Com visão em primeira pessoa e gráficos provindos da engine source, o jogo lembra bastante títulos como Portal e Half-Life, com os modelos de personagens lembrando muito os de Team Fortress 2. A interface dos menus, inclusive, é praticamente idêntica aos jogos da Valve.
Sem lugar para a história
Apesar de possui um modo singleplayer, The Ship possui um apelo muito mais intenso em seu modo multiplayer. O modo para um jogador funciona mais como um tutorial, onde aprendemos as noções básicas para conseguir nos mantermos vivos e fora da prisão, lugar para onde são enviados os jogadores flagrados cometendo um crime. Após entrar em contato com alguém que poderia tirar o personagem daquela situação, o jogador deve cumprir uma série de missões para coletar dinheiro e completar objetivos. Curto e direto, o modo singleplayer pode ser completado em menos de duas horas.
Para conseguir armas, o personagem deve procurar pelos quartos e áreas do navio. Cada uma conta com uma quantidade de dano que vai de 1 estrela a 5 estrelas e variam entre armas de fogo ou corpo-a-corpo. Nessas áreas também é possível conseguir alimentos, bebidas, e novas vestimentas, que podem despistar caçadores ou permitir a entrada em locais restritos. No modo multiplayer, as armas também possuem um valor de recompensa caso sejam utilizadas para matar um alvo.
Esfaqueado pelas costas
Em diversos vídeos pelo Youtube, é possível encontrar jogadores com grupos de amigos jogando The Ship. Infelizmente, após a aquisição da desenvolvedora do jogo por outra empresa, o servidor oficial foi desfeito e agora todos são hosteados pelos próprios jogadores. Em todas as minhas tentativas, não consegui me conectar a nenhum dos servidores abertos, o que, infelizmente, reduziu a experiência no multiplayer a embates contra uma série de bots.Por sorte, o jogo ainda consegue emular bem o espírito do ambiente multiplayer. No total, existem nove modos de jogo, mas o mais famoso é o “Caçada”, que coloca o jogador no controle de algum membro irrelevante do navio. Ele possui um alvo específico, ao mesmo tempo em que também é caçado por outro personagem. O modo é bastante divertido pois permite que técnicas de assassinato diferentes sejam empregadas, como aguardar que o alvo esteja em uma área livre de testemunhas, ou morra devido a um “acidente”, envolvendo algumas armadilhas espalhadas em determinados mapas. Os adversários também irão procurar brechas na atenção do jogador, os eliminando quando menos esperam. Durante a jogatina, ocorreu em uma situação em que, após eliminar meu caçador, ele voltou a tempo do round acabar e conseguiu me eliminar.
A quantidade de mapas para o modo multijogador é bastante satisfatória, já que cada navio possui características distintas: enquanto um possui uma área aberta em uma espécie de lago com piranhas, outro possui restaurantes e espaços para shows variados. Até mesmo as prisões variam de um navio a outro, deixando a sensação de unicidade de cada navio ainda maior. O áudio também é bastante envolvente, com músicas que lembram bastante a atmosfera dos anos 1920.
Uma nova esperança
Apesar de divertido, a complicação em se acessar o modo multiplayer impede bastante que The Ship: Murder Party se torne viciante como deve ter sido há alguns anos. As boas ideias permanecem lá e a variação de cenários e roupas dos personagens certamente renderia boas horas de zoação. Ainda assim, os ótimos visuais do jogo aliados a uma ótima ambientação ainda o mantém como uma boa opção casual.Neste ano, a nova dona dos direitos do jogo, a Blazing Griffin, anunciou uma versão remasterizada, que será lançado no início de 2016. Fora o trailer e algumas imagens disponíveis na página da empresa, não existem muitos detalhes sobre o projeto. Caso o jogo obtenha êxito, será uma ótima forma de atrair novos fãs para a franquia, além de trazer de volta aqueles que já deixaram o jogo de lado com o passar dos anos.
Prós
- Ambientação rica e detalhada;
- Gameplay divertido;
- Humor negro.
Contras
- Multiplayer praticamente inexiste atualmente;
- Singleplayer curto.
The Ship: Murder Party - PC - Nota: 6,0
Capa: Daniel Serezane