Análise: Space Invaders Extreme (PC) é uma reimaginação frenética e estilosa do clássico

Destrua os invasores do espaço nessa versão que apresenta novas mecânicas e visual modernizado.

em 05/02/2018

O clássico Space Invaders comemora 40 anos em 2018, e em comemoração a Taito decidiu lançar Space Invaders Extreme para PC. O jogo moderniza a aventura de 1978 com visual colorido, novas mecânicas e engenharia de som única, resultando em uma experiência que consegue ser contemporânea sem se afastar muito da essência original. O jogo foi lançado originalmente para DS, PSP e Xbox 360, e a versão para PCs atualiza alguns detalhes e traz o melhor das outras edições.

Reimaginando a invasão alienígena

Space Invaders Extreme pega as mecânicas clássicas do original e adiciona algumas características modernas. Controlamos um canhão que se move somente horizontalmente e temos que destruir todos os alienígenas antes que eles alcancem a parte inferior da tela. Extreme deixa as coisas mais interessantes com a adição de novos tipos de inimigos, armas e várias outras situações.

As armas são a inclusão mais significativa. Elas podem ser obtidas ao destruir quatro inimigos da mesma cor em sequência e têm duração limitada. Um imenso laser é excelente para acabar com colunas de inimigos de uma vez ao custo de diminuir drasticamente a velocidade de movimentação do canhão. As bombas têm bom raio de explosão e são ideais para destruir pequenos grupos de aliens. Já o broad shot cobre uma boa área horizontal com cinco tiros adjacentes. Por fim, temos um escudo para absorver projéteis inimigos.


Pode não parecer, mas você vai precisar dessas armas para conseguir sobreviver em Space Invaders Extreme. Cada estágio é composto de várias ondas de inimigos e eles são bem agressivos: alguns simplesmente atiram ao acaso, outros tentam atingir o canhão com o próprio corpo, um terceiro tipo tem projéteis que rebatem pela tela, e assim por diante. Além disso, certos aliens apresentam proteção a certos tipos de armas, como um polvo com escudo contra lasers. Como as ondas têm vários tipos diferentes de inimigos, a ação fica frenética rapidamente e é necessário mudar de tática constantemente. Ao final das fases, precisamos derrotar um chefe para avançar, e cada um deles exige estratégias específicas.

Minhas características favoritas em Space Invaders Extreme são o visual e o áudio. O jogo conta com gráficos estilosos e cores vibrantes, com design meio quadrado que remete ao pixel art simples do clássico de 1978. Já a música conta com composições que tendem mais para o eletrônico, entretanto há um detalhe único: as ações no jogo influenciam a trilha sonora. Tiros, explosões e movimentação dos inimigos adicionam camadas de elementos à música, trazendo um aspecto rítmico e único a cada partida — até mesmo a interface pisca na mesma cadência do som. Cada estágio tem uma temática sonora distinta, que soa diferente em cada partida por conta dessa engenharia do áudio. O resultado é uma experiência pulsante e contagiante.


Pegada arcade com várias nuances

O mais interessante é que há muito mais do que somente sair atirando de qualquer jeito, pois Space Invaders Extreme apresenta algumas mecânicas legais que trazem mais estratégia às partidas. Bônus especiais podem ser obtidos ao realizar certas tarefas, como derrotar inimigos do mesmo tipo em sequência, destruir linhas ou colunas da formação ou acabar rapidamente com vários aliens constantemente.

Sob certas condições, é possível acessar os Round Feature, pequenos desafios inusitados com limite de tempo. Esses momentos são bem legais por apresentarem situações bem distintas. Um deles, por exemplo, consiste em destruir formações específicas de ovnis. Já em outro desafio, os aliens rebatem loucamente pela tela ao serem atingidos. Um terceiro tem inimigos que só podem ser destruídos ao acertar pontos explosivos da formação. Sair vitorioso ativa o modo Fever, que equipa o canhão com uma versão mais poderosa de alguma das armas — perfeito para acabar rapidamente com as ondas e conseguir muitos pontos.


É muito divertido jogar Space Invaders Extreme por causa da agilidade da ação. As armas trazem uma sensação de poder e é muito recompensador sair explodindo rapidamente os aliens. É perfeitamente possível aproveitar o título de maneira casual, porém é necessária estratégia para visitar certos estágios: as fases mais difíceis só podem ser acessadas ao conseguir boa pontuação. Sendo assim, para poder aproveitar todo o conteúdo que o jogo tem a oferecer, é importante um pouco de experimentação e até mesmo dedicação. Acredito que vale a pena o esforço, pois os estágios mais difíceis são bem interessantes e oferecem desafios mais complexos, alguns até com momentos de bullet hell.

A experiência de jogo tem uma pegada meio arcade, com direito a placares online. Fora isso, o título peca pela quantidade reduzida de modos e conteúdo. Há somente duas modalidades: Arcade, em que as fases são jogadas em sequência, e Free Mode, onde podemos jogar individualmente qualquer estágio já completado. Existem, no total, 16 estágios — senti falta de mais modos e também das modalidades competitivas presentes no original.


Frenético e divertido

Space Invaders Extreme revigora o clássico com sua ambientação energética e novas mecânicas. É divertido simplesmente detonar os alienígenas em explosões de cor, assim como também é possível jogar estrategicamente em busca de pontuações melhores. Um dos destaques é a trilha sonora dinâmica que é construída pelas ações feitas durante as partidas, isso as torna mais envolventes. De negativo, senti falta de mais modos de jogo, eles seriam bons motivos para revisitar o título, afinal não há muito conteúdo. Sendo assim, Space Invaders Extreme diverte com uma experiência que mescla retrô e modernidade.

Prós

  • Sistema de jogo moderniza bem o conceito básico de Space Invaders;
  • Trabalho de som criativo, com as ações do jogo influenciando a música;
  • Visual estiloso e impactante.

Contras

  • Poucos modos de jogo.
Space Invaders Extreme — PC — Nota: 8.0
Revisão: João Paulo Benevides


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.