Um contexto doido por si só
Maize é um jogo em primeira pessoa que se assemelha muito a um walk simulator bem sem graça, em que a sua interação com o ambiente se dá por apenas um botão de ação e os direcionais para a movimentação. O game não possui pulo, tendo no máximo uma mecânica de poder agachar. A história narra a aventura de dois pesquisadores que gostariam de deixar espigas de milho inteligentes — e que talvez seja a pior história que eu já vi contada em games.A sensação que o jogo passa com sua ambientação e desenvolvimento é das piores possíveis. Não foram poucas as vezes em que tiver que dar algumas pausas pela câmera me causar um enjoo absurdo em sua movimentação. Constantemente somos colocados em ambientes claustrofóbicos e com baixa luminosidade — ainda que eu tivesse aumentado o brilho, serviu apenas para tornar os gráficos ainda mais pobres nos detalhes em áreas abertas. Já nos locais mais fechados, era quase impossível jogar com o brilho padrão, uma vez que constantemente éramos surpreendidos por salas completamente escuras.
As mecânicas são bem simples, mas seus desafios não. A maior parte dos puzzles do jogo envolve recolher objetos, transformá-los em outros e utilizá-los das maneiras mais impensadas possíveis. Não foram poucas as vezes em que precisei recorrer ao Google ou ao YouTube para entender o que Maize estava desejando do jogador. Aliás, esse é um outro grande ponto negativo do game, pois em momento algum há algum tipo de tutorial nos primeiros minutos que te indique que tipo de atitude ele espera que você tenha.
Detalhes que não fazem a diferença
De modo geral, sempre fico empolgada com detalhes externos ao que um jogo quer me mostrar como o principal, como ambientação e trilha sonora. Porém, esses dois pontos não me agradaram em Maize. A ambientação, além de ter problemas com brilho e iluminação já citados, ainda carece de gráficos mais elaborados — se ninguém lhe contasse, certamente você pensaria estar jogando um game de algumas gerações passadas. E é do PlayStation 2 mesmo que eu estou falando. Além disso, a trilha sonora é bem fraca e muitas vezes os sons repetitivos em alguns trechos em que há muitas máquinas e dispositivos eletrônicos mais atrapalharam a experiência do que serviram para a imersão.Alguma coisa tem que salvar
Sim, temos algo que salva nesse jogo e é um dos personagens: Vladdy, um urso de pelúcia russo que solta algumas boas piadas e entretém o jogador com o seu mau-humor. O ursinho encrenqueiro passa a acompanhar o protagonista a partir de certo ponto da história e o ajuda a desvendar alguns mistérios. Porém, acaba por aí, porque até isso se torna repetitivo com o passar do tempo. Nem mesmo um plot twist próximo ao fim serviu para engrandecer a aventura.Cabe ressaltar que a versão para os consoles é parcialmente localizada para o português, com legendas e descrição de itens em nossa língua, um fator que poderia ser positivo caso o game merecesse um pouco de atenção. No entanto, fica até difícil comparar Maize com algum outro jogo do gênero porque nunca me deparei com um título que me desagradasse tanto quanto este. Se você chegou até aqui, saiba que isso é tudo o que você precisa saber sobre ele, não vale a pena desperdiçar tempo e dinheiro com uma aventura que não trará nada além de uma experiência deveras medíocre.
Prós
- As piadas e o mau-humor de Vladdy.
Contras
- Falta de um tutorial;
- Movimentação da câmera pode causar enjoo;
- Excesso de ambientes claustrofóbicos;
- Iluminação e brilho ruins;
- Gráficos de PlayStation 2;
- Trilha sonora fraca;
- Tempo de jogo não retorna ao final da experiência.
Maize — PS4/XBO/PC — Nota: 4.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Luigi Santana