dois integrantes da produtora Bend Studios para bate-papo com os jornalistas sobre Days Gone, novo exclusivo do PlayStation 4. Além de responderem as perguntas, Jeff Ross, diretor do jogo, e Ron Allen, chefe de game design, deram uma pequena amostra do gameplay.
Entre as novas informações divulgadas, a dupla confirmou que será possível confeccionar armas de combate corpo a corpo. Para isso, devem ser encontradas receitas que contém os componentes e quantidades necessárias para fazê-las. Exemplo de material personalizado pôde ser visto na demonstração feita no palco principal do evento. Além das armas de fogo e explosivos, o protagonista Deacon St. John tinha em seu inventário um taco de beisebol com lâminas na ponta, deixando o artigo esportivo semelhante a um machado.
Outro aspecto ressaltado pelos produtores foram as hordas. Em meio a muitos jogos que trazem a temática pós-apocalíptica, os desenvolvedores garantiram que o diferencial de Days Gone serão as grandes aglomerações de inimigos. Foram prometidos grupos compostos por até 500 freakers (ou frenéticos no português), todos eles individualmente animados e com inteligência artificial própria. Os bandos se tornam ainda mais ameaçadores porque os inimigos têm preparo físico digno de atletas, correr ou subir na carroceria de caminhões abandonados não será o suficiente para salvar sua vida.
Simplesmente correr, a propósito, certamente não deve ser boa ideia, pois Deacon tem barra de estamina que diminui quando ele se movimenta de maneira mais acelerada ou realiza movimentos bruscos, como rolamentos. Apenas disparar em uma direção aleatória sem um planejamento na cabeça para se livrar das hordas quase sempre deve resultar em morte. Não à toa, Ron Allen disse durante o evento que antes de enfrentar os grupos de freakers, é recomendável ter em mente os planos A, B, C e até um D.
Foram prometidos mais de 30 horas de jogo, além de diversas missões paralelas, que podem ser realizadas na ordem desejada. Toda a jornada será focada no modo single player e terá início dois anos após o começo da pandemia que quase exterminou toda a civilização. Um aspecto bastante ressaltado pelos produtores foi a importância que a moto terá durante toda a campanha, além de servir como único veículo que Deacon dirige, sua parceira de estrada ainda será usada para armazenar equipamentos e munições, além de funcionar como elemento de viagens rápidas pelo imenso mundo aberto. “É bom sempre tê-la por perto”, recomenda Jeff Ross.
Segundo os produtores, a concepção do grande cenário foi um dos principais desafios na criação de Days Gone, que está sendo desenvolvido há seis anos. O mundo aberto promete oferecer diversas possibilidades e está repleto de elementos que permitem algum tipo de interação. De acordo com Ross, o jogador poderá aproveitar o game da maneira como preferir e o mundo responderá a esse estilo de gameplay.
As características do mundo também afetam os freakers, que terão comportamentos variados em relação ao dia e noite, sendo que isso também deve ser levado em consideração no momento de planejar a melhor maneira de eliminá-los. Chuva, neve e calor também serão elementos que influenciaram na maneira de jogar.
Após a coletiva de imprensa, os jornalistas puderam jogar duas missões em uma demo, em um ambiente com a temática de Days Gone. Cada uma focava em determinado aspecto do game, nossa equipe testou ambas e conta um pouco mais das mecânicas presentes.
Na surdina
Na primeira parte, precisamos atravessar um trecho do mapa e chegar no posto de gasolina para coletar algumas peças. A área está cheia de freakers, os inimigos mais comuns do jogo, e lagartixas, que tem um aspecto mais infantil e se escondem nos telhados das casas. Para se localizar em meio ao cenário de destruição, um mapa no canto inferior direito mostra onde está o objetivo a ser localizado. Também é nessa parte da tela que ficam informações importantes, como gráficos que indicam o barulho que Deacon está fazendo ou se foi visto por algum inimigo.
Nessa demo, os recursos eram bastante limitados e os freakers estavam espalhados pelo mapa e não organizados em hordas. Por isso, optamos por uma movimentação mais furtiva, andando lentamente e agachado, sempre se escondendo entre os arbustos. Ao se aproximar sorrateiramente pelas costas do inimigo, é possível pressionar o triângulo para execução rápida com a arma branca. Foi entre um matinho e outro, pulando algumas cercas e derrubando os oponentes que estavam mais isolados, que chegamos ao posto de gasolina.
Porém, a porta estava trancada e a única passagem possível era pelo teto. Achamos uma maneira de subir, mas diversas lagartixas estavam no telhado. Nesse momento, agradecemos por ter economizado munição, já que as pestinhas se movem rapidamente e é complicada acertá-las somente com a faca ou bastão. Cobertura do posto limpa, era o momento de entrar e finalizar a missão… ou não.
Ao coletar as peças, um parceiro de Deacon pede socorro pelo rádio e o motoqueiro corre para ajudá-lo. Nosso amigo está sendo atacado pelos Rippers, humanos com os corpos marcados por inúmeras cicatrizes e que parecem integrar uma espécie de seita. Eles e o grupo de protagonistas têm algumas desavenças e para salvar o companheiro de Deacon foi necessário atirar contra os três Rippers. Nessa sessão, mecânicas de se esconder e atirar se revelaram muito eficientes.
Com os humanos caídos, Deacon e seu parceiro sobem na moto e aceleram para longe, enquanto uma horda de freakers atraída pelo barulho os persegue. Assim acaba a demo que mostrou que será importante saber quando ser mais agressivo com armas de fogo ou optar pelas eliminações silenciosas de maneira furtiva.
Onda Violenta
A segunda missão foi a mesma apresentada pelos produtores no palco. Era necessário eliminar uma horda de freakers, que facilmente passava de 50 indivíduos. Com munição limitada, para progredir era necessário tirar proveito do ambiente, que contava com trechos estreitos, barris inflamáveis e caminhões carregados de combustível.
Assim que tudo se inicia, é possível armar algumas bombas nos barris, pois os inimigos ainda estão aglomerados e sem te ouvir. Porém, se eles percebem a nossa presença, começa a correria. Não adianta achar que dá para matar todo mundo na bala ou somente com armadilhas.
Outro fator importante é estudar bastante o ambiente e intercalar tiros com armadilhas, isso sem tirar a atenção da barra de fôlego, que vai se esgotando à medida que corremos ou nos esquivamos. Também contamos com um bastão de beisebol modificado, fundido a duas serras e envolto em arame farpado, mas com a desvantagem de uma vida útil que vai se esgotando ao ser usado.
Essa mecânica de ataque em hordas nos obriga ser bastante criativos e a racionar nossos recursos. De primeira, o desespero é inevitável e parece que a missão será impossível. Porém, após algumas tentativas e com a evolução no jogo, tudo se torna mais intuitivo e fluido.
Days Gone chegará para PlayStation 4 em 26 de abril e contará com áudio e legendas em português.
Teste feito a convite da Sony
Colaboração: Vinícius Veloso