Para responder essas perguntas, apresentarei cinco ideias:
- Ela virá como as gerações passadas;
- A Nintendo pode influenciar uma nova geração de videogames;
- O funcionamento do mercado de smartphones pode ser o futuro dos consoles;
- Os videogames serão moduladores, como os computadores;
- Não estamos perto de fechar essa geração.
Igual as gerações passadas
É fácil ver o padrão matemático entre as gerações. A cada seis ou sete anos, uma nova leva de consoles chega ao mercado, como foram os consoles da Sony, Microsoft, Sega e Nintendo. Indo um pouco mais além, rumores apontam que a Sony enviou aos estúdios, devKits de um possível PlayStation 5, onde eles estariam realizando testes com a GPU e CPU.Então chegaríamos em 2020, as empresas revelariam consoles com grandes mudanças tecnológicas em um ciclo que duraria 6 a 7 anos. Também há a possibilidade das empresas seguirem os passos da Nintendo, onde o foco do produto não é poder, mas a forma de jogar.
Para reforçar essa data, o site Kotaku, em entrevista com alguns desenvolvedores, descobriu que a Sony só planeja lançar um novo console em 2020:
"Num projeto de vários anos, podem acontecer muitas coisas que mudam os cronogramas tanto para a frente quanto para trás. Em algum ponto, a Sony provavelmente já olhou para todas as datas possíveis. Tudo sobre o que eles pensam é em atingir o equilíbrio perfeito em termos de hardware".
O nome deste desenvolvedor não foi revelado e nada poder ser visto como uma verdade absoluta, tendo observado que não houve uma confirmação oficial por parte da Sony.
Nintendo e sua geração
A Nintendo é a empresa mais antiga a competir no mercado de jogos eletrônicos, porém, com a concorrência focando cada vez mais em gráficos, ela precisou se reinventar com o Wii, Wii U e seu atual console, o Switch. Criando uma jogabilidade diferenciada para cada um destes sistemas
Os Wii Remotes são um claro exemplo de jogabilidade diferenciada, trazendo a ideia de jogar com o movimento do corpo usando os controles, que foi um sucesso. Mas não é só de maravilhas que vive a Nintendo. O Wii U, por exemplo, não conseguiu alcançar o público desejado. Durante sua apresentação na E3, muitas pessoas acharam que o tablet do console era apenas um novo controle para o Wii (eu fui uma dessas pessoas, inclusive).
Alguns anos depois, o “Nintendo NX” é lançado como Nintendo Switch. Poderoso o suficiente para receber jogos multiplataforma, a ideia de um aparelho híbrido fez com que os usuários pudessem escolher entre um videogame doméstico e portátil.
Mesmo mudando o foco, a Nintendo desenvolveu várias ideias tecnológicas interessantes, que podem até passar a serem utilizados por outras empresas no futuro. Como os controles de movimento, que aliás, já estão sendo usados pela Sony, com o PS Move, aparelhos com duas telas, ou híbridos. Ter uma geração própria pode ser uma delas. Onde cada empresa teria uma forma distintas de trabalhar com suas tecnologias e jogos. Não pertencendo a uma geração específica, mas sim tendo uma própria.
Igual a celulares
O PlayStation 4 Pro e Xbox One X são novidades expressivas. Se virar uma tendência realizar esse tipo de lançamento, as futuras gerações, como conhecemos, podem mudar drasticamente deixando até de existir. Por exemplo, a Sony lança o PlayStation 5 e de tempos em tempos, quem sabe até anualmente, ela lance uma nova versão desse console com melhorias pontuais de hardware, como no mercado de smartphones.
Apesar de ser difícil imaginar um cenário desse, ele infelizmente não é impossível, é só pensar como o mercado mobile está poderosa e com uma enorme biblioteca de jogos, até de consoles, funcionando neles, como PUGB (Multi), ou até mesmo GTA San Andreas (Multi).
Essa ideia é reforçada pelo Albert Greenberg, engenheiro da Microsoft, dizendo na Gamescom 2016 que a intenção da Microsoft é que no futuro não exista mais gerações de consoles, e sim uma grande família de dispositivos:
“Pensamos o futuro sem gerações de consoles. Achamos que a habilidade de criar uma biblioteca, uma comunidade, e de termos interações de hardware, é uma grande aposta. Estamos basicamente dizendo: ‘Essa não é uma nova geração, tudo vai continuar em frente e funcionando”. Pensamos nisso como uma família de dispositivos”.
Isso indica como a empresa pensa seus consoles para o futuro, lançando vários aparelhos e um mesmo jogo funcionando em todos eles de forma diferente, como nos celulares. Apesar do esforço de criar essa tendência, é claro, como a falta de exclusivos afeta negativamente nas vendas da empresa com o Xbox One.
Igual aos computadores
Enquanto a Microsoft, dona da marca Xbox, não mostra o que tem para o futuro, o seu mais recente console, o Xbox One X, pode trazer algumas ideias. Uma delas é a modularidade, onde não compraremos outros consoles, e sim trocaria seus componentes, novamente deixando uma brecha para uma possível extinção de futuras gerações de consoles.A atual geração nos mostrou como é possível ter consoles cada vez mais parecidos com os computadores, e não é à toa, a facilidade para se trabalhar, criar e desenvolver com ferramentas assim é uma enorme vantagem. Com isso uma “nova” geração baseada em troca de peças não é tão absurda.
O Xbox One X é um console extremamente semelhante a um PC, isso, pela sua fácil manutenção interna e troca de peças. Pelo menos por enquanto, não é possível “turbinar” esses aparatos. Podemos usar como exemplo a Sony e a Microsoft, duas companhias que podem, no futuro, competir por peças, não com consoles.
Não tão cedo
Outra ideia que não pode ser descartada é a de que a geração pode se alongar o máximo, durando mais do que o previsto. Os lançamentos do PS4 Pro e Xbox One X deixam espaço para isso.
Com os consoles de meio de geração, o fôlego por poder foi restaurado, e os novos jogos podem ser desenvolvidos explorando melhor tudo isso, elevando os anos de vida da 8ª geração em mais uns cinco ou seis anos. Se por acaso for lançado um “PS4 Pro 2” ou um “Xbox One X 2” esse tempo pode aumentar ainda mais. Porém, este fato não descartaria uma nova geração, apenas alongaria a atual.
A nona geração poderia vir mais polida e significante para o mercado, trazendo até novas formas de jogar, ou melhorando as antigas, como a realidade virtual, que funciona, considerando suas limitações.
A Nintendo não fica de fora dessa ideia, pois, segundo o site Eurogamer, o Nintendo Switch já vendeu 14.86 milhões de unidades, provando ser um sucesso maior que o Wii U. Podemos atribuir o alto índice de vendas aos exclusivos e portes multiplataforma. Tendo todas as informações em mãos, é possível especular que a Nintendo não entrará em uma nova geração tão cedo.
Dito tudo isso, se pensarmos em mercado, essa forma de trabalhar pode ser um tiro pela culatra. Uma geração com seis consoles, ou mais, de duas marcas diferentes concorrendo entre si, por mais sete anos, mataria os videogames antecessores. E até jogos poderiam não funcionar mais nos aparelhos mais antigos.
O que podemos esperar da nova geração então?
Neste texto eu citei algumas das possibilidades que eu acredito serem possíveis. Porém, continuamos no escuro em relação aos novos consoles.
Muitos são os questionamentos, e as respostas são escassas, mas o ano de 2018 ainda tem muito a revelar, e não existe lugar melhor como a E3 (Electronic Entertainment Expo) para esperar alguma revelação. Ela é a maior feira de games do mundo, e em um mês abrirá as portas para os desenvolvedores mostrarem os jogos que estão por vir.
Existem outras feiras ao redor do mundo que podem revelar alguma coisa para os jogadores. A TGS (Tokyo Game Show) e BGS (Brasil Game Show), que acontecem nos dias 19 de setembro e 10 de outubro, respectivamente, podem tirar proveito de algum anúncio da E3 e trazer informações complementares dos jogos anunciados. Porém, isso é apenas especulação, e nada podemos afirmar até a chegada do grande dia.
Revisão: Rui Celso