Recentemente foi anunciado um filme live action com base nos jogos Monster Hunter, da Capcom. A produção fica por conta da Constantin Films, mesma empresa responsável pelos polêmicos longas-metragens de Resident Evil (RE). A direção será de Paul W. S. Anderson e no papel de protagonista vamos ter sua esposa, Milla Jovovich. Ambos também trabalharam nos filmes da franquia de terror.
Estamos cansados de saber que obras cinematográficas baseadas em jogos sempre geram uma divisão de opiniões. E o receio é enorme, quando nos anunciam que Monster Hunter ficará a cargo da mesma galera responsável por filmes tão criticados como RE. Então nós perguntamos: “Será que dessa vez eles acertam?” e “O que faria um filme de Monster Hunter ser realmente bom?”.
Neste texto iremos responder a estas questões, uma a uma, com o objetivo de entender a situação tanto pelos olhos das empresas como dos fãs. Então, vamos lá!
Será que dessa vez eles acertam?
Primeiramente temos que rever o conceito de “acertar”. Afinal de contas, Resident Evil teve nada menos do que seis filmes! Será mesmo que uma franquia cinematográfica iniciada em 2002, e que durou até 2017, pode ser considerada um fracasso? Os números dizem que não.Com uma bilheteria total de mais de 1 bilhão de dólares, RE não é nenhum Universo Marvel, mas está longe de ser um fracasso comercial. Todos os filmes tiveram um lucro de no mínimo o triplo do valor de produção, com destaque para o último longa, que multiplicou seu orçamento em sete vezes. Além disso a série detém o recorde mundial no Guinness Book como “a maior franquia de filmes live-action baseada em um game”.
A grande polêmica mesmo fica por conta da falta de fidelidade aos jogos da série, mas veja bem, a intenção nunca foi fazer um filme 100% fiel. Em entrevistas, Milla e o diretor Anderson sempre deixaram claro o objetivo de divergir da história original. E, mesmo quebrando essa expectativa dos jogadores, nada impediu que a franquia fosse sucesso de bilheteria e criasse uma legião de fãs, muitos não-gamers (ou pelo menos não de RE), estendendo-se por seis longas, com planos para um reboot inclusive.
Então é seguro dizer que sim, eles acertaram, não para os jogadores, mas para a indústria do cinema. E provavelmente veremos o mesmo com Monster Hunter.
O que faria um filme de Monster Hunter ser realmente bom?
O termo “bom” pode significar “sucesso de bilheteria e a criação de uma franquia sólida com diversos filmes”, como no caso de RE, ou “ser extremamente fiel aos jogos em todos os aspectos, inovando aqui e ali, mas sem fugir da essência”. E tudo vai depender de como você enxerga o que é uma adaptação cinematográfica de qualidade.No filme anunciado, com certeza, veremos Jovovich fazendo suas brilhantes cenas de ação sem dublês, em combates contra criaturas enormes, o que vai ser bem interessante de se assistir. Mas, infelizmente, daremos adeus aos divertidos gatinhos que nos acompanham na maioria dos games da série, além de outros alívios cômicos. Acredito que devemos esperar por um clima bem mais sombrio e sério, talvez com alguma inspiração em Jurassic Park para a interação de monstros e humanos.
Já para nós, fãs gamers, o ideal seria uma aproximação que passasse aquela sensação de evolução dos jogos. Adoraríamos ver a protagonista começando do zero, quebrando a cara para enfrentar cada monstro, observando seus padrões de combate e aprendendo com cada erro. Fazendo amigos ao longo do caminho e criando grupos de caça, tal qual os jogadores fazem no mundo real. O que, por sinal, seria uma grande ponte para os espectadores procurarem os games em busca da mesma sensação.
O clímax da história poderia não ser ligado a um grande perigo eminente. Existem monstros descontrolados nos jogos, que precisam ser parados. Mas, se tratando de um início de franquia, o primeiro filme poderia focar muito mais no crescimento pessoal da caçadora, no cumprimento de um objetivo particular, como caçar a criatura mais rara da região, junto dos amigos que fez ao longo da jornada.
Antes de ser uma heroína salvando a vila (ou mesmo o mundo) nos filmes seguintes, a protagonista deveria ser uma conquistadora de si mesma, quebrando seus próprios limites e indo aonde nunca sonhou chegar na carreira de caçadora. Na maior pegada Rocky Balboa mesmo. Acredito que isto faria do filme um grande diferencial, em meio a tantas histórias de vilões e mocinhos do cinema atual, que está lotado de super-heróis. E, claro, não poderiam faltar vários gatinhos pipocando pra lá e pra cá na telona.
E você? O que espera da franquia Monster Hunter nos cinemas? Qual aproximação prefere? Recriação do universo do jogo ou fidelidade total? Não deixe de nos contar nos comentários!
Revisão: Cainã Marques