Os ares de expectativa para Far Cry 5 (Multi) estão cada vez mais intensos após a BGS 2017, graças à forte campanha publicitária e ao estande inesquecível trazido pela Ubisoft. Estúdios de vários cantos do planeta estão se esforçando para trazer uma aventura e tanto para essa que é uma das franquias de maior sucesso empresa. Conversamos com Alexander Karpazis, que veio diretamente do Canadá para promover o jogo e nos contar um pouco mais das escolhas que precisaram ser feitas para mudar o rumo da franquia para algo menos repetitivo e mais autêntico.
GameBlast — Gostaríamos de saber um pouco mais sobre seu cargo na Ubisoft. Pode nos contar mais sobre a sua função por lá?
Alexander Karpazis — Meu título é diretor de apresentação, apesar de eu também atuar ativamente como diretor de design gráfico. Tudo relaciona aos logotipos, marcas, nomes, tags e outras produções audiovisuais são minha responsabilidade.
GameBlast — Você trabalhou em outros jogos da franquia Far Cry ou em algum projeto anterior da Ubisoft?
Karpazis — Eu basicamente trabalhei em Tom Clancy's Splinter Cell Blacklist, Watch Dogs e Watch Dogs 2.
GameBlast — Estamos cientes que nenhum jogo é perfeito, e que há sempre o que aprender com falhas do passado. Há algo mais criterioso ou relevante que precisou ser melhorado quando comparamos Far Cry 5 aos seus antecessores?
Karpazis — A questão mais relevante foi tornar o mundo mais aberto. Para tal, tivemos que desenvolver o novo sistema que permite aos jogadores fazerem o que desejarem, um recurso chamado de resistance bar. Aonde quer que vá ou o que quer que faça, você sempre contribui para a barra de resistência. E isso muda significativamente a maneira como o mundo se comporta, já que impacta na resistência de seus aliados e, consequentemente, nas diferentes maneiras nas quais o Culto vai atacar de volta.
GameBlast — Falando no Culto, Far Cry sempre foi uma franquia que tratou de assuntos mais pesados e polêmicos em sua trama principal, mas desta vez vocês tocaram em uma ferida que incomoda muita gente, já que religiosos podem não gostar muito da temática que envolve violência e religião em mídias de entretenimento. Houve problemas ou pessoas tentando interferir durante o processo de desenvolvimento por conta desse fator?
Karpazis — É importante ressaltar a diferença entre o que queremos transmitir na narrativa e o que o jogador interpreta em sua experiência. Então fizemos a "lição de casa" sobre o culto e, quando chegou a parte de explicar sobre o recrutamento e forma de expressão por parte dos membros do culto, chegamos a um consenso do tipo "Certo, vamos pegar símbolos religiosos e corrompê-los", eles estão sequestrando esses símbolos, e é isso que usam como sua marca ou identidade. Esse foi o ponto de direcionamento. E, assim como em outros jogos da franquia, nós pegamos o que é realidade e a distorcemos de nossa própria maneira, transformando-a nessa ficção maluca que Far Cry é.
GameBlast — Eu não tive a oportunidade de jogar Far Cry Primal no lançamento, mas estive me aventurando por Oros durante as últimas semanas. Não pude deixar de notar, porém, que Primal praticamente se ausenta de vilões memoráveis, daqueles tipos que te deixam louco de tanta maldade, assim como Vaas em Far Cry 3 e Pagan Min em Far Cry 4. Podemos esperar algum vilão tão ruim assim?
Karpazis — Nós nos esforçamos muito mesmo para idealizar Joseph Seed, o antagonista pai de família e líder do Culto. Ele é louco, ele é carismático, ele tem um grupo variado de seguidores, e, sim, ele é um vilão formidável para nós. Mas o que mudou desta vez é que temos um elenco completo com a família Seed — composta por Jacob, John e Faith Seed. Agora você terá motivo o suficiente para odiar esse quarteto, que arruinou Montana e que nos esforçamos tanto para criar.
GameBlast — Baseada na sua experiência com jogos e principalmente com a Ubisoft, qual a sua expectativa final para esse novo título?
Karpazis — Eu estou realmente ansioso para ver as pessoas podendo experimentar todas as mudanças que temos feito. Nós desconstruímos e abrimos o jogo por completo — você pode jogar como julgar correto, pois não é mais um jogo linear. Além disso, você pode jogar com quem desejar por conta do novo sistema de recrutamento: você encontra pessoas pelo mundo do jogo e traz elas para seu esquadrão. Ou você pode optar por jogar o modo cooperativo, que funcionará para o jogo todo, o que é incrível. Então, creio que a jogabilidade diferente seja o que me deixa mais animado para o que as pessoas possam ver.
GameBlast — Com relação a DLC, a franquia Far Cry mudou bastante com o tempo. Far Cry 3 recebeu o standalone Blood Dragon, Far Cry 4 recebeu áreas e missões extras nas montanhas do Tibet e Far Cry Primal praticamente não recebeu conteúdo extra. E Far Cry 5, qual dos três exemplos deve seguir?
Karpazis — Eu não quero dar spoilers sobre DLC, e não há o que anunciar por agora. Desculpe. [risos]
E você, caro leitor? Está pronto para combater uma legião de fanáticos religiosos com unhas e dentes (ou seria melhor com armas e veículos)? Far Cry 5 está programado para lançamento em 27 de fevereiro de 2018, e, com certeza, é um dos jogos mais aguardados do ano que vem.