Títulos baseados em outras mídias são figurinhas carimbadas na indústria dos games. Livros, filmes e animes são algumas das fontes utilizadas para a criação de novos jogos. E uma das mais novas adições para este segmento é
Fate/Extella Link (Multi), baseado na franquia de sucesso
Fate/stay night. Apesar de ter alguns pontos negativos, o game é divertido e dinâmico, perfeito para quem curte muita ação e, principalmente, para os fãs da série. Vamos conferir um pouco sobre o game nesta
Análise.
Mais um capítulo da franquia
Antes de mais nada, vamos contextualizar um pouco da história do título. Ela se passa dentro do universo fictício da série
Fate, que começou com o lançamento da
visual novel Fate/stay night (Multi) em 2004. Ela acompanha a chamada
Holy Grail War, uma guerra travada por magos e seus respectivos Servos. Os vencedores têm como prêmio a realização de qualquer desejo.
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O título que deu início a franquia |
Fate/stay night reuniu fantasia, ação, romance e, sobretudo, personagens extremamente interessantes. O sucesso deste título gerou várias continuações na forma de novos games, animes, mangás e livros. Embora tenha maior destaque no Japão, boa parte desse conteúdo chegou ao ocidente e se tornou bastante popular. Uma mecânica recorrente da franquia, por exemplo, é a presença de finais alternativos, que resultam de escolhas (games) e interpretações (animes, mangás, etc) diferentes de eventos chave.
Uma das continuações da série é chamada
Fate/Extra (PSP), lançada em 2010. Com a mesma ideia básica original, o game se diferencia pela ambientação, pois agora os personagens e o mundo onde eles vivem consistem em uma versão digital da realidade. Uma versão alternativa do jogo foi, inclusive, adaptada para um anime chamado
Fate/Extra Last Encore (disponível na Netflix). Já a continuação direta do jogo de PSP,
Fate/Extella: The Umbral Star (Multi), chegou em 2017 expandindo a história original.
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Last Encore é uma entrada interessante ao universo da franquia
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Apesar de ter tido uma avaliação apenas mediana, o jogo teve sucesso suficiente para ter um uma sequência, que é o título da presente análise.
Fate/Extella Link foi lançado em junho de 2018 no Japão, chegando no ocidente em 19 de março de 2019. O game tem versões para PC, PS Vita, PS4 e Nintendo Switch. Desenvolvido pela
Marvelous, o jogo da empresa
Type-Moon é semelhante ao anterior, trazendo como inovações principais um novo enredo, melhorias na produção e mais personagens, com representantes de todos os animes lançados.
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Extella Link certamente é um dos melhores títulos da série Fate |
Um musou clássico, mas caprichado
Fate/Extella Link pode ser considerado um título do gênero
musou. Em japonês,
musou significa “guerreiro”, sendo que esta palavra é comumente utilizada para designar jogos semelhantes a franquia
Dynasty Warriors. Neste tipo de game, temos uma mistura de ação do tipo
hack’n slash e estratégia, onde habilidade e poder devem ser equilibrados com coordenação e planejamento.
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Escolha seus ataques para derrotar as inúmeras hordas de inimigos |
Para quem não conhece, games do tipo
musou seguem a seguinte ideia básica. Cada partida ocorre em um mapa dividido em áreas menores, interligadas por caminhos fechados. Duas equipes (ou exércitos) são dispostas nestas áreas e devem, então, se enfrentar para conquistar novos territórios. No final, ganha quem tiver cumprido algum objetivo como conquistar a maior parte do cenário ou derrotar completamente as forças inimigas.
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Servos inimigos podem ser derrotados com ataques combinados da equipe de suporte |
No caso de Fate/Extella Link, as missões normalmente terminam com uma batalha contra um chefe. Entretanto, antes disso diversos objetivos devem ser cumpridos, tais como “conquiste determinadas áreas”, “impeça o avanço de forças inimigas” ou “derrote dois sub-chefes”. Para fins de referência, sua jogabilidade é muito semelhante a
Hyrule Warriors (Multi) e
One Piece: Pirate Warriors 3 (Multi), por exemplo.
Antes de cada missão, temos que escolher qual personagem vamos utilizar, assim como quais itens vamos equipar e qual será a equipe de apoio. Estas customizações são cheias de opções, tais como: definir quais os golpes especiais, acionados com R1+quadrado, círculo, X ou triângulo; os
Instant Skills, que conferem habilidades como resistências elementais, maior alcance e dano aumentado; skins diferentes e
Code Casts, que são efeitos que podem ser ativados durante as partidas.
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Noble Phantasms são os golpes mais poderosos do jogo
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Praticamente todas as missões foram divertidas e desafiadoras na medida certa. A indicação do nível recomendado é útil tanto para quem gosta de jogar na dificuldade certa quanto para quem curte emoções extras (além de escolher o nível de dificuldade em si). Os objetivos são bem definidos e o
HUD durante as partidas traz todas as informações necessárias sem obstruir o jogo em si. As animações são fluídas, mesmo com muitos elementos na tela, tornando as partidas bastante agradáveis e dinâmicas.
Certamente a parte mais bem produzida do game são os personagens. Todos são bem acabados, com belas texturas e golpes cheios de efeitos especiais. As artes de cada um, que aparecem durante os diálogos, também são bastante bonitas. Outro ponto interessante é que todos os diálogos são dublados. Infelizmente, somente o áudio em japonês está disponível, o que pode ser meio estranho para quem não está acostumado. As músicas e os efeitos sonoros estão ótimos, sendo que muitos deles saíram diretamente dos animes.
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A maioria dos cenários tem um bom acabamento |
Os Servos, em especial, merecem destaque. Fato bem conhecido para os fãs da série, durante cada
Holy Grail War os participantes podem invocar um Servo para lhes ajudar nas batalhas. E o grande barato é que eles são baseados em figuras históricas e lendas de várias culturas e locais do mundo. Nomes como
Rei Artur,
Carlos Magno,
Robin Hood,
Lancelot e
Francis Drake estão entre os disponíveis em Fate/Extella Link, cada um com seus especiais incríveis e visuais originais.
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Artoria Pendragon, uma das favoritas dos fãs, está presente no game |
Muitas missões e conteúdos
Story é o modo campanha do game com várias missões para serem concluídas, sendo que várias delas são opcionais. Logo, o jogador pode optar por objetivos mais atrativos ou então voltar e completar partidas fáceis deixadas para trás para ganhar experiência. Cada uma delas avança um pouco sobre a história do jogo, que coloca o jogador no papel de mestre de um grupo de Servos, liderados pelo herói
Charlesmagne, contra os exércitos do vilão
Karl der Groβe, que também conta com uma poderosa equipe de Servos.
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Charlesmagne (esquerda) é um dos protagonistas e Karl der Groβe o vilão principal |
Existem algumas reviravoltas no enredo ao longo do jogo, mas nada revolucionário. Se você já não for fã da série
Fate, talvez ele seja um pouco confuso. O game até se esforça para tentar explicar tudo ao jogador, contando com vários diálogos bem construídos, mas sem ser monótonos, e um glossário completo. Os Servos também contam com fichas bastante interessantes, explicando detalhadamente as características de cada um.
Batalhar nas missões é sempre muito divertido. Os mapas são repletos de inimigos (algo comum em jogos
musou), permitindo a fácil realização de combos com mais de 200 acertos. Já as lutas contra os chefes e sub-chefes exige mais atenção, visto que eles possuem mais vida e golpes especiais como o jogador. Mesmo que a jogabilidade seja um pouco repetitiva, a grande variedade de personagens, a necessidade de se deslocar pelos mapas com inteligência e golpes consegue compensar isso positivamente.
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Ao final de cada fase, recebemos um relatório dos resultados e itens obtidos |
Além do modo
Story, temos o modo
Extra Battle. Nele, várias missões extras são disponibilizadas ao jogador, sobretudo após o fim da campanha. Além de dar mais fôlego ao título, elas permitem liberar novas roupas, músicas e itens. Alguns segmentos inéditos da história também podem ser conferidos neste modo. Mas como no caso da história, boa parte do material que pode ser liberado é mais interessante para fãs da série
Fate.
Finalmente, temos o modo
Multiplayer. A mecânica das partidas é diferente dos outros modos: 2 times de 4 jogadores devem ocupar regiões circulares disponíveis no mapa. Pontos são conferidos durante o tempo que só uma equipe ocupar o círculo, sendo que o lado com maior pontuação é o vencedor. Particularmente, gostei bastante deste modo, que é competitivo, divertido e equilibrado, considerando também que todos os personagens tem o mesmo nível e equipamentos.
Um bom game para muitos e ótimo para alguns
Embora divertido e cheio de conteúdo, Fate/Extella Link não chega a ser uma unanimidade. Os gráficos são bons, mas com poucos destaques; a jogabilidade é divertida, embora um pouco repetitiva; existem muitas missões e itens para liberar, entretanto sem muito apelo para quem não é fã da franquia. Agora, se você curte a série
Fate/stay night ou títulos cheios de ação
hack’n slash, sobretudo do tipo
musou, este certamente é um ótimo jogo para a sua coleção.
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Muita diversão em Fate/Extella Link |
Prós
- Personagens bonitos e bem acabados;
- Mecânicas de jogo dinâmicas e divertidas;
- Grande quantidade de conteúdo para ser liberado;
- Excelente para fãs da franquia Fate/stay night e seu universo expandido;
Contras
- Dublagem somente em japonês;
- Jogabilidade é relativamente repetitiva;
- Pode ser um pouco confuso para quem não tiver um conhecimento razoável da série Fate.
Fate/Extella Link - Multi - Nota 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Análise produzida com cópia digital disponibilizada pela XSEED Games
Revisão: Renata Bottiglia
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