10 - Draconius GO (Android/iOS):
O décimo colocado dessa lista foi uma recente surpresa. Curioso para experimentar outros jogos em realidade aumentada para poder compará-los com Pokémon GO (Android/iOS) “tropecei” nessa pérola durante minhas explorações da loja online da Google. Draconius GO é um game muito interessante que divide diversas semelhanças com o famosíssimo game da Niantic, entretanto ele não é uma mera cópia, pois acrescenta diversas mecânicas de jogo que melhoram ainda mais a experiência com a realidade aumentada.Passei boas horas explorando o mundo com outra ótica através de Draconius. O bacana do jogo é que dá pra sentir o cuidado que os desenvolvedores tiveram desenvolvendo criaturinhas originais totalmente em 3D, com animações próprias, esquema de elementos, evoluções, nomes e ataques. Além disso, o mundo de Draconius GO permite que o jogador explore mecânicas através das caminhadas, mas também quando está parado dentro de casa. Os destaques ficam para as batalhas contra monstros selvagens e o PVP. Quem sabe um dia a Niantic vá introduzir essas mecânicas também, não é?
9 - Little Nightmares (Multi)
O nono lugar da lista fica com essa que foi uma das minhas melhores experiências com games com uma temática mais voltada para o terror psicológico. O jogo independente Little Nightmares, da Tarsier Studios, apresenta a jornada de Six para fugir de um lugar assombroso e cheio de adultos horripilantes, batizado de The Maw. Tudo no jogo é esteticamente agradável e instintivo, o que faz as mecânicas introduzidas nele funcionarem com o devido peso para causar agonia em quem está jogando.
Mesmo que seja uma aventura um tanto quanto curta, Little Nightmares me surpreendeu bastante com um verdadeiro terror psicológico. Diversas vezes me pegava receoso de passar por uma porta ou janela para só então descobrir que nada aconteceria ao passar por ali. Já em outros momentos, era completamente surpreendido com sequências de fuga e ação iniciadas de forma totalmente inesperada, mas que faziam meu coração subir para a garganta. Tudo isso num jogo sem praticamente nada de sangue, mutilações ou mortes trágicas. Sem dúvidas uma ótima experiência.
8 - Hob (PC/PS4)
Dos mesmos desenvolvedores de outras pérolas como a franquia Torchlight, Hob é uma aventura muito criativa e bem construída, que bebe das fontes certas para trazer uma ótima experiência de aventura para resolução de puzzles. Por isso e mais um pouco ele fica com a oitava posição da minha lista. Seu visual é muito interessante e diferenciado, além de possuir certas mecânicas que lembram bastante a série The Legend of Zelda. Mas isso não é o principal atrativo do game…
O mais incrível em Hob realmente é o design de seu mundo. Tudo em Hob é mecânico ou semi-mecânico, com partes que se reencaixam, modificam o cenário e criam passagens onde ninguém imaginava que fosse possível. A escala de modificação da paisagem após a resolução dos puzzles é incrível e pensar logicamente para resolver tudo que aparece pelo caminho é um desafio, além de prazeiroso, muito atrativo. Fora os combates e trilha sonora que também são exemplares.
7 - Star Ocean - The Last Hope Remastered (PC/PS4)
Esta é uma das minhas experiências mais recentes. Star Ocean é uma das franquias da Square Enix de bastante sucesso principalmente no oriente, mas que já deu suas caras algumas vezes de modo bem atrativo por aqui. A maioria com certeza deve lembrar do título no PS2, mas nem todo mundo lembra que ele recebeu um jogo na geração passada, para PS3 e XB360. Neste mês, recebemos uma versão remasterizada para 4K do jogo, para o console de última geração da Sony e também no Steam.
The Last Hope é uma aventura incrivelmente gostosa de se jogar, com combates que misturam tática e ação como poucos conseguem fazer, tornando as batalhas uma diversão à parte durante a jogatina. Além disso, um bom JRPG é feito principalmente através da variedade de personagens que possui, para variar a jogabilidade, e neste capítulo específico no Star Ocean temos personagens excelentes e com um bom entrosamento, no bom e velho jeito “anime” de ser. Uma pena que ainda insistam em apresentar personagens femininas tão rasas e estereotipadas, mas ainda dá pra se divertir com o título mesmo assim.
6- Digimon Links (Android/iOS)
O sexto lugar dessa lista fica com um jogo que de fato teve seus defeitos, mas que me agradou profundamente como há tempos um game de Digimon não fazia. Nesse ano pude experimentar alguns bons jogos de Digimon, mas nenhum me prendeu tanto como Digimon Links fez. Pelo menos no primeiro mês de lançamento eu o joguei incessantemente, participando de todos os eventos e conseguindo alcançar escores altos o suficiente para garantir os Digimon mais poderosos possíveis.
Digimon Links é um game focado em batalhas em turno com até três Digimon de cada lado. O jogo agrada bastante por conta de seu gráfico (que lembra bastante o Digimon Adventures (PSP)) e também pela variedade de monstrinhos que podemos colecionar. Mesmo com elementos pay to win, que podem incomodar, e um apelo ao grind, que o torna repetitivo com o tempo, a experiência de montar times diferenciados e poder escolher para qual monstrinho digivolver foi muito bacana. Espero que a Bandai Namco dê conta de manter o jogo vivo por bastante tempo.
5 - Crash Bandicoot N'Sane Trilogy (PS4)
Esse ano foi repleto de grandes títulos e retornos triunfais. Mas de todos os retornos um dos que mais me surpreenderam foi Crash Bandicoot N’Sane Trilogy. O marsupial que havia sido deixado de lado por tanta empresas, por tantos anos a fio, conseguiu um retorno digno para o PS4 com suas três aventuras originais em um gráfico incrível e jogabilidade afiada. Para os jogadores novos, uma dificuldade quase que frustrante, mas para os jogadores antigos, um show de nostalgia e qualidade sem igual.
Devo confessar que, por não ter tido tanto contato com o PS1 na época do seu lançamento, fiquei bastante atrasado com a franquia Crash. Mas com o tempo fui conhecendo os jogos e entendendo que o game não era uma mera cópia do que a Nintendo fazia na época, mas sim outro jogo de aventura tão bom quanto os da Big N. O retorno de Crash nessa “trilogia insana” deu a dose de aventura cartunesca que eu sentia falta no PS4. Fora as horas de diversão garantida com amigos por conta do título.
4 - Black Desert (PC)
Havia “eras” que um MMORPG não me prendia como Black Desert me prendeu. A verdade é que eu esperava pelo lançamento ocidental deste jogo desde 2014, quando, na primeira matéria que escrevi aqui pro Blast, fiz uma prévia do jogo. Quando fiquei sabendo sobre seu lançamento não resisti e acabei adquirindo o game na pré-venda. Não me arrependi nem um pouco disso, pois centenas de horas foram gastas no título e ainda serão gastas futuramente. Suas mecânicas de combate baseadas na ação, gráficos próprios da nova geração e ambientação incrível são só alguns dos pontos altos desse título.
Mesmo que existam polêmicas referentes a microtransações dentro do jogo e algumas outras críticas referentes a otimização e poluição visual, o jogo diverte bastante e é bem robusto no sentido em que um bom RPG deve ser. Atualmente ele possui várias outras classes e regiões que foram acrescentadas ao longo dos meses nos quais a RedFox Games está mantendo o jogo no Brasil. Com muito conteúdo lançado e muito ainda por vir, Black Desert se consagrou como um dos melhores e mais jogados MMORPG de 2017.
3 - ARK: Survival Evolved (Multi)
O bronze dessa lista fica para um dos jogos que mais me divertiu esse ano. A saga de ARK não começou exatamente em 2017, pois ele já estava em acesso antecipado há um bom tempo, principalmente no Steam. Mas depois de várias otimizações, correções de bugs, acréscimos de criaturas e melhorias gratificantes, o game da Studio Wildcard foi finalmente lançado. O resultado é incrível e a experiência de sobrevivência que o jogo pode dar é surreal, mas claro que nada disso seria o mesmo se não fossem as incríveis criaturas do jogo.
Com um visual estupendo e um cuidado paleontológico sem igual, ARK: Survival Evolved apresenta uma centena de animais pré-históricos das mais diversas eras do planeta em biomas incríveis e comportamentos os mais fiéis possíveis ao que a ciência nos diz dessas criaturas. E não estou falando somente dos clássicos e clichês dinossauros como o T-Rex ou o Triceratops, mas de mamíferos pré-históricos como o Paraceratério, ou então os répteis voadores gigantes como o Quetzalcoatlus. Isso sem falar dos aspectos de sandbox de primeira que temos no jogo. Por conta de tudo isso, ARK mereceu a terceira posição da minha lista.
2 - The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch)
Sim, Breath of the Wild não é o primeiro da minha lista, mas logo abaixo vocês podem entender o motivo. Mas não se enganem! Isso não diminui nem um pouco a grandeza que a nova aventura de Link representou. O Game of the Year de 2017 surpreende, inova, arrisca e garante centenas de horas de diversão e um modo de exploração que arrisco dizer vai ditar como novos jogos em mundo aberto serão desenvolvidos daqui para a frente na indústria. Breath of the Wild não só é um dos jogos mais bem avaliados da história como também virou meu Zelda favorito, desbancando clássicos como Ocarina of Time e Twilight Princess.
Mas preciso reservar alguns momentos para falar do que mais me surpreendeu em Breath of the Wild: a construção do seu mundo. O processo de criação do ambiente virtual desse novo Zelda e como nós, enquanto jogadores, podemos interagir com ele me surpreendeu de tal forma que cheguei a fazer uma pesquisa científica sobre o jogo. Nunca antes tivemos tamanha liberdade, detalhes e criativas mecânicas fisicamente plausíveis, em um jogo em mundo aberto. Tanto que rendeu uma tonelada de vídeos de jogadores surpreendendo até os próprios desenvolvedores fazendo coisas inimagináveis como barcos voadores, voando em cima de pedras, matando inimigos com galinhas e tantas outras coisas.
1 - Hellblade: Senua’s Sacrifice (PC/PS4)
O jogo que me surpreendeu mais do que Breath of the Wild. Eu poderia parar por aqui, pois isso já seria justificativa o suficiente para que ele ficasse na primeira colocação dessa lista. Mas Hellblade merecem mais atenção do que isso. Desenvolvido por um estúdio com menos de 20 pessoas, usando tecnologias AAA como captação de movimento e gráficos de última geração, Hellblade pode não ser o melhor dos jogos de ação ou ter os puzzles mais inteligentes da história, mas ele surpreende e inova por outros aspectos.
Hellblade conta a história de Senua, uma guerreira cela esquizofrênica que se vê presa no mundo Viking para resgatar seu amado companheiro do inferno nórdico. O principal ponto que faz de Hellblade uma obra de arte pura é a competência com a qual conseguiram transferir os principais sintomas dos quadros esquizofrênicos para um jogo. Seu impacto social foi tamanho que chegou a receber o prêmio do The Game Awards 2017 de relevância social. Diversos foram os jogadores que relataram para a Ninja Theory, desenvolvedora do jogo, suas experiências com o título e o impacto que ele teve na vida dessas pessoas, seja por representatividade das pessoas que sofrem de doenças mentais, seja como uma forma de traduzir o que essas pessoas sentem para aqueles que não conseguem imaginar o que é uma alucinação ou um delírio.
Como Psicólogo por formação, não pude deixar de me encantar e me emocionar com a jornada de Senua e por tudo que Hellblade: Senua’s Sacrifice conseguiu através da responsabilidade social de conscientizar a população a respeito das pessoas com doenças mentais graves. Fora isso, a mensagem por trás do processo de luto que o jogo carrega é a cereja do bolo que afeta praticamente qualquer um que já passou por alguma perda. Zelda foi excelente, inovador e sem comparações. Mas Hellblade, para mim, foi mais que isso, pois ele conseguiu fazer a diferença de uma forma que pouquíssimos jogos conseguem: sendo um recurso conscientizador para males da nossa vida real.
Menções Honrosas
Como todo ano, temos alguns games que não foram lançados em 2017, mas que pude ter o prazer de jogar pela primeira vez somente agora. Overcooked (Multi) merece uma dessas menções por conta da incrível experiência de multiplayer local que me proporcionou com meus amigos, assim como Star Fox Zero (Wii U) que tive o prazer de zerar com a minha namorada no modo cooperativo (e deu super certo!). Além disso, finalmente consegui um smartphone que rodasse Pokémon GO (Android/iOS) e pude cair de cabeça na febre, mesmo que agora não seja mais tanta febre assim.
Mas a principal menção honrosa de 2017 fica para Xenoblade Chronicles X (Wii U) um dos jogos mais incríveis que já joguei no Wii U e que chegou na minha vida num momento em que eu precisava “fugir” para o lugar mais distante possível, mesmo que por algumas horas por dia. Xenoblade foi uma válvula de escape incrível e seu mundo extenso e rico me fez esquecer temporariamente alguns problemas pessoais e familiares que me impactaram bastante no início desse ano. É por esses motivos que podemos ver como videogames são importantes e podem fazer bem para as pessoas, seja como uma fuga, seja como um apoio, seja como uma forma de passar uma mensagem difícil de ser dita.
Fico muito agradecido por 2017 ter me dado tantas experiências gratificantes nos videogames, muito mais do que as que pude relatar aqui para vocês. E espero que 2018 seja recheado de ótimos títulos e, se possível, até melhores do que os desse ano. E vocês leitores? Quais os títulos que mais marcaram suas vidas em 2017?
Revisão: Diogo Mendes