De lá para cá a série ganhou diversos títulos, dentre sequências e spin-offs – alguns que fogem, inclusive, do gênero de luta – em vários consoles e de quebra influenciou outros jogos a seguirem o mesmo estilo. Em 2014, após um longo hiato causado por problemas com a marca, os fãs receberam o terceiro título da série X: Guilty Gear Xrd -Sign- (Multi).
O retorno do bom e velho Guilty Gear
Este novo título é uma sequência direta de Guilty Gear 2: Overture (X360), e o primeiro no mundo das lutas desde o lançamento de Guilty Gear XX A Core Plus (Multi) em 2008, a última de diversas atualização do jogo original Guilty Gear XX, lançado para Arcades e Playstation 2 em 2002. Ufa! Que bagunça! Mas todo esse processo além de adicionar novos personagens e pontos na história, também reformulou algumas mecânicas da série.Além disso, durante o hiato da série a desenvolvedora trabalhou duro no estabelecimento de uma outra franquia de luta: BlazBlue. Ou seja, Guilty Gear Xrd -Sign- era muito esperado por diversos motivos. O resultado de tantas experiências é um jogo com um sistema de combate que apesar se ser bem intrincado e exigir muito do jogador que quiser dominar todas as técnicas, é familiar e tenta dar aquela mão aos novatos.
Sistemas apresentados no jogo são bem explicados em tutorial. |
Logo, se você ainda não teve a chance de conhecer a série, esta é uma ótima porta de entrada.
Mantendo jogadores na ponta do sofá
Entre as novidades que os desenvolvedores prepararam para esta edição do jogo está a expansão do sistema de Roman Cancel, que agora permite ao jogador cancelar qualquer animação de ataque, tenha ela atingido o oponente ou não. Isso adiciona uma nova camada de possibilidades ao combate e exige que os jogadores estejam ainda mais atentos ao que acontece na tela.Novas possibilidades de combos também foram adicionadas com a expansão do sistema de Dust Attacks, ataques que levam o oponente ao ar. Agora a partir do arremesso é possível também dar um dash que permite a formação de uma variedade de combos ainda mais destruidores. Outro estreante é o Blitz Shield, um movimento defensivo que ajuda a escapar de oponentes muito ofensivos, algo extremamente útil quando a barra de sangue está próxima do fim.
Personagens e modo história excêntrico
Elphelt é uma das Gears que chega ao time de lutadores. |
Ainda que sejam poucos nomes se comparados a outros jogos da linha, e até mesmo outros do gênero, os personagens aqui presentes são diferentes uns dos outros e também são profundos o bastante para garantirem uma boa diversidade de elenco. Desta forma, o valor replay continua alto por muito tempo até que cada uma ou boa parte das particularidades de cada um seja dominada.
Cada um dos lutadores também possui o seu próprio caminho no modo Arcade, levando todos a um evento importante da história principal do game. Este é outro ponto a ser ressaltado por ser bem exótico: o modo história não é jogável, mas é uma espécie de anime que somente assistimos e lemos as legendas.
O porquê da decisão de deixá-lo separado é uma incógnita. Seria uma resposta às reclamações sobre as longas cenas de Persona 4 Arena (Multi)? Talvez.
Trilha sonora de peso
Quando Dragon Sol entra na parada ele chuta bundas, literalmente. |
Confesso que senti muita falta de “Blue Water, Blue Sky” tema do estágio de May em Guilty Gear X e Guilty Gear XX; Porém, não há como deixar de lado músicas empolgantes como “Ride the Fire!”, usada na transformação de Sol. Outras faixas imperdíveis são “Black Blank Blah-Blah-Blah”, “Reunion” e “Flash Rider”. Fãs do estilo metal vão delirar.
Visual de cair o queixo
Outra área em que Guilty Gear Xrd -Sign- acerta em cheio é no visual, que continua surpreendente a cada novo jogo. Desenvolvido a partir da Unreal Engine 3 os gráficos no estilo cel-shading são espetaculares e substituem os tradicionais sprites desenhados à mão utilizados na maioria dos games anteriores da franquia.O único momento em que a qualidade cai é durante alguns dos Destroyed – golpe especial que mata o inimigo instantaneamente – nos quais o chão acaba sendo todo distorcido. Porém, isso não apaga o brilho e a vivacidade do jogo. É simplesmente lindo ver o jogo em ação tanto pelos modelos dos personagens quanto pelos cenários bem trabalhados e criativos.
Em resumo, Guilty Gear Xrd - Sign - é um jogo de luta excepcional, com muitas novidades e que merece sem dúvida marcar presença na coleção de qualquer dono de PC ou consoles da Sony.
Prós
- Acessível para novatos, porém, desafiador;
- Novidades trazem novas possibilidades às lutas;
- Lutadores variados e únicos;
- Tutoriais abrangentes facilitam a vida dos iniciantes;
- Trilha sonora diferenciada no mundo dos jogos de luta;
- Gráficos em cel-shading fenomenais.
Contras
- Número de personagens muito baixo;
- Modo história sem batalhas é desnecessário.
Guilty Gear Xrd -Sign- — PS3, PS4, PC – Nota: 8.5
Revisão: Érika Mitie Honda
Capa: João Leal