Street Fighter III: Third Strike (Multi) completa 20 anos; relembre erros e acertos do game

O jogo de 1999 inclui poucos personagens clássicos, mas tem jogabilidade refinada e fortaleceu o cenário competitivo.

em 17/03/2019


Depois de mudar para sempre os jogos de luta com Street Fighter II (Multi), a Capcom precisava de um lançamento do mesmo calibre para manter a saga de Ryu em evidência. A desenvolvedora japonesa ainda trabalhou por alguns anos com os jogos da série SF Alpha, mas a verdadeira sequência da franquia só chegou em 1997. Idolatrado por uns e completamente ignorado por outros, Street Fighter III teve três versões: New Generation, Second Impact (1997) e Third Strike (1999).

Mesmo trazendo várias novidades interessantes para a franquia, como o visual em alta resolução, a primeira versão de SF III decepcionou boa parte da comunidade - afinal, após anos gastando fichas nos fliperamas, os fãs não encontraram seus personagens favoritos no jogo. Dos lutadores clássicos, apenas Ryu e Ken estavam disponíveis desde o lançamento. Por essas e outras, o título só passou a receber atenção de verdade com a chegada do absoluto Street Fighter III: Third Strike.

A versão definitiva

Além dos veteranos Ryu e Ken, Third Strike trouxe Akuma e Chun-Li de volta. O jogo também contava com os novatos das outras duas versões anteriores: Dudley, Elena, Ibuki, Alex, Necro, Oro, Sean, Yun, Yang, Gill, Urien e Hugo; mas ainda adicionou seus próprios estrantes: Makoto, Q, Remy e Twelve. Pela quantidade absurda de personagens novos, é fácil perceber que o plano dos desenvolvedores era realmente apresentar uma nova geração de lutadores para os fãs.



Isso também fica claro ao analisar algumas características dos personagens que foram introduzidos, já que alguns deles lembram bastante os lutadores clássicos da franquia. O russo Necro, por exemplo, é uma espécie de mistura do Dhalsim com o Blanka. Ele consegue atacar seus inimigos esticando partes do corpo e disparando descargas elétricas. Outro que pode ser citado é Remy, um lutador inglês que tem golpes quase idênticos aos de Guile - sendo capaz, inclusive, de executar sua própria versão do Sonic Boom.

Com tantos personagens novos, a história do jogo também mudou bastante em relação ao que foi visto em Street Fighter II ou Street Fighter Alpha. O vilão principal agora é Gill, que lidera um grupo conhecido como Illuminati e acredita ser o escolhido para purificar a humanidade. Ele começa um novo torneio mundial com o objetivo de encontrar lutadores fortes o suficiente para ajudar na missão de sua seita, e todos os demais personagens do jogo participam do campeonato por motivos pessoais.

Espetáculo audiovisual

Graças ao leitor de CD-ROMs e ao poder de processamento da placa CPS3, poucos jogos 2D da época conseguem ser tão bonitos quanto Street Fighter III. O jogo roda a 60 frames por segundo e sobram quadros de animação nos golpes dos personagens - que também são cheios de detalhes e ocupam boa parte do espaço na tela. Chega a ser revigorante assistir a fluidez dos movimentos de personagens como Elena, que movimentam várias partes do corpo para executar golpes acrobáticos nas lutas.



Trabalhar com uma placa de fliperama que usava CDs também melhorou a qualidade do som produzido pela Capcom. Prova disso é que a maioria dos personagens novos podem até não ter agradado os fãs, mas as músicas deles e dos cenários com certeza ficaram marcadas. A trilha sonora das fases de Dudley, Alex e Ken são alguns dos destaques, mas você pode conferir o tema de todas no álbum oficial da Capcom no Spotify. Por hora, confira a música China Vox, tema do estágio de Chun-Li em Third Strike:

Sucesso no competitivo

Por mais que os personagens novos não tenham convencido a comunidade casual, o sistema de Street Fighter III incentivou a competitividade nos fliperamas e entre os jogadores mais experientes. Isso aconteceu porque a jogabilidade, mesmo reciclando alguns elementos dos títulos anteriores, carrega recursos que tornam as disputas mano-a-mano mais complexas do que nunca. O parry, por exemplo, é um movimento que serve para evitar todo tipo de golpe e dá uma vantagem de contra-ataque para quem executa. Para usar este truque, basta apertar para frente no momento exato em que seu lutador seria atingido. A execução do comando em si é simples, mas, levando em consideração que sua guarda estará baixa enquanto tenta prever os movimentos do outro jogador, a chance de sair na pior é bem grande.



Se não fosse a existência do parry, é provável que o Momento 37 da EVO nem existisse. Estamos falando da virada emocionante de Daigo Umehara contra Justin Wong, nas semifinais do maior campeonato de jogos de luta de 2004. Além de ter entrado para a história como um dos momentos mais marcantes dos esportes eletrônicos, a jogada em questão foi responsável por inspirar uma nova geração de pro players ao redor do mundo.

Legado de altos e baixos

Falta menos de um mês para o aniversário de 20 anos do lançamento de Street Fighter III: Third Strike (Multi), que aconteceu em maio de 1999. Mesmo com poucos dos personagens que consagraram a franquia e quase nenhum suporte por parte da comunidade casual, a versão definitiva do jogo de luta da Capcom ficou marcada por sua contribuição no cenário competitivo. Também vale lembrar que o jogo voltou às prateleiras recentemente, como parte do conjunto Street Fighter 30th Anniversary Collection (Multi), que revive a experiência original e permite a realização de partidas online.

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