O que gostaríamos de ver, mas que ficou de fora da E3 2017

A definição de datas para alguns jogos e a aparição de títulos aguardados tornariam a maior feira de games do mundo mais proveitosa.

em 17/06/2017


A euforia da E3 2017 passou e agora sabemos exatamente pelo que esperar em termos de lançamentos para os próximos meses. Com boas surpresas e muitas especulações confirmadas, teriam as desenvolvedoras cumprido o seu papel de forma satisfatória durante as conferências ou será que a falta de anúncios aguardados e até mesmo o silêncio a respeito de títulos importantes em desenvolvimento deixaram um gostinho de “quero mais”?


Embora a E3 não tenha mais o grau de importância de anos atrás, ela ainda possui sua relevância enquanto vitrine para o mundo e sobre o que esperar das grandes produtoras, como Microsoft, Sony, Nintendo, desenvolvedoras third parties e estúdios indies. Pensando nisso, listamos abaixo títulos e novidades dos quais sentimos falta na feira e que poderiam ter alavancado a empolgação com cada conferência.

Microsoft

Logo de cara, percebemos que, além da revelação e detalhamento do Xbox One X (nome oficial do então Project Scorpio), a conferência da Microsoft reservou bastante tempo para o anúncio de jogos. Dos 42 títulos apresentados, porém, só houve um título desenvolvido pela Rare: Sea of Thieves, anunciado ainda na E3 2015. Seria uma ótima notícia caso tivéssemos o anúncio de um retorno glorioso para a série Conker, por exemplo, após o nada bem recebido projeto Young Conker para o acessório Hololens, ou até mesmo algo relacionado a Perfect Dark.

Esperamos ansiosamente pelo seu retorno em grande estilo, Conker
E por falar em Hololens, dispositivo que promete mesclar conceitos de realidade aumentada e virtual, não houve espaço na conferência para a revelação de mais informações sobre o produto. Outra tendência da empresa pareceu ser o distanciamento cada vez maior em relação ao Kinect, que terá funcionalidade apenas em Just Dance 2018.

Não foi desta vez que tivemos mais detalhes sobre o Hololens e sua mecânica de mesclar realidade virtual e aumentada
Mais uma dúvida que ficou é se o espaço deixado pelo cancelamento de Scalebound foi preenchido pela nova lista de jogos. Sabemos que a linha Xbox One terá bons representantes do gênero RPG, como Black Desert e Codevein, que não são exclusivos ou terão contrato de exclusividade temporária. No entanto, algo do escopo apresentado por Scalebound, e por se tratar de um exclusivo de peso, fez falta. O que mais chegou perto disso foi o gameplay de Anthem, que também se trata de um multiplataforma.

Sony

Não tem como não ter sentido falta de The Last of Us Part II. Após o teaser trailer divulgado na Playstation Experience em dezembro de 2016, a expectativa ficou tão alta que qualquer nova informação durante a E3 seria mais que bem-vinda. Contudo, a Sony não deixou pistas. Entre os demais títulos exclusivos esperados para receber continuações, nada foi revelado em relação a uma possível sequência para Bloodborne, desenvolvido em parceria com a From Software, e sobre o novo projeto da Sucker Punch Productions, que pode resultar em uma nova IP ou uma continuação para a série Infamous.

The Last of Us Part II poderia ter levado a expectativa às alturas caso a Sony tivesse revelado alguma novidade
Algo que sempre nos deixa dúvidas nas apresentações da Sony na E3 são as datas de lançamento para vários dos títulos anunciados. Embora tenha recebido um novo trailer com gameplay que arrancou gritos e aplausos, o remake de Shadow of the Colossus sequer recebeu uma possível janela de lançamento. O novo God of War também não teve uma data específica anunciada, mas sairá no início de 2018, deixando o PS4 sem jogos AAA exclusivos para o restante deste ano.

Apesar de ter mostrado o remake de Shadow of the Colossus, restou a dúvida sobre quando o jogo será lançado
Uma estratégia da empresa pode ter sido segurar alguns anúncios para os demais eventos que ocorrem no segundo semestre de 2017, como a Paris Games Week, a Tokyo Game Show e a própria Playstation Experience. É esperar para ver. Além disso, a falta de títulos indies foi um contraste negativo se comparado ao apresentado pela Microsoft.

Nintendo

Mesmo adotando seu formato em vídeos, a conferência da Nintendo poderia ter aumentado ainda mais a expectativa caso houvesse uma data ou período específico para o lançamento de Metroid Prime 4, anunciado apenas como título em desenvolvimento, semelhante ao que ocorreu com a informação de que um RPG da série Pokémon está a caminho do Switch. O foco da apresentação talvez tenha sido segurar algumas informações para que estes anúncios não ofusquem os jogos que serão lançados este ano, ou que tais projetos ainda percorram um longo período de desenvolvimento.

Um logotipo e nada mais. Sem data ou imagens da nova aventura de Samus no Switch
Ainda falando sobre jogos, sentimos falta de um Animal Crossing para Switch, ou que os rumores sobre possíveis novos jogos das séries Luigi’s Mansion e Bayonetta se tornassem realidade. Ou um novo Eternal Darkness? A conferência também deixou em branco outros títulos aguardados, como sequências para Donkey Kong, F-Zero, Professor Layton, Harvest Moon e o port da versão de Super Smash Bros. for Wii U para o Switch. Sem falar no buraco deixado pela falta de mais Nindies, títulos independentes trabalhados em parceria com a empresa.

Apesar dos rumores, nada foi revelado sobre uma possível sequência para a aventura fantasmagórica do irmão mais medroso dos videogames
O próprio console híbrido da Nintendo não recebeu novas informações a respeito de suas funcionalidades online, detalhamento do sistema de assinaturas, benefícios ou sobre a loja Virtual Console. Previsto para o outono americano (setembro), o serviço online foi adiado para 2018. Especulado desde o encerramento da produção do NES Mini, também não houve notícias sobre um possível Super NES Mini.

Passaremos 2017 sem saber mais sobre o serviço online do Nintendo Switch
A conferência também deixou claro que o Switch é a bola da vez e que o 3DS terá espaços menores nos grandes eventos, tanto que os anúncios de Metroid: Samus Returns e Mario & Luigi Superstar Saga + Bowser Minions foram revelados fora do vídeo principal, durante a Tree House. Mesmo assim, a Nintendo confirmou que dará suporte ao portátil para além de 2018.

Thirds

Sobre os grandes títulos de desenvolvedoras thirds há muito esperados pelo público, ficamos com mais dúvidas que certezas. A começar pela Capcom com Resident Evil 2 Remake, que não deu as caras, assim como informações sobre a data de lançamento da DLC Not a Hero e a inclusão de Chris Redfield ao enredo de Resident Evil 7.

A Capcom fez mais silêncio que o momento antes do susto ao deixar passar em branco novidades sobre Resident Evil 2 Remake
A Rockstar também não apresentou nada de Red Dead Redemption 2 na E3. O jogo, anunciado em outubro de 2016, era previsto para o primeiro trimestre de 2017, mas foi adiado para 2018. Já a Square deixou passar em branco mais novidades a respeito de Final Fantasy VII Remake. O também aguardadíssimo Kingdom Hearts 3 recebeu um novo trailer com gameplay, mas ambos os jogos seguem sem data específica de lançamento, e a empresa cogita colocá-los no mercado entre os anos fiscais de 2018 e 2020. E não custa sonhar com um novo Parasite Eve.

Será que teremos que esperar até 2020 para revivermos a aventura de Cloud?
Lançados já há alguns anos, não é difícil não questionar sobre as sequências das séries Elder Scrolls e Dragon Age, desenvolvidas por Bethesda e Bioware (em parceria com a EA), respectivamente. Por se tratarem de títulos com um gigantesco fator de exploração e liberdade, é compreensível o tempo levado para desenvolvê-los, embora ainda exista a expectativa de vê-los algum dia nos grandes eventos de games, como a E3. O mesmo pode ser dito sobre CyberPunk 2077, novo projeto da CD Projekt Red.

Nem mesmo a CD Projekt Red divulgou mais detalhes sobre o ambicioso CyberPunk 2077
Você também esperava mais da E3 2017? Não deixe de comentar e compartilhar suas opiniões sobre o que poderia ter melhorado a expectativa para a maior feira de games do mundo e o que fez falta em termos de jogos ou anúncios em cada conferência.


Revisão: Pedro Vicente

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