A Square-Enix conhece a importância da sua maior marca, afinal Final Fantasy foi o que salvou ela da falência há muitos anos atrás. Então o carinho e cuidado com ela são notáveis, é só ver a evolução de tecnologia e história por trás de cada jogo. E mesmo depois da modernização com Final Fantasy XV (Multi), ainda é fácil ver que os fãs querem mais da Square. Então não é um absurdo imaginar que um XVI está sendo planejado, ou já está em desenvolvimento. Aqui nesse Future Blast vamos discutir o que podemos esperar dele, desde narrativa, mecânicas, entre outras coisas.
Primeiramente, Final Fantasy
Quem comandou os nove primeiros Final Fantasy foi Hironobu Sakaguchi, o pai da franquia. Nesses mais de 10 anos na Square ele desenvolveu aventuras medievais, jornadas de descobrimento pessoal, romances, luto, conquistas de reinos, viagem no tempo, entre muitas outras jornadas de batalhas contra o mal. Mesmo com todos esses temas espalhados por mais de 10 títulos, é fácil imaginar quais os pilares centrais de todos eles: amizade e superação.No Final Fantasy XIII (Multi), por exemplo, os personagens evoluíram depois de superarem suas diferenças e problemas, assim vencendo o mal maior. Já no XV, a sobrevivência de um reinado dependia da força e união de quatro amigos, assim evoluindo e superando um império inteiro. Para um possível Final Fantasy XVI, esses pilares é o que sustentariam a trama, a não ser, claro, que eles mudem tudo, mas vamos com calma.
Bem contra o mal?
A batalha do bem contra o mal é um tema recorrente na série, com suas nuances claro. Mas e se para esse jogo eles trouxerem um tema mais maduro e complexo, como Kojima fez com Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (Multi): uma guerra cinza, sem lados certos e errados, somente dois pontos divergentes tentando fazer seu melhor. Uma temática que poderia funcionar com o que vimos em Agni's Philosophy - Final Fantasy Tech Demo, um vislumbre técnico violento e pesado, como um Final Fantasy pode ser.Apesar de parecer bem improvável algo assim acontecer, é só lembrar que já ocorreu de um Tech Demo virar um jogo completo, com o bem sucedido Detroit: Become Human (PS4). E a Square-Enix sempre procura renovar sua franquia de alguma forma, então essa é uma ideia bem interessante, se bem feita. Ela já conseguiu misturar magias e arma de fogo antes, por que não faria agora?
Final Fantasy Type-0 (PSP) é o game da franquia com a temática mais madura e pesada até agora, com guerras, sangue, ganância, vingança, entre outras coisas. Mesmo ainda sendo uma batalha de bem contra o mal, os seus elementos e personagens são bem trabalhados ao ponto de não nos sentirmos bem com o que vemos nos seus primeiros minutos. Um chocobo machucado, ou vários soldados mortos em cima de poças de sangue. Mas talvez esse não seja um caminho que a Square prefira seguir, talvez algo mais fácil de digerir.
A volta de Hiroyuki Ito?
Com o Final Fantasy VII Remake (PS4) em desenvolvimento, trazendo uma ideia parecida de magia versus tecnologia, semelhante a ideia anterior, talvez ela opte em dar o comando do XVI para uma pessoa com uma pegada diferente, como Hiroyuki Ito, o pai do ATB (Active Time Battle). Ele comandou projetos como Final Fantasy XII (PS2) e Final Fantasy Tactics (PS), games com designing bem autoral para a franquia, saindo um pouco do fotorrealismo, e indo para a fantasia. Além de suas mecânicas diferenciadas, como aconteceu no XII.A ideia de um grande conto politico no meio de um mundo fantástico é animadora, coisas que Ito sabe trabalhar muito bem em seus projetos. E por que não ir além, e dizer que o XVI poderia habitar o mesmo universo que Final Fantasy XII, Tactics e até Vagrant Story (PS), a expansiva Ivalice?! Isso traria um aspecto visual e narrativo próximo a todos esses jogos, e com os recursos disponíveis para o seu desenvolvimento, esse seria um game lindo, mas não é só de visual que vive um RPG, temos também o sistema de batalha.
Modernizando um gênero
Final Fantasy XV trouxe a evolução de vários sistemas da Square. Isso não quer dizer que agora todos os jogos que se seguirem de Final Fantasy terão que ser de ação, muito pelo contrário, a Square disse que os diretores terão a liberdade de decidir como essas mecânicas funcionarão, fazendo sentido com a proposta do jogo.E o que fará sentido para um projeto que sabemos nada? O que as empresas levam em consideração é o que vai funcionar para seu público. Final Fantasy VII com sistema de ATB fazia sentido na época que foi lançado, assim como o XV ser mais voltado para a ação. Agora para um XVI podemos imaginar algumas possibilidades:
- Se voltado para ação, ele poderia ser uma evolução do XV com os sistemas de Vagrant Story, onde seu posicionamento e onde você ataca são relevantes para a vitória;
- Ou mesmo algo mais estratégico, como um Tactics usando ATB, onde o posicionamento e equipamentos influenciam na sua vitória em turnos mais dinâmicos.
Infelizmente, com nenhuma informação oficial, só podemos especular quanto a isso, e talvez nunca chegar em como será o produto final. Mas eu gostaria do sistema ATB de volta, usado de forma diferenciada como foi em Final Fantasy XII, cheia de peculiaridades e sistemas interessantes de se usar. Montar boas estratégias era o que garantia a vitória contra inimigos mais complicados.
Certas coisas são melhores longe
Quem acompanhou o desenvolvimento de Final Fantasy XV notou que muito do jogo não estava nele, toda a história está espalhada em um filme, anime e outros produtos. Tratar seus projetos como serviços não é um problema, mas distancia quem quer aproveitar uma boa narrativa, como Final Fantasy sempre foi conhecido.Um bom exemplo de RPG de ação que seguiu por outro caminho foi The Witcher 3 Wild Hunt (Multi), mesmo ele sendo imenso, ele tinha todo seu conteúdo ali, e as DLC expandiram isso, de forma tão grandiosa quanto o original. É esse tratamento que um game de Final Fantasy merece e não com buracos narrativos usados como desculpa para lançar pequenos complementos aqui e ali.
Pensar que esse futuro game sairá para celulares também é complicado. É notável que o mercado mobile traz um retorno considerável, mas repetir os erros da Blizzard com sua franquia Diablo, seria um tanto burra. Os fãs não querem um jogo tão importante como esse para celular, eles querem um grande projeto, pensado no entretenimento deles. Então acho que a Square nos ouvirá quanto a isso e lançarão Final Fantasy XVI para os futuros consoles ou mesmo o PC.
Um dia, quem sabe
A Square não revelou absolutamente nada sobre esse título e quanto mais penso nas possibilidades dele vir logo, mais me contento que isso é improvável. Nem temos uma data para Final Fantasy VII Remake, que será o próximo grande lançamento da Square, quem dirá uma confirmação de um novo Final Fantasy a caminho. E agora com a nova geração batendo a porta, é quase certo que levará mais uns bons anos para qualquer informação sobre ele sair.Mas não desanimem! A Square tem plena capacidade de desenvolver um excelente RPG, sendo ele de ação ou não, então vamos esperar pelo melhor, e que venha mais um grande jogo de Final Fantasy.
Revisão: Raphael Barbosa