Mesmo após 71 anos das explosões atômicas em Hiroshima e Nagasaki, consideradas o ato final da Segunda Guerra Mundial, o maior conflito armado da história da humanidade ainda mexe com o imaginário de muitos. Vemos lançadas com frequência obras que têm como plano de fundo o fatídico período entre 1939 e 1945, e com os games não é diferente. Prova maior de que pode ser melhor olhar para a história do que apostar em combates futuristas foi o sucesso de Battlefield 1 se comparado com Call of Duty Infinite Warfare. Porém, de nada adianta usar a grande guerra como principal atrativo se as demais características do jogo deixam a desejar. Esse é o principal problema que afeta Days of War, FPS desenvolvido pelo estúdio Driven Arts e que está em Early Access no Steam.
Apesar de ainda estar em desenvolvimento, o projeto tem pela frente um longo caminho a ser percorrido se não quiser se transformar em apenas mais um FPS genérico. A premissa do game é até interessante: colocar os jogadores em cenários conhecidos da Segunda Guerra Mundial para combates online com pessoas do mundo inteiro. Nesse primeiro momento, a capacidade das salas é de 32 participantes, porém a promessa é de que o limite suba para 100 quando o título for efetivamente lançado. Esse conceito de reviver batalhas históricas contra dezenas de oponentes reais pode resultar em uma versão final bastante atraente, mas o que o Early Access está mostrando ainda fica longe do ideal.
Toda jogatina é online |
Como ainda são poucos jogadores, é difícil de encontrar uma sala com quantidade boa de participantes. Para auxiliar nesse quesito, o game traz a opção de filtrar as salas pelo número de pessoas que estão online. Já quem prefere ir para guerra somente ao lado de amigos, existe a opção de criar sessões protegidas por senhas. Os menus e mecânicas para elaboração ou busca das salas funcionam relativamente bem, mas as coisas começam a piorar a partir disso. Depois de escolher uma sessão, o jogador precisa optar se quer defender o exército norte-americano ou os alemães, além de escolher uma entre diversas categorias de soldado, divididas em função do tipo de armamento que carregam.
Com as escolhas feitas, o jogador é colocado no meio do campo de batalha, já que o mais comum é entrar em salas onde a partida já havia sido iniciada. Sem muita noção do que fazer, precisei pausar a sessão várias vezes para checar os botões de controle. Fez uma falta incrível um pequeno tutorial ou uma opção de treinamento para se familiarizar com as mecânicas de movimentação. Após diversas mortes tentando entender como as coisas funcionavam, comecei a pegar o jeito. O problema é que a jogabilidade é muito travada, e, quando aparece algum oponente na sua frente, o game passa a rodar a 10 fps, tornando praticamente impossível acertar qualquer tiro.
Categorias de soldados que podem ser selecionadas |
Como se já não fossem pontos negativos suficientes, Days of War ainda está bastante carente de conteúdo. As sessões de jogo se resumem a um exército exterminando o outro. Até existem objetivos a serem conquistados nos mapas (roubar bandeiras inimigas ou ativar bombas), mas que ficam em segundo plano para que o mata-mata corra solto. Seria mais interessante pensar em maneiras de criar missões em grupos ou algo parecido para diversificar a jogatina. No estado atual, acaba sendo um título bastante cansativo e que perde toda a graça em menos de meia hora.
Gráficos e efeitos de iluminação ainda precisam ser melhorados |
Faltam dias de guerra
Depois de passar algumas horas experimentando o jogo, ficou claro que a ideia é boa, mas ainda carece de um algo a mais. Em um mercado repleto de FPS dos mais variados tipos, Days of War ainda tem potencial para se destacar se for bem trabalhado. Está certo que o projeto está em Early Access e tem tudo para evoluir até seu lançamento final, porém o que já foi mostrado até então não consegue empolgar.
Revisão: Bruno Alves