Jogos preferidos de 2016 — Renan Greca

Apesar dos pesares, 2016 foi um ano bem legal para jogos.

em 22/12/2016

Nunca joguei tantos videogames quanto em 2016. Entre análises, lançamentos antecipados, agradáveis surpresas e clássicos revisitados, terminei (ou seja, assisti aos créditos de) 62 jogos desde janeiro — além de dois que joguei duas vezes cada. Ainda pretendo adicionar mais um ou dois à lista antes do ano novo.

Como possuo uma variedade de plataformas — inclusive todos os consoles e portáteis atuais, mais um PC —, estive em uma posição privilegiada para jogar quaisquer lançamentos que eu desejasse, independente de exclusividade. Isso me permitiu acompanhar a indústria como nunca antes, então me sinto confortável listando meus jogos favoritos de 2016 (eu uso "melhor" abaixo porque é mais curto que "meu favorito", mas não desejo impor minha opinião como absoluta).

Menções honrosas

Inside (Multi): Gostei de muitas coisas sobre Inside, mas parece que não senti o peso da experiência que alguns outros jogadores relatam. Ainda assim, considero um jogo obrigatório deste ano.
Uncharted 4: A Thief's End (PS4): Jogar Uncharted é como assistir a um filme blockbuster pipoca. Não é profundo nem inovador, e você meio que já sabe o que vai acontecer, mas não deixa de ser divertido de acompanhar. De quebra, é de longe o melhor da série.
Firewatch (Multi): Um "walking simulator" que tenta trazer um equilíbrio mais interessante entre a narrativa e a jogabilidade. No começo funciona muito bem, mas acredito que esse equilíbrio é perdido ao longo do jogo, cujo valor acaba vindo dos ótimos personagens.
Super Mario Run (iOS): É cedo demais para incluí-lo na lista, mas bastaram poucos dias para me apaixonar pelo game. A Nintendo conseguiu evitar (quase) tudo que eu temia em um jogo mobile deles e aproveitou o melhor da plataforma e do personagem para formar uma obra divertidíssima.

Melhor jogo VR: Batman: Arkham VR (PS4)

2016 foi o ano do advento da realidade virtual. O Oculus Rift, o HTC Vive e o PlayStation VR posicionaram-se como os headsets mais importantes para videogames em VR, e esta batalha só será vencida de uma forma: com grandes jogos. Neste ponto a Sony está com a vantagem, esbanjando décadas de boas relações com desenvolvedoras externas para promover acordos de exclusividade. Batman: Arkham VR é o mais notável dos primeiros exclusivos, que provou ser uma das mais interessantes e imersivas experiências que já tive, apesar da curta duração.

Melhor shooter: Titanfall 2 (Multi)

Após ser surpreendido por outro shooter (listado abaixo), resolvi ceder ao hype e comprar Titanfall 2 em promoção na Origin. O jogo havia sido elogiado por suas excelentes mecânicas e sua habilidade de trazer novas ideias a cada missão. De fato, ambos são verdade, mas acredito que a campanha foi curta demais para aproveitar completamente essas mecânicas e ideias. Ainda assim, são algumas horas de muita diversão: nunca sorri tanto por causa de um robô virtual.

Melhor série de TV: Quantum Break (XBO/PC)

Um dos primeiros jogos que analisei para o Blast foi uma agradável surpresa. Apesar de, no papel, Quantum Break não ser um jogo que eu deveria gostar (third-person shooter focado em narrativa? blé), o novo jogo da Remedy acabou sendo uma divertida aventura que brinca com manipulação de tempo tanto em mecânicas quanto em narrativa. Por mais que o jogo seja o cúmulo de narrativa tradicional em jogos (incluindo episódios live-action de 22 minutos), aprecio essa conexão entre o que eu faço e o que eu assisto.

Melhor jogo Nintendo: Fire Emblem Fates: Birthright (3DS)

A Nintendo não esteve muito presente este ano, provavelmente por estar se preparando para o lançamento do Switch, então está bem menos representada do que eu gostaria nesta lista. Dos poucos grandes jogos que ela lançou, Fire Emblem Fates foi o que mais gostei. Especificamente, Birthright foi a versão que escolhi. Fire Emblem sempre foi uma série divertidíssima, e Birthright complementa isso de forma natural. Após ele, tentei jogar Conquest, mas, digamos, levei uma surra. Quem sabe ano que vem.

Melhor jogo de ritmo e terror: Thumper (PS4/PC)

A primeira coisa a se fazer após comprar um PlayStation VR é jogar tudo que é possível no disco de demonstrações. Fazendo isso, descobri Thumper, desenvolvido por dois ex-membros da Harmonix que pode ser descrito como algo entre Guitar Hero e um jogo de terror. A imersão da realidade virtual torna o ritmo mais visceral que nunca; aliado ao ótimo design, isso torna Thumper extremamente viciante do começo ao fim.

Melhor simulador de controle de pestes: Pokémon GO (iOS/Android)

Tecnicamente, Pokémon GO é um jogo repleto de problemas. Talvez até seja ruim. Mas todos os humanos vivos em agosto de 2016 lembrarão daquele breve momento no qual Pokémon eram reais. Nenhum outro jogo define tão bem nossa sociedade atual nem resultou em tantas histórias para lembrar e contar.

Melhor jogo mobile que joguei no Vita: Severed (Multi)

O tom de mistério do mundo e o combate viciante de Severed não me permitiram desgrudar do Vita por alguns dias. Com mecânicas simples, mas divertidas e profundas, o jogo é perfeito para o portátil. Meses depois, também foi lançado para 3DS, Wii U e iOS (onde foi escolhido pela Apple como melhor jogo de iPad de 2016), que também esbanjam de telas de toque. Este é um jogo que acho recomendável em um celular ou tablet: sua jogabilidade incorpora diversos elementos que condizem com mobile, mas com a qualidade esperada de uma equipe experiente com jogos tradicionais.

Melhor jogo que foi derrubado pela Nintendo por causa de copyright: AM2R (PC)

Como já disse no especial #Metroid30, Metroid: Zero Mission (GBA) é meu jogo favorito de todos os tempos. Após 12 anos sem nenhum sucessor lançado pela Nintendo, foi um jovem argentino, Milton Guasti, que nos trouxe satisfação com AM2R, um remake de Metroid II: Return of Samus (GB) feito com atenção e carinho ao longo de vários anos. Apesar de ainda ser claramente um fangame, AM2R incorpora o melhor dos Metroids 2D e ainda traz novidades criativas que complementam a aventura. Para mim, poucas coisas neste mundo são mais prazerosas do que jogar um bom Metroid, ainda mais depois de tantos anos sem lançamentos oficiais. A Nintendo derrubou os links originais para baixar o jogo gratuito, mas basta um pouco de google-fu para encontrá-lo.

Melhor melhor shooter: Doom (Multi)

A Bethesda evitou distribuir cópias de review de Doom antes de seu lançamento o, que transmitiu uma sensação de insegurança em relação ao jogo. Meses depois, amigos meus finalmente me convenceram a dar uma chance ao shooter, e é difícil descrever o quanto me surpreendi com a experiência. A velocidade, as glory kills, a exploração e as armas parecem tão… perfeitas. Jogar Doom é como comer um excelente hambúrguer por 13 horas: pode não ser bom para a saúde, mas é basicamente prazer puro.

Melhor jogo da vida: The Witness (Multi)


Os outros jogos que listei aqui são os meus favoritos deste ano. The Witness é um dos meus favoritos da vida. Além de exigir um conjunto de habilidades completamente distinto de quase qualquer outro jogo, The Witness esconde várias camadas de profundidade sob sua aparente simplicidade. Poucos jogos são tão autorais: em alguns momentos, tive a sensação de que Jonathan Blow estava pessoalmente me guiando para aprender novas técnicas, enquanto em outras parecia que ele estava brincando com minha cabeça.

Os puzzles poderiam render um ótimo jogo por si só, mas a decisão de incluí-los em um mundo aberto é feita deliberadamente com objetivos que se tornam claros com o tempo. Praticamente tudo naquele mundo é cautelosamente posicionado por alguma razão. Por dezenas de horas, aquela ilha foi como um sonho mágico que eu revisitava todos os dias. Eu não sabia por que, exatamente, estava lá, só sabia que estava gostando e queria cada vez mais daquilo. Completar os maiores desafios de The Witness foi, sem dúvida alguma, minha maior satisfação gamer em 2016.



Este também foi o ano no qual comecei a escrever para o GameBlast. Portanto, há textos meus sobre quase todos os jogos acima. Se você quiser saber minha opinião completa sobre cada um, confira os textos sobre Arkham VR, Quantum Break, Thumper, Severed, AM2R e Doom. Meu texto sobre Birthright está na revista Nintendo Blast #78, enquanto o Guia N-Blast de Pokémon GO inclui um capítulo meu. Finalmente, alguns desses jogos também são comentados no BlastCast #95.

Revisão: Bruno Alves

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