Os jogos preferidos de 2017 — Farley Santos

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 11/12/2017

O ano de 2017 foi bem intenso no mundo dos jogos. Neste ano, a Nintendo lançou o Switch, o seu novo console híbrido, que já recebeu jogos excepcionais, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey. Os outros consoles também receberam ótimos jogos e vários títulos indies interessantes surgiram.



Foi um ano que joguei bastante coisa: mais de 30 títulos, entre experiências minimalistas e curtas (como Jettomero: Hero of the Universe), misturas inusitadas (como a combinação de caçada, culinária e puzzle em Battle Chef Brigade) e longas jornadas (principalmente em Persona 5). E, mesmo assim, não consegui conferir alguns títulos que gostaria, como NieR: Automata, Sonic Mania e Night in the Woods.

Eis as minhas experiências preferidas de 2017, sem ordem distinta:

Hollow Knight (PC)

Hollow Knight me intrigou desde o início com sua temática inusitada: o cenário é um mundo decadente repleto de insetos bizarros, tudo isso representado por ótimos gráficos desenhados à mão. Esse metroidvania me conquistou com seu mundo tão imenso que ficar perdido é algo corriqueiro — lembro-me que, no começo, fiquei irritado com a falta de direção, porém, depois, passei a apreciar essa característica.

O combate é simples e cadenciado, entretanto é muito elegante e funciona bem no contexto dos perigos do cenário e dos inimigos. A jornada é complicada por conta da dificuldade intensa, contudo é muito recompensador sobreviver aos desafios. É uma experiência que me fez sentir simultaneamente tensão, deslumbre e alívio, um dos melhores metroidvanias que já joguei.

Tales of Berseria (PC/PS4)

Sou fã da série Tales e confesso que não estava nada animado com Tales of Berseria. Joguei a demo e não achei nada especial por conta do visual datado e o sistema de batalha que parecia não exigir muita estratégia. Mas, mesmo assim, resolvi dar uma chance ao jogo e não me arrependi: Tales of Berseria é, facilmente, um dos melhores da série.


O fato de os personagens serem anti-heróis é minha característica favorita do jogo: a protagonista, Velvet, só quer saber de vingança e, para isso, faz o que for necessário. A história foge do clichê da série “heróis se unem para salvar o mundo” e é bem divertida, principalmente devido à variedade de personalidades dos personagens. Outro ponto alto é o sistema de batalha com sua flexibilidade e intensidade da ação, principalmente nas dificuldades maiores.

Horizon: Zero Dawn (PS4)

Um mundo em ruínas repleto de grandes máquinas baseadas em animais é o que me chamou a atenção inicialmente em Horizon: Zero Dawn. Gostei bastante de acompanhar Aloy em sua jornada por locais belíssimos e ótimos gráficos. Para mim, o ponto forte do jogo são os combates: boa parte dos inimigos é bem difícil de abater e estratégia é imprescindível para sair vitorioso. Não é uma aventura tão focada em exploração, mas sim em utilizar bem as ferramentas e armas que temos à disposição — é muito recompensador e divertido destruir uma grande máquina com a ajuda de armadilhas.

Monolith (PC)

Monolith foi uma das grandes surpresas do ano para mim. Nesse roguelike, controlamos uma nave que explora uma misteriosa construção subterrânea em busca de um artefato. O local está dividido em salas e lembra bastante jogos como The Binding of Isaac e Enter the Gungeon — o que provavelmente contribuiu para eu ter gostado tanto do título. Toda a ambientação é bem retrô com o visual pixel art que lembra um jogo de Game Boy e música repleta de composições com chiptune. O resultado é um título nostálgico e moderno ao mesmo tempo.


Como é de praxe no gênero roguelike, Monolith é muito difícil. Cada sala oferece desafios diferentes, a maioria deles muito intensos e com toques de bullet hell, que exigem reflexos rápidos e muita habilidade. Até hoje não consegui derrotar o último chefe “verdadeiro”, porém sempre me divirto nas partidas rápidas e frenéticas. O jogo tem recebido atualizações frequentes, o que me dá motivos de revisitá-lo constantemente.

Crawl (Multi)

Crawl foi um dos jogos constantes nas minhas jogatinas presenciais com os amigos, em conjunto com títulos como Wand Wars, TowerFall Ascension e Overcooked. Esse título apresenta uma experiência multiplayer que é um misto de cooperativo e competitivo. Um dos jogadores encarna um herói, enquanto os três participantes restantes controlam fantasmas capazes de possuir monstros e armadilhas a fim de matar e tomar o lugar do humano.


O fluxo de jogo é bem dinâmico e é muito fácil entender as regras. O mais divertido são as conspirações durante as partidas com os fantasmas cooperando para conseguir derrotar o herói — ou seja, muita treta e confusão por conta dos complôs. Gostei também bastante do visual pixel art em baixa resolução que confere um ar único ao jogo, sendo o destaque especial os vários monstros legais.

Etrian Odyssey V: Beyond the Myth (3DS)

O novo Etrian Odyssey retomou os conceitos básicos da série e introduziu poucas novidades. O resultado é uma aventura mais clássica e contida, focada no núcleo da franquia, ou seja, dungeon crawling.

O que me prendeu em Etrian Odyssey V é a imersão proporcionada pelo jogo. A visão em primeira pessoa, as pequenas aventuras e diálogos espalhados pelo labirinto, a administração direta de um grupo de aventureiros e a excelente trilha sonora de autoria de Yuzo Koshiro contribuem para essa sensação. Além disso, o combate continua ótimo e repleto de possibilidades, principalmente por conta da presença de dez classes distintas.

Splatoon 2 (Switch)

Quando comprei um Switch, não estava nos meus planos jogar Splatoon 2, afinal não gostei tanto assim do original. Entretanto, dei uma chance à continuação e viciei. Splatoon 2 está mais para uma atualização do que uma sequência, porém gostei bastante das novidades, como as novas armas e o excelente modo cooperativo Salmon Run.

Um outro fato que contribuiu bastante para eu gostar do título é a facilidade de começar a jogar proporcionada pelo Switch: em poucos segundos já estou procurando uma partida, afinal o console liga bem rápido. E ele é, também, uma ótima opção para curtir localmente com os amigos nos encontros de jogadores.


Ys VIII: Lacrimosa of Dana (PS4/Vita)

Esse foi o primeiro jogo da série Ys que tive a oportunidade de conferir e fiquei me perguntando o motivo de demorar tanto tempo para fazer isso. Ys VIII: Lacrimosa of Dana é um RPG de ação ágil e muito divertido. Minha característica favorita diz respeito aos sistemas de jogo, que conseguem ser simultaneamente simples e complexos — pode parecer um simples button masher, porém há muito espaço para estratégia. Além disso, a aventura tem personagens cativantes, muitos locais para explorar e uma trilha sonora excepcional. Com certeza quero conhecer os outros jogos da franquia.


The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch)

Eu já tinha altas expectativas em relação a Breath of the Wild, porém me surpreendi ainda mais após jogar a nova aventura de Link. O novo Zelda me prendeu com seu mundo extenso e a progressão de fato aberta; achei sensacional poder ir para onde quisesse, na ordem que eu bem entendesse e tentar alcançar os inúmeros locais do cenário. A sensação de imersão e deslumbre, para mim, foram os maiores destaques do jogo. Alguns detalhes me incomodaram bastante, porém eles não mudam o fato de que The Legend of Zelda: Breath of the Wild é um título que mudou profundamente paradigmas.


Super Mario Odyssey (Switch)

A nova aventura de Mario pega as melhores características da série e tem como resultado uma aventura variada e muito divertida. Gostei bastante da liberdade oferecida pelo jogo, mesmo que limitada — a graça é justamente explorar todos os cantos em busca das luas escondidas em inúmeros desafios inusitados. Curti também a variedade de roupas disponíveis para Mario e os inúmeros inimigos que podem ser possuídos pelo chapéu Cappy. Meu Mario 3D favorito ainda é Super Mario Galaxy e seu excelente level design, entretanto Super Mario Odyssey não deixa de ser um jogo notável.


Persona 5 (PS3/PS4)

Depois de jogar Persona 4 Golden (PS Vita), me tornei fã da série. Sendo assim, aguardei com muita ansiedade o lançamento de Persona 5, e todas as expectativas foram superadas. O sexto título principal da série de JRPGs me conquistou com sua atmosfera estilosa, personagens densos, história que aborda inúmeros temas da sociedade moderna e ótima trilha sonora. Gostei, também, das mudanças estruturais na fórmula, como os calabouços com mapas elaborados, combate mais flexível e o sistema de Confidants. Precisei de mais de 100 horas para terminar a jornada — valeu a pena cada segundo gasto com Persona 5.


Menções honrosas 

Hatsune Miku: Project Diva Future Tone (PS4), Flinthook (Multi), Dead Cells (PC), Pyre (PC/PS4), Graceful Explosion Machine (Multi), Old Man’s Journey (PC/Mobile), Fidel Dungeon Rescue (PC), Caveblazers (PC), The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel (PC), Tooth and Tail (PC/PS4), Metroid: Samus Returns (3DS), SteamWorld Dig 2 (Multi), The Mummy Demastered (Multi), Sundered (PC/PS4), Loot Rascals (PC/PS4), Cuphead (PC/XBO), SUPERBEAT: XONiC (Switch), Hand of Fate 2 (PC/PS4), Battle Chef Brigade (PC/Switch).
E vocês, o que jogaram em 2017? O que me recomendam?
Revisão: Bruno Alves 

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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