Análise: Double Cross (PC/Switch) é um jogo de plataforma com muita cor e diversão

Com a Proton Slinger em mãos, a agente Zahra precisa lutar contra dinossauros, gosmas e ninjas futuristas para proteger a paz interdimensional e desvendar o mistério de Suspect X.

em 10/01/2019
Desenvolvido pela 13AM Games (Runbow), Double Cross é um plataforma de ação dividido em várias missões. Além de personagens carismáticos e ambientes muito bonitos, o jogo apresenta fases bem diversas e uma habilidade principal bastante peculiar que é fundamental para se movimentar pelas fases.

Viajando entre dimensões

Zahra Sinclair é uma jovem integrante da patrulha interdimensional RIFT, um grupo que procura manter a paz e a ordem das várias dimensões, regulando as interações entre elas. No entanto, após um ataque ao quartel-general da agência, ela e seus companheiros precisam se esforçar na caçada ao misterioso Suspect X.

Para poder desmascarar o vilão, a personagem precisa investigar três mundos bastante diferentes: Reptarria, terra dos dinossauros; Gootopia, um mundo com várias substâncias gelatinosas com potenciais científicos extraordinários; e Funderdome, um planeta futurista cujas luzes neon escondem corrupção e negócios escusos.


Em cada área há quatro missões, que na prática funcionam como fases diferentes ambientadas no mesmo mundo. As três primeiras estão abertas desde o início e fornecem como recompensa itens de quest, que precisam ser investigados na base com parceiros variados para avançar a história. Já a última é um boss e só pode ser feita após completar as investigações anteriores. Dessa forma é possível tanto focar em um mundo até derrotar o boss ou realizar as missões em outra ordem que alterna entre as áreas.

Nesse sentido, é bastante interessante notar que cada mundo é bastante diferente do outro e essa experiência variada torna o jogo bastante satisfatório mesmo tendo curta duração. Por exemplo, Funderdome oferece plataformas que aparecem e desaparecem e balões para exploração vertical, já Gootopia apresenta substâncias gelatinosas que fazem a personagem correr mais rápido, agarrar em paredes, etc.


Além das características específicas de cada área, a protagonista também conta com suas próprias habilidades, em especial, o Proton Slinger. Essa arma libera uma “teia de prótons” que a puxa para uma determinada direção. Aprender a controlá-la de forma eficiente é fundamental para explorar as fases e permite várias manobras interessantes durante as batalhas, incluindo a interceptação de projéteis e subsequente arremesso dos mesmos. Também há uma habilidade de esquiva que permite à personagem evitar dano temporariamente e é fundamental em algumas fases com lasers.

Em termos de combate, a personagem é mais focada em curta distância com socos e chutes, com ataques de longa distância que custam energia (obtida derrotando inimigos). Outras habilidades, tanto de ataque quanto passivas (como recarga mais rápida de energia) podem ser obtidas conforme o jogador coleta Upgradium, cristais espalhados pelas fases, alguns escondidos em localidades de difícil acesso. No entanto, mesmo com as melhorias, a personagem continua com o foco em curta distância e, por isso, mesmo no combate é importante o domínio da movimentação.

Desconfiança e traição


Em termos do enredo e do mistério de quem é o Suspect X, há um trabalho interessante de desenvolvimento dos personagens. A cada missão concluída, novos itens são obtidos e é necessário interagir com os membros da RIFT em busca de pistas. Durante esses diálogos, é possível conhecer mais a fundo as motivações de cada um, mas ao mesmo tempo, a intriga de que há um possível traidor no time se intensifica.

Ao mesmo tempo, a protagonista precisa lidar com o surgimento de uma versão alternativa de si mesma, vinda de outra dimensão. Ao contrário da protagonista, ela nutre ódio pela RIFT e demonstra claramente sua oposição. O contraponto é importante para o crescimento pessoal de Zahra ao longo da história, deixando de ser uma agente inocente e passando a compreender os problemas da organização na qual trabalha.

As interações com os diversos personagens e com as áreas das missões resultam em um universo colorido e multifacetado, muito interessante e imersivo. A condução do mistério também é bastante satisfatória e, mesmo não tendo sido surpreendido pela revelação da identidade de Suspect X, a motivação do vilão é um drama que me pareceu genuíno e contribuiu para a discussão geral da narrativa.

Um multiverso colorido com muita diversão


Double Cross é um excelente jogo de plataforma. Além de cenários e personagens muito bonitos, as fases apresentam bastante diversidade e aproveitam bem as habilidades básicas de Zahra. Intercalando as missões com o mistério da identidade do vilão, ele cria uma narrativa interessante com bom desenvolvimento dos personagens e de suas motivações. O resultado é uma aventura muito divertida na pele da jovem agente da RIFT.

Prós

  • Fases com bastante diversidade;
  • A Proton Slinger é uma habilidade bastante divertida e bem aproveitada pelas fases;
  • Narrativa desenvolve bem os personagens e suas motivações;
  • A arte em sprite é muito bonita.

Contras

  • Trilha sonora não chama atenção.
Double Cross – PC/Switch – Nota: 9
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Link Beoulve
Análise produzida com cópia digital cedida pela Graffiti Games

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.