Entre as principais alterações está a câmera em terceira pessoa, substituindo a visão isométrica do título de 1998. Também chamam atenção as influências vindas de Resident Evil 7: Biohazard. A identidade visual dos menus foi completamente inspirada no capítulo mais recente da franquia. Além disso, a mecânica de selecionarmos diferentes armas por meio do direcional digital também está de volta, com a novidade de um submenu para equipamentos secundários, como facas ou granadas.
A qualidade visual é outro fator que impressiona. O capricho na modelagem dos personagens, a interessante aplicação de efeitos de luz e sombras, os cenários bem detalhados (e nojentos), além da movimentação fluída, ajudam a criar a Raccoon City mais aterrorizante de todos os tempos. Por outro lado, não conseguimos perceber se a direção de áudio segue o mesmo nível, pois as estações do game estavam montadas justamente ao lado do estande de Just Dance 2019.
Estande onde o jogo estava disponível na BGS 2018 |
A demo protagonizada por Claire Redfield mostra que a dificuldade do jogo tende a ser semelhante a dos clássicos da franquia. Começamos momentos antes de encontrar Sherry Birkin, garotinha que está bastante assustada com alguma criatura que ronda os corredores. Ao melhor estilo filme de terror, o monstro que aterrorizou a menina surge atrás de Claire e percebemos que se trata de William Birkin, cientista que sofreu uma mutação devido o contato com o G-Vírus.
Basicamente, a jogatina se resumiu ao confronto com a perigosa transformação do pesquisador. Para derrotá-lo, Claire tinha a disposição uma pistola com 12 tiros, uma metralhadora com 30 disparos, um rifle com somente uma bala, a faca de combate e também uma erva para restaurar a saúde. A pouca munição torna a batalha ainda mais complicada, mesmo sendo possível encontrar itens de recarga espalhados pelo estreito espaço onde a luta acontece.
Para vencer é preciso acertar o ponto fraco do mutante: o gigantesco olho que surge na região de seu ombro. Confesso que o resultado do encontro não foi o esperado e acabei sendo morto por William. No entanto, observando outros jogadores pude ver que a demo se encerrava logo após uma pequena cena que passava logo após o monstrão ser derrubado. Apesar de curto, o encontro com a criatura prova que será preciso racionar e usar com sabedoria todos os escassos suprimentos que forem coletados ao longo da jornada.
Estamos ansiosos pelo momento em que poderemos iniciar o jogo completo |
Já na demo protagonizada por Leon S. Kennedy, a ação ininterrupta comentada acima dá lugar a uma maior exploração do cenário. Essa porção jogável do remake nos coloca na delegacia de Raccoon City — que aparece reimaginada tantos em seus novos caminhos quanto nos puzzles inéditos e desafiadores. Como estamos a quase 20 anos da versão original de Resident Evil 2, há de se comentar que as cutscenes e momentos de ação envolvendo gameplay foram totalmente refeitas — não estamos falando apenas de melhorias na textura e gráficos, e sim de uma leve mudança na maneira como o storytelling é conduzido.
Além disso, vale lembrar que Resident Evil 2 usa os famosos truques de câmera para te assustar — posicionando inimigos horripilantes através de janelas e nas “esquinas de corredores” estreitos. De um forma resumida e mais informal, essa é uma entrada mais “raiz” da série.
Com o conteúdo mostrado na BGS, Resident Evil 2 tem potencial de ser um dos principais lançamentos do início do ano que vem. O jogo deve chegar para PlayStation 4, Xbox One e PC em 25 de janeiro de 2019. Há alguns meses, Kazunori Kadoi, diretor do jogo, e Yoshiaki Hirabayashi revelaram em entrevista ao Trusted Reviews que uma recepção positiva do projeto pode abrir caminho para o remake do terceiro capítulo da série. "Estamos, neste momento, focados em Resident Evil 2 Remake. Em terminar o jogo e ver como todos o recebem em janeiro. Mas, quem sabe o que o futuro reserva”, disseram.
Pelo que vimos na BGS, os profissionais já podem começar a esboçar o retorno de Jill Valentine.
Colaboração: Arthur Maia