Controlando uma nave poderosa
Graceful Explosion Machine tem uma pegada bem arcade, ou seja, o objetivo é destruir todos os inimigos dos estágios. O diferencial é que a nave conta com quatro armas distintas, cada uma com vantagens e fraquezas. O armamento principal é uma espécie de pistola que atira em linha reta, com a desvantagem de que ela esquenta demais e para de funcionar caso seja utilizada continuamente. Já a espada de energia atinge todos os inimigos em volta da nave e destrói projéteis inimigos, perfeita para quando se está encurralado. Os mísseis teleguiados conseguem atingir vários alvos ao mesmo tempo, ideal para quando os oponentes estão mais dispersos. A última arma, por fim, é um poderoso laser capaz de quebrar escudos, entretanto, ela é extremamente lenta.O que deixa o jogo interessante é como a munição funciona. Fora a pistola básica, todas as armas consomem energia ao serem utilizadas e, para recuperá-la, é necessário coletar os cristais deixados pelos inimigos derrotados. Sendo assim, você é forçado a utilizar todas as armas de maneira coordenada e alternada, sempre se atentando à barra de energia — não ter como atacar em Graceful Explosion Machine é sinônimo de dano ou, eventualmente, morte.
A movimentação da nave é bem ágil e lembra bastante Resogun (PS4/PS Vita), ou seja, a maioria das armas só atira na direção da frente da nave (esquerda ou direita). Um botão vira a nave para o outro lado e há também uma investida que permite atravessar inimigos sem receber dano (mas não atravessa projéteis). Posicionar a nave corretamente é essencial para sobreviver.
Ao jogar Graceful Explosion Machine, fiquei com a sensação de estar controlando uma nave extremamente poderosa por conta da variedade de armas e das opções ágeis de movimentação. A mecânica de munição incentiva jogar de maneira agressiva e foram várias as vezes em que eu me joguei no meio dos grupos de inimigos para pegar seus cristais e continuar atacando. Bastaram algumas poucas fases para que eu já estivesse executando manobras incríveis e explodindo tudo. Essa experiência de ser poderoso é uma das características mais legais do jogo.
Muitos inimigos, pouca variedade
A estrutura da aventura é bem simples: exploramos quatro planetas, cada um com vários estágios, sempre com o objetivo de derrotar todos os inimigos. Os oponentes costumam atacar em grupos, o que faz com que a tela esteja repleta de inimigos na maior parte do tempo. Os locais dos estágios são estáticos e lembram um anel, ou seja, não há início nem fim. Sendo assim, o foco é sobreviver ao mesmo tempo em que tentamos destruir tudo.O objetivo é sempre o mesmo, porém os estágios têm pequenas diferenças: alguns mudam sua topografia durante a partida, outros têm lasers que fazem com que tenhamos que nos movimentar constantemente, além dos que são completamente fechados e apertados. Há também estágios chamados de Warp, que não apresentam checkpoints e precisam ser vencidos com uma única vida. As variações são bem sutis, o que traz a sensação de estar jogando sempre a mesma coisa. Para piorar, a única diferença marcante entre os quatro planetas é a cor do cenário. Felizmente, novos tipos de inimigos são introduzidos constantemente, o que me forçou repensar minhas estratégias e trouxe um ar de novidade.
Claramente, o foco é alcançar altas pontuações e, para isso, é essencial dominar todas as habilidades da nave. Manter um combo longo só é possível ao jogar com muita agressividade, o que significa enfrentar muitos momentos caóticos em que tudo pode ser perdido por conta de um pequeno deslize. É difícil, porém é muito recompensador quando tudo dá certo — gostei bastante de conseguir manter os combos sem errar. Cada estágio dura alguns minutos, o que é perfeito para partidas mais rápidas.
Fora da aventura principal, há um modo Challenge que oferece versões mais difíceis das fases do tipo Warp, além de uma opção que permite jogar todos os estágios de um planeta em sequência e sem intervalos. Dependendo da habilidade do jogador, é possível terminar a campanha principal em aproximadamente quatro horas. Senti falta de mais modos, como, por exemplo, uma modalidade infinita. Aqueles que gostam de melhorar suas pontuações vão revisitar bastante os estágios por conta da presença de leaderboards.
O visual do jogo é simples e bonito, com cores chapadas e vibrantes aplicadas a formas geométricas básicas. Não senti engasgos na ação, porém, nos momentos mais frenéticos, a tela fica repleta de elementos e explosões, o que atrapalha bastante na visualização dos próximos obstáculos — foram várias as vezes em que meu combo foi quebrado ou até mesmo morri depois de bater em um inimigo por não entender direito o que estava acontecendo. A versão de Nintendo Switch tem como recurso exclusivo o uso do HD Rumble do controle: as vibrações variam de acordo com a intensidade da ação na tela.
Colorido e viciante
Graceful Explosion Machine é uma experiência intensa e divertida por conta de suas mecânicas simples e ação fluida. A dificuldade é balanceada e exige domínio das armas e movimentos da nave — muitas vezes eu morri por ignorar algum inimigo mais difícil de derrotar. O principal problema do jogo é a pequena variedade de modos e situações, porém aqueles que gostam de obter pontuações melhores têm vários motivos para revisitar os estágios. Graceful Explosion Machine é bem viciante, ao menos enquanto dura.Prós
- Ação intensa e fluida;
- Mecânicas de jogo simples e divertidas;
- Visual agradável.
Contras
- Confusão visual atrapalha em alguns momentos;
- Pouca variedade de modos e situações.
Graceful Explosion Machine — PC/PS4/Switch — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PC
Revisão: João Pedro Boaventura