Antes de tudo, vale dizer a história que Kingdom Come: Deliverance atravessou até se tornar realidade. O game teve um ciclo de desenvolvimento de sete anos, sendo três somente para captação de recursos e a procura de investidores — a bem sucedida campanha no Kickstater foi uma mostra que o projeto poderia vingar. Depois foram mais quatro anos de desenvolvimento, com crescimento da equipe e planos para o futuro. Mas sobre isso eu comento mais pra frente.
Foto: Alexandre Mendes |
Um dos pontos que destaca Kingdom Come, e que o time tem orgulho de lembrar, é que o jogo é completamente baseado em lugares, pessoas e fatos reais. Henry em si é um personagem fictício, mas todos ao seu redor, de aliados a inimigos são figuras que de fato existiram naquela época. O game tem um códex que fala sobre cada uma dessas personalidades.
Tobias também fez questão de nos mostrar que toda a região retratada no game é extremamente fiel ao real, inclusive com estruturas que podem ser encontradas até hoje. Tanto para partes externas como internas foi feito um grande trabalho de pesquisa para obter um resultado mais próximo possível, afirmou Tobias. Mesmo as árvores das vastas florestas foram modeladas a partir de espécies nativas da região.
Falando sobre o gameplay, Kingdom Come é um jogo com um ritmo mais lento, que deve ser aproveitado dessa forma. Algo que achei interessante é que o game não conta com um minimapa ou marcadores. Tobias lembrou que os jogadores devem usar a posição do Sol e seu conhecimento da geografia do local para saberem para onde ir.
O game tem um grande foco na narrativa e isso pode ser visto já em uma das primeiras missões. O jogador pode optar por seguir ou não um pequeno grupo de soldados que vai investigar um ataque suspeito, Caso acompanhe seus aliados, pode optar por diversas abordagens possíveis: investigar a cena detalhadamente, conversar com habitantes de maneira educada ou mais enérgica ou mesmo ignorar tudo. Um detalhe muito interessante é que até mesmo a roupa que o jogador está usando pode influenciar nos diálogos. Um civil desconfiado pode optar por omitir informações a alguém vestido de soldado, por exemplo.
Vale notar que não há qualquer interface de investigação ou algo similar, cabe ao jogador verificar tudo com atenção e ligar os pontos para progredir com a história. Tobias comentou que na campanha principal, mesmo que percamos algum evento ou diálogo, sempre há rotas alternativas para avançar. Já nas secundárias é possível sim perder alguns eventos dependendo de suas ações.
Falando sobre conteúdos extras, essa vinda para a BGS coincide com o segundo pacote de expansão. The Amorous Adventures of Bold Hans Capon. Nesse novo DLC o foco não está em combates épicos mas sim ajudar seu amigo Hans Capon a conseguir a atenção da mulher amada. E isso inclui ir atrás de algumas jóias perdidas em apostas e o auxilio para decorar alguns poemas. Parece bem divertido e sai do habitual "mate o herói lendário" ou coisas do tipo. De acordo com Tobias, deve render de 8 a 10 horas de gameplay a mais, o que já é uma bela aventura.
Além do conteúdo pago, também existem updates de expansão gratuitos. O próximo a ser incluído é o Tournament, focado em combates e, claro, com uma boa porção de narrativa envolvida. Ainda em relação a conteúdos grátis, uma ferramenta especial para criação de MODs também está nos planos.
Os dois próximos DLCs planejados para o jogo são Band of Bastards e Woman's Lot, esse último contará com uma protagonista mulher. Tobias não adiantou muito sobre esse episódio, mas parece promissor.
Foto: Alexandre Mendes |
Kingdom Come: Deliverance está disponível para PC, XBO e PS4.
Participação: Lucca Torres Monteiro