Tradição de peso
Lançado aparentemente as pressas junto do Xbox One, Killer Instinct voltava aos holofotes 17 anos após sua última incursão no Nintendo 64. Com visuais caprichados, lutadores originais e combates frenéticos, o jogo agradou, mas pecou pela falta de conteúdo. Contudo, aos poucos essas falhas seriam corrigidas nos meses seguintes com atualizações e novas temporadas, que, entre outras coisas, acrescentaram personagens, modos de jogo, aprimoramentos técnicos e estabilidade nos servidores. Disponível desde 29 de março de 2016, a terceira temporada traz novas melhorias que tornam a experiência de jogo ainda mais completa e profunda.A primeira grande novidade é a versão do jogo para PC. Seguindo a nova premissa da Microsoft de trazer seus grandes jogos para os computadores, o título está disponível para Windows 10 de forma gratuita, mas, assim como no Xbox One, a maior parte do conteúdo só é desbloqueado através de compras, que podem ser temporadas inteirais ou até personagens individuais. Se isso já não fosse o suficiente, com esta nova temporada é possível disputar partidas entre as duas plataformas e usar o seu save do Xbox One no PC graças ao sistema cross-play disponível.
Ultra combo de melhorias
Entre as melhorias de balanceamento, a terceira temporada traz um novo balanceamento dos personagens, diminuindo danos antes excessivos, acrescentando sequências de combos e, no caso de alguns personagens, como Sabrewulf e Jago,introduzindo novos movimentos que deixam as lutas ainda mais interessantes. No geral, senti que o jogo ficou mais fácil, principalmente graças ao sistema de auxílio de combo. Com ele, consegui emendar séries de combos inacreditáveis que me fizeram acreditar que eu realmente sabia jogar bem o jogo, quando na verdade sou bem amador.Outro aspecto que recebeu enormes modificações foi os visuais do jogo. Sim, caro leitor, o jogo está ainda mais bonito. Basta apenas uma luta para perceber que os cenários receberam um trato cuidadoso. Novos objetos foram acrescentados, os efeitos de luz, sombra e as famosas partículas estão ainda mais realistas e até os personagens passaram por sutis remodelagens. São diversos detalhes no cenário, a maioria em movimento durante as lutas, deixando a jogatina mais imersiva, alucinante e com personalidade devido o acréscimo de novas camadas de profundidade. Tudo isso sem perder a fluidez dos combates que ainda rodam a suaves sessenta quadros por segundo.
Foram diversas melhorias nos visuais e na própria jogabilidade, tornando o jogo ainda mais bonito, prático e divertido. Mas nem todos os problemas foram corrigidos. Por exemplo: os menus continuam muito lentos, e o jogo ainda demora bastante para carregar, principalmente na tela inicial que verifica possíveis downloads. Felizmente, nada que interfira diretamente na experiência do jogador.
Novos astros
Toda essa repaginação em algumas mecânicas e nos visuais do jogo já seriam de bom tamanho para a maioria dos jogadores, mas, como não poderia deixar de ser, as novidades mais comemoradas são os novos personagens. Neste momento, quatro novos guerreiros se juntam ao time, formando um excelente quartel de 22 lutadores, cada um com suas particularidades, mesmo unidos pelo sistema de lutas padrão do jogo. Os novos lutadores são: Kim Wu e Tusk, dois figurões da série, e Arbiter (Árbitro) e Rash, dois convidados mais do que especiais.A primeira novata/veterana que testei foi Kim Wu, vinda direto de KI 2. Com golpes rápidos, chutes eficientes e o seu nunchaku que evoca espíritos de dragões que servem de projéteis, a personagem é uma boa opção para os jogadores que gostam de apostar na velocidade em detrimento de uma maior quantidade de dano.
Outro velho conhecido introduzido na terceira temporada é Tusk. Pesado, forte e dono de uma espada gigantesca, Tusk permite ao jogador utilizar combinações de puxões e ataques de longo alcance. Apesar de a sua movimentação ser muito lenta, isso é compensado pela ótima quantidade de dano que seus golpes causam. Tive certa dificuldade para jogar com ele no início, mas, assim que entendi melhor a mecânica mais lenta e precisa, consegui boas vitórias no online.
A maior surpresa da terceira temporada é trazida pela Iron Galaxy: o Arbiter, ou Árbitro, como conhecemos aqui, saiu direto da série Halo para enfrentar a turma de Killer Instinct. Inicialmente, achei que a ideia não fosse funcionar, pois pensava que os universos eram bem distintos. Mas para a minha surpresa, aquele figurão combinou e muito com o jogo, pois já temos esqueleto, dinossauro e até lobisomem; não seria um alienígena que desfocaria a essência. Aliás, a construção do personagem foi muito criativa, equilibrando bem os ataques intensos de sabre com os projéteis da arma que ele carrega. Dos quatro, foi o que me deu o melhor resultado ao usar contra a galera.
Por fim, o quarto e mais celebrado personagem é Rash, sapo lutador da clássica série Battletoads, publicada pela Rare. Disponível como teste há alguns meses, o sujeito traz um toque especial de humor para a série de lutas através dos seus golpes clássicos, como chutes e socos malucos e todo o tipo de malabarismo que ele tanto esbanjou nos Beat’ em up que protagonizou com os dois irmãos. Para completar, é bem fácil jogar com ele, e seus golpes são bastante poderosos. É de longe o meu favorito dos novos personagens, principalmente com o visual retrô — novos visuais baseados na aparência dos jogos clássicos de KI foram liberados para agradar os fãs mais nostálgicos.
Clássico moderno
Se você curtiu a franquia no Super Nintendo ou no Nintendo 64, gosta de bons jogos de luta e tem um Xbox One ou um PC, Killer Instinct é um jogo obrigatório, principalmente depois de todas essas melhorias da terceira temporada, que, aliás, está só começando. Logo novas atualizações serão lançadas, trazendo mais quatro personagens (Mira, Gargos, Genral RAAM de Gears of War e um outro personagem ainda não revelado) e um novo modo de jogo chamado Shadow Lords. Está esperando o quê para jogar esse título que começou bom e está se tornando excelente?
Killer Instinct: Season 3 —PC/XBO — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Xbox One
Revisão: Bruno Alves