História e problemas clássicos
O jogo apresenta um enredo simples, mas válido para a aventura. Ambientado em uma realidade paralela da Primeira Guerra Mundial com artifícios Steampunk, nós assumimos o controle de Red Barton, o protagonista encarregado de salvar a própria imagem e, também, sua amada das garras dos Piratas do Céu. Assim, somos guiados a passar por quatro grandes fases entre desertos, pântanos, selvas e cavernas pelo caminho.Como todo bom arcade, o título não é focado em sua história, mas sim em sua jogabilidade. Entretanto, esta peca em vários momentos da jogatina. Logo no início, sentimos o problema dos controles: eles são em 2D em uma ambientação totalmente em 3D. Mesmo que a habituação aconteça depois de algum tempo de insistência, sua imprecisão chega a ser injusta com os jogadores iniciantes.
Além disso, o nível de dificuldade inicial, somado a quase completa falta de tutoriais ou mecânicas que ensinem o jogador a usar os comandos próprios do avião vermelho deixam tudo mais injusto ainda. Não digo de carregar o jogador pela mão, mas estabelecer uma curva de aprendizado digna que permita ao jogador ir pegando o jeito ao longo do tempo que explora suas primeiras mortes no game.
Nível de dificuldade oscilante
Depois de insistir bastante com as mortes e os controles imprecisos do jogo, o jogador consegue acumular algumas moedas de ouro e é levado ao hangar para melhorar os equipamentos do seu avião. Aqui, uma das críticas é a quase completa falta de animações do hangar, que possui opções estáticas e, novamente, a imprecisão do cursor é percebida.Para além dos comandos básicos, a árvore de upgrades é totalmente desbalanceada com o nível de dificuldade das fases. Isso faz com que as melhorias do avião façam o nível de dificuldade e desafio das fases cair drasticamente. Além do fato, também, de que os bosses dos primeiros níveis apresentarem também essa discrepância, sendo muito mais fáceis de vencer do que o percurso inteiro até chegar neles.
Nem tudo é tão ruim
Mesmo com diversos problemas de controles e dificuldade, Red Barton acerta em alguns pontos. Um deles é o seu visual. Um estilo de animação cômico que lembra uma mistura traços de desenho, papel e massa de modelar agrada consideravelmente, que somado a sua paleta de cores bem viva deixa os cenários, mesmo que simples, bastante agradáveis ao olhar.Fora isso, mesmo que o jogo tenha apenas quatro grandes fases jogáveis, elas são bem extensas e passíveis de muita curtição. Além disso, o fator replay é intensamente reforçado seja pelas melhorias em seu avião, seja pelo acúmulo de moedas. O multiplayer local também é interessante, mas necessita de um controle externo para o PC, uma vez que o jogo não computa uma quantidade muito extensa de botões sendo apertados ao mesmo tempo durante a jogatina.
Como não fazer um arcade
Infelizmente, Red Barton nd the Sky Pirates acumula mais deslizes do que acertos. Mas nem tudo é passível de arremesso de pedras aqui. A empresa pode muito bem reconsiderar esses elementos e trabalhar melhor em um futuro título para o que eles pretendem que seja uma franquia. Se a intenção foi homenagear Star Fox e semelhantes, faltou um planejamento melhor daquilo que é o foco desse gênero: a jogabilidade e controles afiados.Porém, a ideia de usar a clássica figura do Barão Vermelho em um universo Steampunk é interessante e não deve ser jogada no lixo apenas por conta de uma tentativa frustrada. O jogo pode não ser o que pretendia, mas o tema está aí e pode ser bem aproveitado no futuro. Quem sabe em uma continuação ou nova franquia?
Prós
- Visual agradável;
- Fatore replay considerável;
- Boa extensão das fases.
Contras
- Controles imprecisos;
- Curva de aprendizagem mal desenvolvida;
- Animações rudimentares nos menus;
- Jogabilidade muito dependente dos upgrades do avião;
- Nível de desafio alterna muito entre bosses, fases e upgrades.
Red Barton and the Sky Pirates — PC, Android, iOS — Nota: 4,0Plataforma utilizada para análise: PC
Revisão: Ana Krishna Peixoto