Análise: Assassin’s Creed Chronicles: India (Multi): De volta às origens da furtividade

India traz muita furtividade e pouca ação para a série.

em 30/01/2016
Explorando agora a Índia de 1841, Assassin’s Creed Chronicles: India chega como o segundo título da franquia de crônicas. O jogo surge com a promessa de melhorar o que seu antecessor trouxe de novidade para a série e introduzir algumas outras, tudo isso enfeitado com os belos gráficos de uma colorida Índia.

Arbaaz é o cara da vez

A jornada segue a história do jovem assassino Arbaaz, que precisa recuperar uma peça do Éden em posse de um templário. Entretanto, nem tudo será fácil para o assassino, que terá que realizar essa tarefa no meio de uma guerra entre a Companhia Britânica das Índias Orientais — formada por comerciantes londrinos, que possuíam o monopólio comercial da região — e o Império Sikh, que lutava contra a opressão britânica.
Arbaaz e Pyara formam um casal interessante.
No caminho, conhecemos o mestre de Arbaaz, Hamid, e sua amada, a princesa Pyara Kaur. O casal protagoniza cenas cheias de romantismo que deixariam Ezio orgulhoso dos galanteios do rapaz.

A dublagem em inglês é muito boa e combina bastante com os personagens, não deixando aquela sensação estranha de que se trata de um povo que não possui esse idioma como língua nativa; as pessoas o falam normalmente. Infelizmente, não há vozes em português.

O Caminho das Índias

Em India, tudo é bonito, colorido e vívido, portanto será normal o jogador parar para dar uma olhadinha no cenário. Tudo parece bastante convincente e com uma textura granulada, aparentemente proposital, que acaba dando um toque especial.
Os cenários são bonitos e coloridos.
Como dito anteriormente, a dublagem é um ponto positivo no jogo, e outro a se destacar são os guardas e soldados britânicos encontrados no caminho, que falam seus idiomas nativos com direito a sotaque e tudo. Aqui, a única reclamação seria a repetição de frases. É comum ficar parado num lugar imaginando uma estratégia para avançar e os mesmos guardas repetirem suas conversas seguidamente.

Para completar, as construções, ruas e os animais, como elefantes e tigres, ajudam a criar o clima do país oriental e também servem para atrapalhar ou ajudar o jogador em alguns momentos da aventura.

Olhem, um assassino!

Todavia, nem tudo é belo no jogo assim como seus gráficos — a jogabilidade, infelizmente, regrediu um pouco comparada à de seu antecessor. É fácil se frustrar diversas vezes durante o game. Enquanto China balanceava os momentos de furtividade e de ação, India parece querer apenas viver nas sombras e pune o jogador severamente por não fazer isso.

Todos os movimentos de batalha estão lá, junto com as armas brancas, como espadas e lâminas, além de bombas de fumaça, mas tudo parece inútil quando a travessia da fase força o jogador a apenas passar despercebido.
Se esconder na multidão será uma opção para fugir dos super atentos guardas.
Em determinados momentos do jogo, é necessário passar por um trecho da fase com diversos vigias à espreita. Caso falhe, assim que um deles o avista é fim de jogo e hora de repensar sua estratégia. Entretanto, não há muitas maneiras de resolver o problema: apenas uma forma ajudará o jogador a continuar em frente e o que sobra é descobri-la e segui-la à risca, se não será preciso tentar de novo.

Os momentos de combate precisam ser constantemente evitados e provavelmente não foram um ponto de muita atenção para os desenvolvedores do jogo. Prepare-se para receber tiros que não surtem dano ou que não possuem efeitos sonoros.

Todavia, nem tudo está perdido: com o passar do tempo, uma vez que se pega o jeito de como tudo funciona, as dificuldades acabam sendo um pouco menos frustrantes. As divertidas fases em que se deve escapar rapidamente pelo cenário estão lá e se tornam uma das partes mais divertidas do game junto a inimigos mais letais e atentos.

A conclusão

Apesar dos problemas apresentados, India é um bom jogo, mas que pode irritar os menos pacientes. Não houve uma evolução a partir do título anterior, apenas uma dificuldade maior de se completar a campanha.

A história, que parece um pouco clichê para a série, é felizmente protagonizada por bons personagens, que tornam as dificuldades um ponto a ser vencido a fim de conhecer o desenrolar da trama.

Para os entusiastas pelo elemento stealth, eis aqui um bom lugar para pôr à prova as habilidades de assassino além de uma sincronia impecável. Contudo, aqueles que gostariam de partir para as lutas de espada poderão ficar um pouco decepcionados.

Prós

  • Gráficos bonitos;
  • Boa dublagem;
  • Fases de escapadas.

Contras

  • Falta de balanceamento na jogabilidade;
  • Pequenos bugs de animação;
  • Desafios que podem ser frustrantes.
Assassin’s Creed Chronicles: India — Multi — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 4

Revisão: Robson Júnior
Capa: Esdras Ferreira

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