Os jogos preferidos de 2015 - Ruan Fernandes

Tempo e dinheiro dificultaram a jogatina em 2015, mesmo assim foi possível apreciar excelentes games no ano que passou.

em 09/01/2016
2015 foi um ano repleto de títulos de peso, mas a crise financeira atrapalhou muito a vida de quem só jogo em consoles, como eu. Como não possuo PC, para qual ainda é possível adquirir games por um preço justo, a minha aquisição de games no ano passado foi bem discreta. Jogos como The Witcher 3: Wild Hunt (Multi), Batman: Arkham Knight (Multi), Star Wars: Battlefront (Multi), só consegui jogar algumas vezes, na casa de amigos ou em eventos de games. A situação nos consoles da Nintendo foi ainda pior, já que comprar jogos da Nintendo virou coisa de rico, pois além de ficar difícil encontrar os jogos por aqui, o preço cobrado é um absurdo, sendo praticamente impossível achar um jogo de Wii U por menos de R$ 250,00. Já no PS4 foi possível encontrar vários jogos em promoção, mesmo lançamentos como Until Dawn (PS4) e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (Multi), mas o problema foi outro: falta de tempo. Por isso meu Metal Gear Solid V só saiu da caixa essa semana, não queria iniciar o jogo sem ter certeza de que poderia jogá-lo constantemente.

Ainda assim, consegui ser bem criativo e dei um jeito de não ficar longe dos games. O 3DS me permitiu jogar em lugares inusitados, os consoles disponíveis no serviço foram bem utilizados no horário do almoço e descobri que se eu chamar minha namorada pra jogar comigo eu consigo misturar a jogatina e o namoro no mesmo final de semana. Então segue a lista:

The Legend of Zelda: Majora’s Mask 3D (3DS)

Majora’s Mask é um dos poucos títulos da série que foge do tradicional salvar Zelda, derrotar Ganon e recuperar a Triforce. O jogo possui uma trama envolvente, na qual o personagem deve reviver os três dias que antecedem a queda da lua a fim de evitar a catástrofe. Além disso, Link ainda pode ajudar os habitantes de Termina a resolver os seus dramas pessoais, e sentir como é ser um Deku, Goron e Zora através das mascaras utilizadas no game.

Se o jogo fosse um simples port do Nintendo 64 já estaria entre os meu preferidos, mas o game vai bem além, com diversas melhorias realizadas. Uma nova paleta de cores, polimento no áudio e um 3D impecável, oferecendo a mais rica experiência visual e sonora ao jogador. As mecânicas do jogo também sofreram alterações, sendo possível utilizar o giroscópio para movimentar a câmera do jogo na visão em primeira pessoa e utilizando a tela touch para seleção de itens, o que deixou o jogo mais dinâmico e a tela principal mais limpa. Tudo isso com a possibilidade de jogar dentro do ônibus e na sala de espera de uma consulta médica.


PES 2016 (Multi)

Após o fiasco do seu antecessor, PES 2016 resgata a boa jogabilidade da série que conquistou tantos fãs ao longo do tempo. O game ainda conta com a licença exclusiva da UEFA Champions League, Libertadores, Europa League, Copa Sulamericana e AFC Champions League, além das licenças das principais ligas sul-americanas e da Eurocopa 2016. Melhorias foram realizadas no MyPES e principalmente nos modos online. Diferente do título anterior, as partidas online ocorrem sem nenhuma trava ou quedas de velocidade.

PES 2016 está na minha lista porque a Konami vem investindo no cenário competitivo do game, chegou até a realizar um campeonato em parceria com o Sport Club Corinthians durante a BGS, com premiação em dinheiro e valendo pontos para o PES League, ranking de classificação para o campeonato mundial de PES que é realizado no mesmo dia da Final da UEFA Champions League.

Este ano pretendo entrar de cabeça no cenário competitivo de PES, para isso jogo pelo menos três joguinhos por dia para manter o ritmo.


Until Dawn (PS4)

A melhor surpresa de 2015 foi Until Dawn. Eu já tinha lido algumas notícias sobre o game, mas nunca dei muito valor, achei que não seria interessante apenas comandar decisões dos personagens. Só comprei o game porque o encontrei por R$139,90 (há três anos eu acharia esse valor abusivo, mas hoje considero em promoção) e estava procurando um jogo que chamasse a atenção da minha namorada e que tivesse controles simples para ela jogar.

O resultado foi extremamente satisfatório. Assim que o game começa é impossível não admirar toda sua qualidade gráfica. Os desenvolvedores se preocuparam com cada detalhe do jogo, como brilho, sombra, movimentação e expressão facial, tudo parece muito real e natural. A trilha sonora é digna dos melhores filmes de suspense e terror, enfim, a sensação é de estar assistindo a um filme no qual você toma as decisões. Tomar decisões, é praticamente só isso que você fará no game, mas é bem interessante como funciona essa mecânica. Suas decisões não definem apenas no resultado final do jogo, decidindo quem morre e quem sobrevive, cada decisão também define o relacionamento entre os personagens e o desenrolar da história, que, por sinal, também é muito boa: no início se parece muito com mais uma história de adolescentes que se reúnem para um final de semana com muita bebida e sexo, porém são atormentados por algum maníaco ou algum amigo perturbado, mas não é nada disso. Não vou estragar a surpresa e só posso te dizer que é bem surpreendente.

No final das contas acabei terminando o jogo duas vezes, uma com a minha namorada e outra com meus irmãos, e os momentos de tensão e sustos fizeram esse jogo entrar na minha lista de preferidos de 2015.


The Talos Principle (Multi)

Este game poderia ser lembrado pelos seus puzzles inteligentes e criativos, no entanto suas questões filosóficas são tão interessantes que não chega a ser exagero dizer que os puzzles ficam apenas em segundo plano. O jogo possui uma mecânica bem simples, gráficos de qualidade e músicas calmas e relaxantes, típicas do gênero. O game se passa num cenário paradisíaco, onde o personagem está sozinho, já que sua única companhia são os terminais inteligentes e a voz do “Deus” Elohim. Os puzzles são um desafio feito por Elohim em troca de vida eterna, contudo os testes não acontecem apenas por meio de quebra-cabeças, o jogador deve responder aos questionamentos de Elohim e, assim como Adão e Eva, deve seguir algumas regras para se manter no paraíso.

O ponto forte do game é sua narrativa e os diálogos que acontecem durante a partida, isso porque o game aborda questões filosóficas, como o que define o ser humano e o que define a sua existência. A sensação que eu tenho é que os quebra-cabeças foram colocados no jogo apenas para ativar o seu raciocínio enquanto o verdadeiro questionamento acontece durante os diálogos. O game se preocupa em ser mais do que um mero jogo que desafia os jogadores. Sua motivação é fazer os jogadores pensarem sobre temas que podem parecer muito complexos para alguns, mas que são elaborados de forma muito intuitiva.


Super Mario Maker (Wii U)

Quando Super Mario Maker foi anunciado, eu pensei “que grande ideia da Nintendo, vai nos colocar para trabalhar pra ela”, e foi exatamente o que aconteceu. É maravilhoso ligar o videogame e ter centenas de novas fases do Mario para jogar e também poder criar as suas fases para desafiar seus amigos e qualquer outro jogador. São milhares de fases criadas todos os dias com diversos estilos. Tem fases que são feitas para desafiar ao máximo as habilidades dos jogadores, fases que são extremamente divertidas e bem elaboradas, fases que são feitas apenas para pregar peças nos jogadores e até fases que funcionam como forma de expressão.

Enfim, é Mario pro resto da vida. Tem coisa melhor que isso?



Com isso eu encerro a minha lista e espero encontrar jogos mais baratos em 2016. Acho que a melhor solução é investir num PC gamer e deixar os consoles apenas para os exclusivos.

Feliz ano gamer para todos nós!

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Priscila Martins


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