The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch)
Foram três anos de espera (se colocarmos o início de produção pode constar até mais tempo), mas no final das contas valeu a pena. A Nintendo realmente surpreendeu a todos nós entregando-nos aquele que merecidamente levou o troféu de “Game of the Year 2017”. The Legend of Zelda: Breath of the Wild é uma experiência única na vida de qualquer jogador de Zelda: Logo de cara já somos arremessados para um mundo lindo e riquíssimo em detalhes, o mais extenso de toda a franquia, repleto de surpresas e que me fez ficar de queixo caído diante das múltiplas formas como podemos explorá-lo. Outro fator interessante é a humanização do nosso querido Link. Desta vez não basta simplesmente carregar algumas poções e fadas em potes para garantir a sobrevivência, é necessário caçar alimentos, se preparar da melhor forma possível em determinados ambientes e até mesmo em certos tempos (se estiver ensolarado, chuvoso, nevando e por ai vai), além da ótima interação com os NPCs e a trilha sonora orquestrada que é deslumbrante.
O fator replay pode ser considerado um dos pontos mais altos do jogo. Mesmo após finalizar o modo campanha (o que já garante um longo tempo de jogatina), ainda há muito o que se explorar e adquirir nesse vasto mapa. É bem verdade que isso já é uma marca da série, porém Breath of the Wild multiplica esse fator por dez, reservando inúmeras recompensas inimagináveis, seja adentrando em uma simples caverna ou chegando ao topo de uma montanha. Tudo é fantástico! Certamente o título é um verdadeiro marco não apenas na história da Nintendo, mas também na dos games em geral, e ensina como deve ser feito um jogo de excelência.
Spark the Electric Jester (PC)
Após o fantástico Freedom Planet (Multi), pensei que o único jogo este ano que fosse me remeter a uma experiência saudosista dos antigos jogos de plataforma em 16 bits, muito populares nos anos 90, seria Sonic Mania (Multi), mas eis que Spark the Electric Jester chegou até minhas mãos como quem não quer nada e conseguiu conquistar um espaço no meu coração gamer. A exacerbada sensação de velocidade está tão presente aqui quanto em outros títulos famosos, com uma história bem simples com pequenos plots dentro de sua proposta. As fases são lindas e extensas, cheias de vida e com músicas muito boas (destaque para o tema da introdução e da luta contra o Fark, que de tão viciantes entraram pra minha playlist de trilhas sonoras preferidas).
Mas o grande destaque desse título está justamente na forma como nos aventuramos pelas fases, já que Spark tem um arsenal gigantesco de roupas para se utilizar aqui, podendo ir de um surfista de snowboard que pode surfar sobre quaisquer superfícies a um guerreiro ninja cheio de truques com armas brancas. O mais divertido é que essas mudanças podem acontecer a qualquer momento da fase, já que além de poder carregar no máximo dois power-ups por fase, há diversas outros espalhados pelo caminho para se trocar a fim de utilizar os que melhor atendem sua necessidade dependendo da ocasião. Se você é daqueles que se encantou com Freedom Planet e adora os jogos clássicos do Sonic, é um título indispensável.
Sonic Mania (Multi)
Confesso que mesmo sendo um verdadeiro fã de Sonic (tanto dos jogos 2D quanto dos 3D), Mania foi um título que não me animou muito de início (diferentemente do Sonic Forces (Multi), mas vamos chegar lá) pois imaginei que seria “mais do mesmo” daquilo que Sonic Generations (Multi) já havia nos entregue, só que desta vez numa ambientação que remeteria completamente ao clima dos jogos de Mega Drive. E devo lhes dizer qual foi a minha grande surpresa ao ver que um título que eu julgava ser puro fanservice estava repleto de novidades e surpresas. É como se a própria série se desse ao prazer de poder reinventar-se e mostrar que, mesmo voltando a fórmula antiga, Sonic ainda possui muita lenha para queimar no mundo dos videogames.
Apesar de um desfecho simples que vai direto ao ponto e a reutilização de muitas fases já bem conhecidas, Sonic Mania não só adiciona novos modos de se explorar zonas antigas e inéditas como também traz elementos riquíssimos para o gameplay que a Sega, em tempos passados, fez pouquíssimo (ou nenhum) uso. Quem não achou o máximo poder jogar com o Mini-Sonic em diversas partes da Metallic Madness? Ou não entrou em desespero ao ver que a fumaça da Oil Ocean ia aos poucos consumindo sua quantidade de anéis? Ou até mesmo se divertiu pacas percorrendo pistas após ser completamente congelado em Press Garden? Cada fase proporciona uma forma diferente de jogar Sonic sem se desprender dos conceitos clássicos. Sonic Mania fez mais do que inovação: nos mostra a fórmula do sucesso que a série há tanto tempo vem buscando acertar com maestria.
Cuphead (PC/XBO)
Quando você acha que a nostalgia já utilizou todas as cartadas que podia, eis que aparece uma equipe genial e nos faz um jogo com uma pegada totalmente à la desenho dos anos 30. Ainda em seu anúncio, Cuphead me fascinou com sua maravilhosa arte baseada nas velhas animações underground, como os antigos desenhos do Mickey Mouse, Gato Felix e Betty Boop, os quais tanto assisti ao lado de meus irmãos quando criança. E jogá-lo pela primeira vez só fez toda essa sensação se multiplicar por mil.
Com toda essa pegada do desenho antigo utilizando um humor que por vezes quebra com o politicamente correto, Cuphead consegue repassar todo este saudosismo de uma forma tão genial e divertida que me fez viajar no tempo sem que ele ao menos tivesse feito parte da minha infância. Além dos gráficos lindíssimos e de toda a trilha sonora no melhor estilo Silly Symphonies, o jogo possui uma dificuldade absurda mas que, em vez de se tornar frustrante e enjoativo, lhe prende à tela na tentativa de conseguir a vitória a todo custo. Cuphead ainda possui um modo Very Hard (caso você ainda o tenha achado pouco desafiador) e um modo Pacifista, no qual o jogador deve tentar fechar as fases sem matar nenhum inimigo. É diversão garantida por muitas horas.
Marvel vs. Capcom: Infinite (Multi)
Verdade seja dita, mas enquanto muitos estava babando com a incrível sequência dos heróis da DC em Injustice 2 (Multi), eu ia aos delírios com cada novidade que era exibida do novo título da série Marvel vs. Capcom. O novo título remete a uma experiência sem igual, voltando com caras já bem conhecidas e alguns novos personagens, além da “disputa raiz” iniciada nos Arcades de 2 contra 2. A própria história já mostra de forma brilhante porque a franquia é um dos crossovers mais aclamados entre os gamers, em que Ultron e Sigma resolvem se unir em um único ser com o intuito de dominar todo o multiverso de seus heróis, e agora apenas as Joias do Infinito são a única esperança dos mocinhos para dar fim a este terror.
As mecânicas, apesar de um tanto diferentes dos últimos títulos, são bem fluidas e não chega a ser um suplício de se acostumar com o tempo, e os ataques especiais são um belo show à parte, abusando dos recursos na medida certa. Mas certamente o maior destaque vai para utilização das Joias do Infinito durante as lutas, em que cada uma lhe dará uma habilidade especial por um determinado tempo, o que pode garantir viradas geniais principalmente no modo multiplayer. Além disso, o jogo é repleto de colecionáveis. Marvel vs. Capcom: Infinite é tudo (e mais um pouco) do que os adoradores da franquia tanto desejavam.
Sonic Forces (Multi)
Tá, chegamos em um momento bem emblemático para muitos (principalmente para os adoradores do ouriço), mas vamos por partes. Quando Sonic Forces, inicialmente chamado de Project Sonic 2017, foi anunciado com um teaser de fazer os fãs berrarem de emoção, eu nutri um hype inacreditável em cima desse jogo: Era a volta da franquia principal que tantos careciam desde Sonic Lost World (Multi), desta vez com uma pegada mais pesada que remetia a um título de guerra. Mas então veio o jogo, e de primeira impressão todo aquele hype foi pro brejo com uma série de coisas que me decepcionaram… Só que aí resolvi dar uma segunda chance ao título e devo dizer que foi a melhor escolha que tomei desde então.
O jogo tem uma ótima história (algo que não era tão bem trabalhada desde Sonic Unleashed (Multi)), ótimos momentos de ação, uma trilha sonora esplêndida misturando momentos de K-Pop com Rock’n Roll, além da grande novidade de ser possível criar e jogar com seu próprio personagem, bem como estilizá-lo com novos acessórios que vão sendo desbloqueados à medida que você vai avançando no jogo. As lutas contra os chefes são bacanas, e as fases, mesmo já sendo bem conhecidas, inovam na forma como são apresentadas (quem imaginaria que um dia exploraríamos o interior de uma pirâmide mecânica em uma área árida localizada em Green Hill?). Entre problemas e virtudes, Sonic Forces é um daqueles casos que muito esperei e pouco adquiri, mas ainda assim me divertiu bastante. Não chega a ser um título no mesmo patamar do Mania, mas concede longas (e ótimas) horas de jogatina e diversão.
Metroid: Samus Returns (3DS)
Ah, Samus Aran… como estávamos com saudade de você! Depois de um título com ótimo gameplay mas com um desfecho horrível que foi Metroid: Other M (Wii), e o decepcionante Metroid Prime: Federation Force (3DS), eis que a nossa querida caçadora de recompensas mais famosa do espaço está de volta em uma grandiosa aventura com gameplay 2D, algo que aprendi a amar desde a época do Super Metroid (SNES). A Nintendo viu o quanto estávamos carentes de um título de peso da série Metroid no seu quase-aposentado 3DS e presenteou a todos com uma maravilhosa reimaginação do clássico.
Quem jogou os títulos da velha guarda se sentirá completamente familiarizado com todo o estilo saudoso que Samus Returns apresenta, visualmente muito rico em sua ambientação, mantendo todo o clima tenso que a série tem trabalhado desde então. Há diversos power-ups para se adquirir ao decorrer da caçada, além de momentos épicos, tanto nas lutas contra os chefes quanto desvendando alguns segredos. Isso sem mencionar a sensação de em certas ocasiões achar-se completamente perdido (pessoalmente me remeteu a uma nostalgia sem precedentes vivenciar isso após tanto tempo). Metroid: Samus Returns conseguiu reinventar a franquia e deu um verdadeiro retorno à altura para nossa amada caçadora espacial. Simplesmente indispensável!
GUTS (Multi)
Nunca imaginei que um dia iria me divertir tanto e dar altas risadas em um jogo de desmembramento (e não, concordando com esta frase não faz de você um psicopata). GUTS consegue ser hilário em sua proposta, dosando violência e humor na medida certa. Em uma era onde jogos de luta estão caindo na mesmice, esse maravilho título inova com um conceito similar ao do cavaleiro negro de Monty Python, e é justamente aí que está a graça da coisa: os competidores são altamente caricatos vivendo em um mundo distópico que é palco de um reality show sanguinário cuja vitória é dada a quem consegue manter-se o mais inteiro possível.
A mecânica de arrancar todos os membros de seu oponente substitui a velha barra de energia e as mutilações proporcionadas pelos cenários deixam a jogo ainda mais engraçado. Por falar em cenários, estes também são um show à parte, extremamente coloridos e chamativos, proporcionando as mais variáveis e hilárias formas de mutilação. É uma Disneylândia da carnificina. Mas certamente a variedade de personagens e a forma como eles são apresentados é o melhor desse jogo: praticamente são seres humanos com membros substituídos por objetos que condizem com seus trabalhos e suas personalidades. GUTS foi mais uma surpresa que conseguiu ‘desmembrar’ meus conceitos do que tinha tudo pra ser “um dos jogos mais errados do mundo” e brinca com isso de forma genial. Posso até dizer mais: É um verdadeiro jogo HUE-BR!
Bem, estes foram os meus jogos preferidos deste ano. Mas e você, caro leitor? Quais jogos mexeram contigo em 2017? Não deixe de comentar logo abaixo! Boas festas e até 2018!
Revisão: Luigi Santana