Os primeiros momentos do jogo são bem interessantes, ainda que seja logo nos primeiros minutos que surgem três grandes problemas. Depois de passar por uma espécie de hospital/laboratório avançado, você acorda em uma casa estranha em meio a um cemitério, com lembranças difusas sobre como chegou ali. A casa traz algumas dicas a partir do cenário — como fotos, pôsteres e documentos.
Depois de conversar com o personagem, é hora de procurar ervas no cenário para criar uma poção. A parte de criação de itens no jogo é interessante: geralmente você encontra algum tipo de instrução com os ingredientes necessários, para então buscá-los no mapa e realizar as combinações. Mais para frente é necessário até usar equipamentos que ficam pelo cenário, o que gera um ritmo interessante na jogatina.
A parte seguinte também traz um exemplo de como o jogo quebra suas próprias potencialidades. Em um dos primeiros casebres na área seguinte, encontramos um documento sobre monstros que vagam o lugar. A partir dele, entende-se que eles são atraídos por barulho e que seus olhos ficam vermelhos ao encontrarem a presa. Tem até mesmo um desenho bem medonho da criatura.
Ao sair e ver ao longe uma dessas criaturas, já comecei a ficar tenso, mas uma cena corta a ação para mostrar o monstro pulando e fazendo um barulho besta. O jogo já havia introduzido o inimigo de uma maneira muito mais interessante, para então fazer isso de uma forma que não empolga e quebra o clima.
Isso seria tranquilamente um problema menor se as sessões de furtividade fossem interessantes, mas elas não são. E aí entra, entre outras coisas, um terceiro problema: as plantas carnívoras. Elas ficam no chão, meio que escondidas, e limitam a projeção do seu deslocamento, já que não é possível se esconder nas matas e outros locais fora da rota onde estão os monstros. É uma ideia para não deixar o jogo tão fácil, mas acaba fazendo o game se tornar uma experiência mais de esperar uma oportunidade do que ter realmente uma agência.
Mas existem momentos bacanas no jogo, como quando precisamos ligar um gerador para utilizador o elevador. A única forma de se guiar pela área é usando um mapa (sem nenhum tipo de marcador ou coisa assim), indo atrás das lápides para encontrar o segredo de um cofre no meio do lugar. Esse momento acaba gerando um ritmo interessante para o jogador, que precisa administrar os caminhos, o uso da luz e de outros itens, para se movimentar pela área sem chamar atenção dos inimigos.
Infelizmente outras áreas não fazem os desafios sobressaírem aos problemas. Pesadelo: Regressão é um título interessante, mas que não consegue superar os problemas que traz, compondo uma experiência não muito agradável.
Prós:
- Os ambientes são bem construídos e condizem à proposta do game;
- Algumas áreas trazem bons desafios que mesclam exploração e criação de itens.
Contras:
- Atuação vocal;
- Sessões de furtividade.
Pesadelo: Regressão — PC — Nota: 6.0
Revisão: Vitor Tibério