Em Mad Max, você está na pele de Max, um sobrevivente que após perder sua família e tudo que tinha, persegue um único objetivo: chegar e atravessar as Planícies do Silêncio para encontrar a paz. Porém, em sua viagem para tal, é surpreendido por Scabrous Scrotus, o grande senhor do deserto que toma tudo do herói: carro, armas, munição e suprimentos. Então após um embate entre os dois, Max emerge vitorioso, porém, só sai com as roupas do corpo e tem de conseguir tudo novamente.
Max, o louco
O jogo em si é bem fiel aos filmes e apresenta um mundo completamente devastado ao jogador: construções enferrujadas, areia em toda a parte, tempestades e vários campos de óleo totalmente destruídos. A atmosfera do jogo é tal qual a sua premissa: insanidade. Há corpos em toda parte: pelos escombros dos carros e construções, pendurados em hastes, enterrados nas areias e assim por diante.E falando em fidelidade aos filmes, a história é bem simples e serve apenas de combustível para a loucura e destruição. Toda a aventura gira em torno de conseguir suprimentos ao ajudar os “senhores” locais (que estavam com seu poderio ameaçado por Scabrous Scrotus) para montar seu “Magnum Opus”, o carro mais letal possível. Ou seja, não espere nada de muito impressionante ou revolucionário em termos de narrativa, o foco aqui é só um: a ação.
Explorando o deserto
O mapa do jogo é enorme e tem muito, muito a oferecer: espalhado pelo deserto estão várias localidades que podem suprir peças, projetos para a criação de melhorias nas bases, água, combustível e itens “históricos”, que relatam um pouco do que se passou antes da calamidade. Para ajudar na descoberta de novos lugares para invadir, vários balões podem ser utilizados para marcá-los e adicioná-los ao seu mapa, facilitando a interação do jogador com o cenário.É o que tem pra hoje |
Ação explosiva e visceral
Já na ação, o combate corpo a corpo de Mad Max é extremamente físico. O personagem é pesado e dá para sentir cada ataque se conectar aos seus inimigos. Ao controlá-lo, é difícil não pensar que certos golpes devem ter realmente matado o inimigo ou quebrado alguns ossos. É pura brutalidade. O combate é bem simples e remete a outros jogos como Batman (série Arkham) e Shadow of Mordor: há um botão para atacar, outro para contra-atacar, outro para usar sua escopeta e, por último, um para executar um ataque especial com a faca. As animações são bem fluidas e garantem um espetáculo de violência.Contudo, nem tudo é tão bom quanto parece: ao optar por fazer o jogador sentir que está controlando um personagem mais pesado e humano, o combate às vezes parece muito travado e comandos podem não ser responsivos. Aliás, as vezes o personagem simplesmente não executa movimentos: morri várias e várias vezes por não conseguir contra-atacar inimigos, pelo jogo simplesmente não aceitar minha ação e não cancelar a animação do personagem. Definitivamente não espere a fluidez de Tallion ou Batman durante o jogo, você não vai ter.
O combate de carros é frenético e muito, muito explosivo. Seu Magnum Opus possui vários equipamentos de destruição e Chumbucket, seu companheiro, pode te equipar com arpões e rifles de precisão, deixando Max ainda mais letal. Ao encontrar torres de guarda, portões e até inimigos, Max pode simplesmente lançar o arpão e arrancar com tudo. Posso dizer com toda a certeza que uma das minhas maiores diversões no jogo é arrancar as portas dos carros inimigos e usar o arpão para arrancar o motorista do volante, para assim levar seu carro para a minha coleção. Loucura total.
Tô só esperando abrir a bandana e barba grande pra entrar no clima. |
Fórmula repetitiva
Apesar de existirem vários locais para serem explorados, a grande quantidade de colecionáveis pode tornar o jogo muito repetitivo e denegrir a experiência e aproveitamento do título. Pois mesmo que vários lugares possam ser “assaltados”, o objetivo acaba por ser o mesmo: entre, procure insignías e peças e derrote inimigos. Agora repita isso por todo o mapa.O mapa total é umas cinco vezes maior, só imagina limpar todos esses pontos. |
A falta de um objetivo real por parte do personagem prejudica bastante a narrativa, sua sede de violência nunca é justificada, e pode até ser que isso seja apenas para dar enfoque ao próprio nome do personagem: Max Louco (Mad Max). De qualquer forma, depois de algumas horas, a mesmice pode começar a atrapalhar a jogatina. Um jogo que me lembra muito isso é Assassin’s Creed (Multi), que apesar de ter vários baús coletáveis, poucos deles oferecem prêmios realmente interessantes e exclusivos, e por serem muitos, pegá-los pode ser bem cansativo.
Para quem é recomendado?
Se você gosta de jogos frenéticos, explosivos, repletos de ação e de mundo aberto, claro, Mad Max será uma excelente pedida. O jogo oferece muita exploração, um combate divertido (e por vezes travado) e várias opções de customização. E se de quebra você gostar de jogos como a série Arkham de Batman e Middle Earth: Shadow of Mordor, é mais certeza ainda de que você irá se divertir e muito nos cenários desérticos de Mad Max. O único aviso que posso dar é o seguinte: não espere nada revolucionário e o jogo pode rapidamente se tornar repetitivo.Prós
- Belíssimos visuais;
- Ação visceral;
- Customização e áreas extensas;
- Fidelidade aos filmes.
Contras
- Personagens rasos;
- Narrativa não impressiona;
- Combate pode ser um pouco travado;
- Pode se tornar repetitivo.
Mad Max — PS4/XBO/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Vitor Tibério