Não há sistema de segurança perfeito e, mesmo nas prisões equipadas com as melhores tecnologias, sempre existe uma brecha a ser explorada. A busca pela falha que permita aos detentos sair da penitenciária bem antes do término da sentença é o foco de The Escapists 2. O título está sendo desenvolvido pelos estúdios Team17 Digital e Mouldy Toof Studios e será lançado para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One no próximo dia 22 de agosto.
O GameBlast recebeu acesso ao beta do game e a primeira surpresa em relação ao jogo anterior foi a evolução visual. O primeiro The Escapists era todo constituído por gráficos no estilo 8-bits, mas, nessa nova etapa da fuga da prisão, as coisas evoluíram e os modelos utilizados agora são em 16-bits. A alteração é mais do que bem-vinda, deixando bastante interessante o aspecto pesado das penitenciárias.
Visual 16-bits é muito bem explorado |
Para um título que passa grande parte do tempo em cenário único, a preocupação em criar cenários visualmente atrativos deve vir em primeiro lugar. Afinal, olhar constantemente para mapas parecidos entre si torna a experiência cansativa. No entanto, The Escapists 2 consegue resolver essa questão com sua excelente direção artística. Durante toda a experiência que tive com o game, senti-me explorando um jogo que teria lugar entre os mais belos do Super Nintendo.
É no visual dos personagens que está outra novidade de The Escapists 2. Neste novo capítulo da série, os jogadores têm a possibilidade de personalizarem os prisioneiros que controlarão. No geral, o tom da pele, roupas, cabelos e acessórios são totalmente customizáveis e permitem que o fugitivo tenha a sua cara. Essa ferramenta torna-se bastante útil para aquela que é a melhor inovação dessa sequência: o modo multiplayer.
Fugindo entre amigos
Elaborar o plano perfeito para sair de fininho da cadeia acaba sendo uma tarefa mais simples se pensada por duas, três ou quatro cabeças. E o grande diferencial de The Escapists 2 é a possibilidade de contar com outros jogadores para alcançar a tão sonhada liberdade. O modo multiplayer estará disponível tanto localmente quanto online. Assim, é possível convidar mais outras três pessoas para que juntos troquem ferramentas, elaborem estratégias, iniciem rebeliões e encontrem o melhor método de fugir.Ter a ajuda de outros jogadores será bastante interessante |
Como o game ainda está na fase beta, eram poucos os jogadores nas sessões online. Mesmo assim, foi possível experimentar um pouquinho de como as coisas funcionam. É interessante interagir com outras pessoas, pois estratégias que nem passaram por sua cabeça podem aparecer quando se trocam algumas ideias no chat de texto.
Uma preocupação que tive enquanto estava no online foi imaginar se, quando o game efetivamente for lançado, não existirão aqueles jogadores preocupados somente em atrapalhar os demais. Porém, raciocinando um pouco, até que seria bom que tais enganadores existam, já que não podemos confiar cegamente em ninguém dentro de um ambiente carcerário. Lidar com pessoas que têm interesse próprio, com certeza, será um dos fatores que auxiliará na imersão da experiência.
Objetos de dupla função
Para conseguir escapar da prisão, o jogador precisa encontrar maneiras não muito usuais de aproveitar objetos do cotidiano. Como nem todo item passa pelo detector de metais, pedras de sabão dentro de meias acabam sendo uma das armas mais eficazes. Assim, será preciso usar a imaginação e combinar elementos que, aparentemente, não teriam nenhuma ligação. Para facilitar nessa tarefa, há um sistema de construção que indica quais materiais podem ser usados em conjunto.Sistema de construção de itens é completo e intuitivo |
Para conseguir esses itens, os prisioneiros precisam vasculhar as mais diferentes áreas do presídio. Isso sem deixar de cumprir a rotina estipulada pelos policiais, que percebem quando você está tramando algo. No entanto, a inteligência artificial apresentou alguns problemas neste beta. Por exemplo, todos os oficiais da cadeia possuem um sistema de comunicação e, se caso você agredir um deles, toda a tropa será avisada para te capturar, sistema que funciona muito bem. Por outro lado, você pode andar livremente pelos corredores com uma picareta na mão que nada acontece.
Está certo que esse é apenas um pequeno detalhe e que até poderia ser chato ficar toda hora trocando o item que está sendo carregado. Porém, são detalhes simples que acabam influenciando na experiência, deixando-a mais ou menos real. Afinal, não faz sentido ter que usar um lençol para cobrir as grades para que ninguém veja você cavando dentro da cela e depois sair do local carregando uma pá.
Confusão de controles
De longe, o ponto mais problemático em The Escapists 2 para mim foram os controles. Os comandos se dividem entre teclado e mouse, porém estão mal distribuídos e nem sempre funcionam. Por mais de uma vez, tive que apertar a tecla E para abrir uma gaveta, mas, ao pressionar o botão, nada acontecia. Para conseguir realizar a ação, precisei abrir o inventário e fechá-lo, somente depois disso o botão E passou a funcionar. No beta, estavam disponíveis alguns mapas, sendo que um deles é o tutorial e onde ocorreram os principais problemas de controle.Rotina na cadeia deve ser respeitada enquanto estamos bolando o plano de fuga |
Também não havia a opção de personalizar os controles e distribuí-los no teclado de maneira mais adequada. Seria bastante interessante que essa possibilidade esteja disponível quando o jogo seja lançado, já que não achei nem um pouco confortável ter que ficar todo momento mudando a posição das mãos entre o teclado e o mouse.
Que a fuga comece
De uma maneira geral, o beta de The Escapists 2 está mais do que pronto para superar seu antecessor, que já fez grande sucesso na época em que foi lançado. Elaborar a estratégia para escapar da prisão e resolver os quebra-cabeças de como usar cada item disponível promete ser ainda melhor no modo multiplayer. Os pequenos problemas encontrados podem facilmente ser solucionados nesses dias que antecedem o lançamento. As novas mecânicas são mais do que atrativas para que tanto quem conhece a série quanto aqueles que nunca a experimentaram dediquem algumas horas para planejar e executar a fuga perfeita.
Revisão: Vitor Tibério