A combinação de RPG e estratégia em turnos
A maioria dos jogos de estratégia baseada em turnos possui enredos com o foco unicamente nos combates, ou então com artifícios de estratégia mais amplos, como podemos ver em Planar Conquest (PC). Com algumas diferenças em relação a este aspecto, Super Dungeon Tactics adiciona elementos mais voltados ao RPG clássico ao universo baseado em turnos.Com missões a serem cumpridas e ambientes a serem explorados durante cada uma dessas missões, o jogo acrescenta elementos interessantes aos turnos que, inclusive, influenciam a estratégia e a movimentação dos personagens escolhidos pelo jogador. No jogo completo, como divulgado pela empresa, outros elementos adicionais afetarão ainda mais o resultado, como equipamentos próprios para cada classe de heróis e um modo história completo.
No que tange os ambientes, partidas e missões que ocorrem em masmorras e cavernas recebem uma atenção maior. É muito interessante notar como o mapa se adapta ao ambiente nesses lugares, modificando a área de locomoção dos personagens e possibilitando novas estratégias de combate. Estas não se limitam apenas à forma de enfrentar os inimigos, mas também criam características próprias de movimentação e posicionamento em cada ambiente, com corredores estreitos, passagens mais fechadas ou campos mais abertos.
Essa combinação entre os dois gêneros é feita com maestria e torna as partidas muito mais divertidas em Super Dungeon Tactics. Toda a ambientação do jogo se torna muito mais interessante quando, ao invés de você simplesmente ter que “matar todos os inimigos”, você precisa “sobreviver durante dez turnos a uma invasão constante de zumbis” ou então quando é necessário “libertar o prefeito da cidade que se encontra preso em uma caverna de goblins”. A contextualização aqui é uma grande aliada do jogo.
Inovações nos combates
Além da ótima combinação de role play e estratégia, Super Dungeon Tactics também conta com inovações nas batalhas em turno, aumentando a complexidade dos combates e tornando-os muito mais táticos e imersivos. Uma das principais novidades é o lançamento de dados com diferentes bônus a cada início de turno. Com alguns bônus, como cura, aumento da armadura, possibilidade de usar habilidades especiais de cada personagem e tornar sua movimentação mais rápida, cada novo turno poderá ter um comportamento totalmente distinto dos anteriores. Isso diminui bastante a possibilidade de se ter partidas repetitivas, como ocorre em muitos jogos do gênero.Como, em alguns momentos, esses dados são compartilhados com os inimigos, a mente tática do jogador pode ficar a todo vapor. A cada dado que você escolher para si, você estará dando ao inimigo a oportunidade de pegar um também, o que influencia, inclusive, a ordem em que você pegará os bônus no início de cada turno.
Mas, após o arremesso dos dados, já no momento em que a luta começa, outros artifícios são muito bem utilizados em Super Dungeon Tactics. Um deles é a diferenciação de classes durante a partida. Inicialmente, o jogo conta com oito classes divulgadas: Mage, Fighter, Ranger, Barbarian, Rogue, Paladin, Warden e Knight. Cada uma delas possui características comportamentais em combate que são totalmente distintas das demais.
Assim, a escolha do seu time para cada missão poderá modificar completamente a sua forma de jogar. Além disso, elementos como o alcance e formato do ataque de cada classe, além da possibilidade de usar qualquer um dos personagens na ordem que você preferir em cada turno (contanto que seja a sua vez), também contribuem bastante para que o elemento tático do jogo seja incrivelmente bem elaborado.
Visual carismático e cheio de cores
Outro elemento que chama bastante atenção quando jogamos Super Dungeon Tactics é o visual. Primeiramente, a trilha sonora épica do jogo é contagiante e deixa os embates muito mais animados, com pouca repetição de músicas e longas faixas que preenchem muito bem cada cenário. Esse show de sons se combina ao show de cores do jogo, que traz ambientes, ainda que sombrios, muito vivos e cheio de detalhes. Isso acaba fazendo com que o game exija um pouquinho mais da placa de vídeo do que o informado pelos requisitos de sistema.
O traço no estilo Chibi é outra característica marcante aqui. Para quem não conhece, o estilo desse tipo de desenho é mais popular em animes e mangás e apresenta um personagem mais baixinho, com a cabeça do mesmo tamanho do corpo em proporção. Isso geralmente tem como objetivo alcançar um efeito cômico, de estética mais infantil ou até mais sentimental. Em Super Dungeon Tactics, esse estilo de traço funciona muito bem tanto em monstros como em heróis, tornando todos eles muito mais carismáticos e bonitinhos.
Um bom potencial para ser aproveitado
A versão demonstrativa de Super Dungeon Tactics nos mostra como o jogo possui potencial para ser um ótimo título de RPG baseado em turnos. Mesmo que ainda não possamos ter uma ideia melhor da extensão do seu modo história e nem de como o enredo irá utilizar as diversas classes de heróis combinados, elementos como o nível de desafio e a ótima inteligência tática da máquina deixam para trás uma boa impressão.
Mas, como nem tudo são flores, alguns aspectos podem ser melhorados na versão final do título. O uso de habilidades ainda é um tanto confuso, principalmente por depender do rolamento de dados. Isso na versão final do jogo pode ser melhor explicado no tutorial inicial. Ainda sobre a rolagem de dados, esta se torna excessivamente inútil em alguns momentos da jogatina, como quando os personagens não possuem adversários para enfrentar. Ambos são aspectos simples de serem corrigidos para a versão final, então, não chegam a ser problemas sérios para o lançamento da Underbite Games.
O fato é que Super Dungeon Tactics promete ser um ótimo jogo tático com batalhas únicas. Isso, pela demonstração do jogo, podemos ver que já está presente. Resta aguardar agora pela versão final do jogo para que possamos ver, também, a árvore de equipamentos e habilidades, o modo história e tantos outros elementos que ainda estão em fase de desenvolvimento.
Revisão: Érika Honda